A atual postura, totalmente fora do controle do PSDB e de seus líderes, precisa ser entendida. Os tucanos traçaram um cenário para as eleições de 2010 que não se concretizou, uma vez que apostaram na crise internacional, fizeram de tudo -- boicotando, combatendo e votando contra as medidas do governo Lula contra a crise --, como continuam contra o Pré Sal, na expectativa de que 2010 seria um ano de recessão e desemprego, cenário que não se confirmou, pelo contrário: o governo e o presidente Lula conquistaram seu maior grau de aprovação e apoio em plena crise internacional ano passado.
O segundo cenário era que Lula não ia transferir votos para Dilma Roussef e o PT se dividiria, não construindo alianças e palanques regionais para sua candidata. Chegaram a avaliar que o PT não aceitaria Dilma como candidata. O PT não se dividiu, pelo contrário, fez uma eleição exitosa de sua direção, apoiou Dilma praticamente por unanimidade e a candidata tem hoje 25% de votos e já empata com José Serra na espontânea; não tem rejeição superior a dos outros três candidatos; já ultrapassa Ciro Gomes em 10 pontos no primeiro turno e o vence no segundo; já tem o apoio do PMDB, e do PDT, caminhando para ter o do PC do B e PR e mesmo do PP e PRB.
Também ao contrário do que previam os tucanos e o DEM, os palanques estaduais de Dilma se consolidam e, mesmo no Rio Grande do Sul, onde eles apostavam no rompimento com o PMDB, as notícias não são boas para eles: José Serra está perdendo o PMDB gaúcho. O candidato do PMDB ao governo, José Fogaça, tem dito que pode apoiar Dilma se esta for a decisão de seu partido, a senha é “Dilma não é PT, é antes de tudo gaúcha”.
Nos outros estados a situação não é diferente, não se entendem em Santa Catarina e no Rio de Janeiro, não chegaram a um acordo com Aécio Neves, o que pode lhes custar uma derrota em Minas Gerais, o segundo eleitorado do país.
Assim, os ataques desesperados e desqualificados do presidente do PSDB ao governo, a candidata e ao PT se explicam pelo fracasso da estratégia tucana, pela crise sem precedentes do DEM e pela falta de propostas e programa da oposição. Daí a desastrada entrevista a revista Veja de Sergio Guerra e a ressurreição de Gustavo Franco, o do câmbio fixo e dos juros reais de 27,5%, o que dobrou a dívida interna e fez uma farra fiscal no primeiro governo FHC, até que o país quebrou e o FMI obrigou os tucanos a aceitarem a câmbio flutuante, deixando para o governo Lula a tão falada Herança Maldita.
Fonte: Zé dirceu
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