quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

CHILE - A eleição no Chile foi-se. Que fique sua lição.

Brizola Neto

A eleição no Chile foi-se. Que fique sua lição
Sebastián_Piñera_Echenique

Sebástian Piñera: milionário, pinochetista, assumiu o discurso do novo e levou

O candidato da aliança de centro-esquerda, Eduardo Frei, perdeu as eleições chilenas. A diferença final deve ficar em cerca de 3% em favor do direitista Sebastián Piñera.

É um enorme retrocesso para a América Latina.

E uma grande lição para todos.

Não se trata de discutir a honradez de Eduardo Frei. nem mesmo suas intenções pessoais.

O fato é que ele não foi capaz de sinalizar um tempo novo para o país. E Piñera arrastou parte do eleitorado com a promessa de um novo tempo, embora as políticas da direita que ele representa sejam velhas, como dizia meu avô, como a Sé de Braga.

Como foi Collor aqui, em 89.

Os jovens chilenos são o melhor retrato da apatia política do Chile. Em nome da “governabilidade” e de acordos partidários, quis a Concertación adonar-se do povo.

Que tenha sido com as melhores intenções, pouco importa, na prática.

Li uma matéria, ontem, muito reveladora no site da BBC. Diz ela que três milhões e oitocentos mil jovens – cerca de 30% do eleitorado do país e 75% da juventude votante – sequer se inscreveram para poder participar de eleição presidencial

Separa um trechinho para quem não tiver tempo de ler:

“A estudante Yasoda Martínez, de 18 anos, afirmou que a política não lhe “atrai” e que está cansada de ver “sempre os mesmos políticos” no país.

“Não me convencem”, destacou. Ela estava rodeada de amigos que faziam campanha para o candidato opositor Sebastián Piñera, mas era a única do grupo com idade para votar.

O estudante Frank Pereira Mora, de 18 anos, contou que ele e os dois irmãos, de 30 e de 20 anos, também não vão comparecer às urnas.

“Não acredito que os políticos possam mudar alguma coisa nas nossas vidas. Acho que eles só pensam neles”, afirmou.

Mora disse que seus pais são simpatizantes do candidato do governo, o ex-presidente Eduardo Frei, que governou o país entre 1994 e 2000. “Meus pais sempre votaram, mas entendem por que eu não penso em ir às urnas”, concluiu.

Como disse antes, quando a gente se apega demais ao “status quo”, não consegue mais carregar a esperança.

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