domingo, 24 de janeiro de 2010

EUA - Obama mexeu com grandes, é populista.

Aprenda aqui, Obama: mexeu com grandes, é populista


Franklin Delano Roosevelt: "comunista", segundo os republicanos, por querer diminuir a selvageria capitalista

As medidas anunciadas ontem por Barack Obama, na sequência da proposta da criação de uma taxa para ressarcimento, pelos bancos, do dinheiro público que receberam no auge da crise financeira, mostraram que o sistema funciona não só com a mesma regra do lucro selvagem como com as mesmas desqualificações políticas contra os que ousam tentar, ao menos, colocar algum limite nela.

“Jornais veem ‘populismo’ em medidas anunciadas por Obama”, é o título de uma matéria publicada hoje no site da BBC, resumindo as reações das imprensa americana e inglesa sobre o anúncio de que o presidente americano quer impor limites aos níveis de exposição a riscos dos bancos.

Apontam, não sem razão, que a atitude de Obama aparenta ser uma reação à derrota democrata nas eleições suplementares em Massachutess. Mas deixam claro que o Estado serve apenas para socorrer, em nome do interesse público, os ganhos privados. O inverso não é verdadeiro.

Franklin Roosevelt, presidente americano no pós-crise de 1929, foi acusado pelos seus adversários republicanos de “comunista” por pretender dar papel, mais que regulador, ativo na vida econômica dos EUA. Não será diferente. O Financial Times, de Londres, é explicito ao comparar as tímidas propostas feitas por Obama com as de Roosevelt e diz que “o flerte populista com (a lei) Glass-Steagall é perigoso”, em referência à lei adotada em 1933 que impunha restrições às atividades bancárias para evitar um novo colapso como o visto na Grande Depressão de 1929.

Obama diz que sabe que haverá reações e afoirmou que “se essas pessoas querem uma briga, estou pronto para brigar”.

Pode ser, Mr. Obama. Mas o senhor devia dar uma olhadinha no que se passa no Brasil. Essa de chamar de populista qualquer um que tira a liberdadem selvagem do capital nós conhecemos bem, e aviso que isso cola. Até o PT, durante um certo tempo embarcou nessa, chamando de “populistas” os que, ao longo das lutas sociais do povo brasileiro, conseguiam apoio público para qualquer posição que, mesmo levemente, defendessem o interesse nacional e popular.

A briga para a qual o senhor diz estar pronto está mais difícil hoje que há um ano. Neste tempo, o senhor perdeu – e está perdendo – a força da esperança que representou para todo a opinião pública do mundo de enfrentar corajosamente e mudar esta mentalidade. Faz muita diferença, isso. Mesmo assim, boa sorte, embora o corvo continue dizendo: “never more, never more“.
Fonte:Blog "Tijolaço", do Brizola Neto.

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