sábado, 10 de outubro de 2009

EUA - Quem tem medo do Obama?

Copiado do Blog Cidadania.com, do Eduardo Guimarães

Quem não entende esses psicopatas da direita brasileira que fazem qualquer coisa para derrubar Lula, nem que seja ao custo de sabotar o país, deveria dar uma espiada no que a direita dos Estados Unidos vem fazendo contra Barack Obama.

Em minha opinião, ele é o Lula americano. Uma espécie de super Lula. O mesmo pragmatismo, a mesma paciência com os adversários, a mesma visão histórica.

Quando digo que Obama é uma espécie de super Lula, não é sem razão. Pode até ser difícil um operário se tornar presidente, mas um negro pacifista e progressista chegar a tal posto num país como os Estados Unidos não é só difícil, é quase impossível.

Além disso, investir no social em um país como aquele, não é fácil. Aqui no Brasil, com 70, 80 dólares por mês é possível acudir uma família que viva abaixo da linha de pobreza. Nos Estados unidos, a conta sai bem mais cara. As carências são muito menos básicas.

Como se não bastasse, os americanos estão experimentando uma descida ao inferno. E estão pouco se lixando se foi o antecessor de Obama quem armou o desastre. Quem o está administrando é o atual presidente. E como não conseguiu debelar a crise ainda, começa a ser responsabilizado pela hidrófoba direita republicana.

Percebe-se que os Estados Unidos são muito mais difíceis de governar por humanistas. A parcela majoritária da população que tem planos de saúde não quer pagar um centavo a mais de imposto para dar atendimento médico-hospitalar à minoria que não tem.

A perenidade da crise internacional e a queda progressiva do padrão de vida dos americanos estão sendo instrumentalizadas pela direita e por seus meios de comunicação, fazendo Obama ir perdendo a expressiva popularidade com que começou a governar.

As medidas em direção contrária às da era George Bush que Obama vem tomando são consideradas tímidas pela esquerda e inaceitáveis pela direita. Ou seja: ele tem apanhado dos dois lados mais extremos do espectro político, exatamente como Lula.

A concessão do Nobel da Paz ao presidente americano foi uma tentativa humanista e política de frear a queda de popularidade de um governante que tem nas mãos poderes que ninguém mais tem na face da Terra e que parece disposto a usá-los para contrariar interesses secularmente consolidados.

É por isso que apóio Obama com entusiasmo desde que disputava a indicação do partido Democrata como candidato à presidência dos Estados Unidos. Já disse e redisse várias vezes aqui, e volto a repetir: esse homem é um presente para a humanidade.

Os extremos do espectro político não entenderam nada. Pela esquerda, não vêem que enfraquecer Obama pode devolver o poder à ultra-direita, e pela direita não enxergam que, se os EUA não se relacionarem de forma mais racional com o resto do mundo, o país afundará mais do que já afundou.

O Nobel da Paz fará refletir os bem-intencionados, sendo de direita ou de esquerda. E reduzirá a força dos radicais ou dos mal-intencionados, que têm medo de Obama porque ainda não entenderam a importância dele ou porque entenderam bem até demais.

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