Não tenho especial simpatia pelo Papa Bento XVI, mas todos dizem que ele é um homem extremamente conservador e falam muito de seu passado, embora eu não veja nada de uma intolerância que lhe pretender atribuir. O fato é que ele é um homem muito mais discreto que seu antecessor e tem se voltado para os problemas internos da Igreja que se preocupado em ocupar espaços na mídia mundial. Não me compete senão respeitá-lo como líder de uma fé religiosa e esperar que, como é natural em todos os homens que têm uma forte idéia de Deus, trabalhe em favor do ser humano, pois já dizia minha avó, citando a Bíblia, é vã a fé sem obras.
Mas, justamente por ele ser assim, supreende a notícia de que hoje, ao celebrar o Dia Mundial da Comunicação tenha feito o apelo aí de cima para que os religiosos utilizem as ferramentas modernas da tecnologia para exporem suas visões sobre os fatos e sobre o mundo. E diz que, sem isso, não é possível aproximar-se dos jovens. Bento XVI ainda aproveitou para esclarecer que defende o uso responsável da internet e para criticar a deformação midiática da religião.
-As novas mídias permitem estreitar o contato com os fiéis de cada religião, com os não-crentes e pessoas de todas as culturas.
O Papa disse bem. No espaço da internet cabem e devem caber todos. Ela só não deve servir ao ódio, mas à tolerância com a diversidade. Nenhuma religião ou ideologia pode se impor sobre o livre arbítrio que a sociedade deve garantir a todos, se não ofende o direito alheio. E ainda chamou a atenção para esse novo mundo da comunicação, que sensibiliza o Papa mas não o Ministro Gilmar Mendes, que acha que os blogs inventam leitores e que estes caberiam numa Kombi.
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