Copiado do Blog Cidadania.com, do Eduardo Guimarães
Quem não entende esses psicopatas da direita brasileira que fazem qualquer coisa para derrubar Lula, nem que seja ao custo de sabotar o país, deveria dar uma espiada no que a direita dos Estados Unidos vem fazendo contra Barack Obama.
Em minha opinião, ele é o Lula americano. Uma espécie de super Lula. O mesmo pragmatismo, a mesma paciência com os adversários, a mesma visão histórica.
Quando digo que Obama é uma espécie de super Lula, não é sem razão. Pode até ser difícil um operário se tornar presidente, mas um negro pacifista e progressista chegar a tal posto num país como os Estados Unidos não é só difícil, é quase impossível.
Além disso, investir no social em um país como aquele, não é fácil. Aqui no Brasil, com 70, 80 dólares por mês é possível acudir uma família que viva abaixo da linha de pobreza. Nos Estados unidos, a conta sai bem mais cara. As carências são muito menos básicas.
Como se não bastasse, os americanos estão experimentando uma descida ao inferno. E estão pouco se lixando se foi o antecessor de Obama quem armou o desastre. Quem o está administrando é o atual presidente. E como não conseguiu debelar a crise ainda, começa a ser responsabilizado pela hidrófoba direita republicana.
Percebe-se que os Estados Unidos são muito mais difíceis de governar por humanistas. A parcela majoritária da população que tem planos de saúde não quer pagar um centavo a mais de imposto para dar atendimento médico-hospitalar à minoria que não tem.
A perenidade da crise internacional e a queda progressiva do padrão de vida dos americanos estão sendo instrumentalizadas pela direita e por seus meios de comunicação, fazendo Obama ir perdendo a expressiva popularidade com que começou a governar.
As medidas em direção contrária às da era George Bush que Obama vem tomando são consideradas tímidas pela esquerda e inaceitáveis pela direita. Ou seja: ele tem apanhado dos dois lados mais extremos do espectro político, exatamente como Lula.
A concessão do Nobel da Paz ao presidente americano foi uma tentativa humanista e política de frear a queda de popularidade de um governante que tem nas mãos poderes que ninguém mais tem na face da Terra e que parece disposto a usá-los para contrariar interesses secularmente consolidados.
É por isso que apóio Obama com entusiasmo desde que disputava a indicação do partido Democrata como candidato à presidência dos Estados Unidos. Já disse e redisse várias vezes aqui, e volto a repetir: esse homem é um presente para a humanidade.
Os extremos do espectro político não entenderam nada. Pela esquerda, não vêem que enfraquecer Obama pode devolver o poder à ultra-direita, e pela direita não enxergam que, se os EUA não se relacionarem de forma mais racional com o resto do mundo, o país afundará mais do que já afundou.
O Nobel da Paz fará refletir os bem-intencionados, sendo de direita ou de esquerda. E reduzirá a força dos radicais ou dos mal-intencionados, que têm medo de Obama porque ainda não entenderam a importância dele ou porque entenderam bem até demais.
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