Copiado do blog Engajarte
Reunião do COPOM
Já sabemos qual a lógica econômica do esquema COPOM-BACEN, o trololó deles já não engana ninguém, só a quem quer ser enganado, pois lucra nas operações financeiras, ou é um jornalista-analista barato.
A ação continuada do Bacen ao longo dos últimos 15 anos é coerente, segue uma estratégia definida, onde se sequestra o desenvolvimento do mercado em benefício de um setor escolhido, em prejuízo de todo o resto da economia, das contas públicas e do desenvolvimento da sociedade, é uma solução anticapitalista, antimercado, e eles ainda se alcunham de ortodoxos.
O neoliberalismo de Friedman no qual se apóiam os Coponistas, não é uma ideologia ou uma teoria, é um embuste que visa o estabelecimento do capitalismo selvagem, sem regras ou limites, confrontando até o Adam Smith, que já apontava que os agentes do mercado tendem a estabelecer cartéis e monopólios e vantagens indevidas, destruindo o desenvolvimento do próprio mercado.
Sequer a questão de chave que é a inflação, é tratada nas suas vertentes de desequlíbrio de oferta vs. demanda, sobem-se os juros e assim gera-se recessão, reduzindo investimento em capacidade produtiva, ou seja mata-se o estímulo em ampliação da oferta, ao mesmo tempo que se estrangula a demanda, solução maravilhosa, assim as condições que geram a inflação nunca são tratadas, e desta forma jamais se poderá largar a muleta do juro alto.
Agora o bom de analizar é a lógica política, a decisão do governo Lula em fazer esta opção. Lula é um ás da política, aí é que vale a pena analisar para entender suas estratégias e visões.
Já no Copon-BC, estão apenas operadores, paus mandados, que geram uma conversinha mole, rasa, apenas para justificativas públicas, que são abraçadas por seus sócios.
E qual a lógica do Lula, seus ganhos e custos relativos, os grupos que suportam a estratégia, o longo prazo, as relações internacionais.
Em qualquer país o setor financeiro é forte e influente, podemos lembrar que durante os 20 anos de inflação nossos bancos eram os mais lucrativos do mundo, e agora com a inflação controlada nossos bancos continuam entre os mais lucrativos do mundo, arre, isto é que é capacidade de dirigir as ações do governo para concentrar lucros em um setor.
Teria o rentismo mais força e capacidade de organização que qualquer outro setor, colocando assim qualquer governo contra a parede, ainda mais que mesmo empresas de outros setores que conseguem sobreviver a este ambiente de negócios esdrúchulo tem parte da renda proveniente da ciranda financeira.
Assim que a acomodação dos agentes políticos é fácil, quando não tem vinculação direta como DEM-PSDB, os demais tenderão a uma acomodação, esta é a lógica do poder, se sustentar não é fácil.
Mas não é só de acomodação que vivem os políticos, é também de intuir e surfar correntes políticas, ter visão e ação de um estadista, aquele que constrói o futuro e desenvolvimento de um país.
É isto que nos tem feito falta, um estadista, mesmo Lula sendo muito mais qualificado que o FHC neste quesito, ainda estamos longe de ter um cabra macho de tiro certeiro.
Além de que um estadista só não faz verão, pode determinar muita coisa, mas é necessário forças sociais que somem a um projeto de país, partidos, ambiente cultural, o estadista vai liderar mas não vai remar sozinho.
E olhe que a briga seria forte, pois o mercado financeiro é integrado globalmente, pelo mesmo tipo de pessoas e interesses, e uma virada na escolha dos vencedores pode trazer retaliações do tipo que o Chaves e o Irã tem recebido.
Agora se o governante faz o jogo do financismo mundial passa a ser saudado como um exemplo de governante global...
E quem são os financistas? Seus nomes, com quem se articulam, quais partidos, quais políticos, quais jornalistas, que jornais estão fechados com eles?
A coisas parecem mas não são impessoais, esta generalização de “mercado financeiro” só serve para camuflar quem mexe os pauzinhos. A isto voltaremos no futuro.
A aposta política de Lula tem lhe servido, e mesmo assim ele mantém algum controle sobre o Bacen, pois segundo a escola austríaca de economia, são os Bancos Centrais os responsáveis por montar os desastres econômicos que as nações são submetidas de tempos em tempos, o governo FHC é exemplo acabado deste esquema. Mas o período Lula foi um pouco diferente, nota-se um controle mais sutil, onde as operações montadas no BC de inflada de bolhas especulativas e quebras foi menor, já para este ano de 2010, o mesmo Lula tem que abrir o olho, seria muito conveniente para os mesmos financistas que são casados com o DEM-PSDB, que estourasse uma bolha especulativa perto das eleições, e é o que está se armando, com o dolar baixo, juros subindo e défcit gigantesco nas contas externas.
Se a Dilma e Lula estão preocupados em montar uma apresentação palatável para os votantes de novembro, que não deixem de dar uma olhadela na bolha do BC, pois isto tem o potencial para explodir toda uma estratégia de campanha.
Mas estes mesmos financistas fariam isto com o Lula que proporcionou tudo o que eles poderiam desejar nestes últimos 7 anos? Será que marcariam a imagem futura do Lula com uma quebra econômica no último ano do governo? Bem, claro, isto inclusive é do jogo e é da natureza deste processo político-econômico. Alguém tem que realizar o lucro...
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