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Eva Golinger *
Adital -
Tradução: ADITAL
George W. Bush presidirá o evento.
Enquanto que no próximo dia 19 de abril se iniciará a celebração do Bicentenário na Venezuela, nos Estados Unidos essa data será utilizada para coordenar estratégias de guerra cibernética contra a Venezuela, Cuba, Irã, Rússia, China e Síria.
O Instituto George W. Bush e a organização estadunidense Freedom House convocaram um encontro de "ativistas pela liberdade e pelos direitos humanos" e de "especialistas em Internet", para analisar o "movimento global de ciberdissidentes".
Participarão do encontro, que se realizará dia 19 de abril em Dallas, Texas, Rodrigo Diamanti, da organização Futuro Presente, da Venezuela; Arash Kamangir, do Irã; Oleg Koslovsky, da Rússia; Ernesto Hernández Busto, de Cuba; Isaac Mao, da China; e Ahed Alhendi, da Síria. Também estarão presentes membros do governo estadunidense e de outras organizações vinculadas à comunidade de inteligência de Washington, como Jeffrey Gedmin, presidente da Radio Free Europe/Radio Liberty, um projeto da Agência Central de Inteligência (CIA), criado durante a guerra fria para lutar contra o comunismo na Europa; Daniel Baer, Assistente Secretário de Estado para a Democracia, Direitos Humanos e Trabalho; Peter Ackerman, fundador do Centro Internacional para o Conflito Não-Violento (ICNC), entidade envolvida nas chamadas "revoluções de cores" na Europa Oriental; Oscar Morales Guevara, fundador do movimento "um milhão de vozes contra as FARC" e também promotor de um movimento contra o presidente Chávez através do Facebook; Jennifer Windsor, diretora executiva de Freedom House e outros representantes de Freedom House, do Departamento de Estado e do Instituto George W. Bush.
Bush falaráSegundo a agenda do evento, seu propósito é analisar "as condições das liberdades políticas na Internet no mundo" e "capacitar os participantes com as tecnologias e com o conhecimento para superar a censura governamental". O próprio ex-presidente George W. Bush e sua esposa Laura farão a abertura do evento. Em seguida, serão feitas apresentações dos representantes de Freedom House e do Departamento de Estado sobre as "ameaças contra a liberdade de Internet" nos países representados no encontro. Posteriormente, os convidados internacionais da Venezuela, de Cuba, do Irã, da China, da Rússia e da Síria farão suas apresentações sobre os supostos "perigos" em seus países contra a liberdade de Internet e seu trabalho como "ciberdissidentes". Concluindo o evento, Peter Ackerman, antigo diretor de Freedom House, banqueiro multimilionário e fundador do Centro Internacional para o Conflito Não-Violento, entidade vinculada a CIA também participará com outros "especialistas" da guerra cibernética para capacitar os jovens com as tecnologias que lhes ajudarão a promover mudanças de regimes em seus países de origem.
O participante venezuelano, Rodrigo Diamanti, vem do chamado movimento estudantil "mãos brancas", uma iniciativa criada por Washington e pelos setores da oposição contra o governo de Hugo Chávez, para utilizar a juventude e os estudantes para promover ações de desestabilização que provocariam uma "mudança de regime". Sua organização, Futuro Presente, foi criada em 2009 pelo dirigente da extrema direita venezuelana, Yon Goicochea, com financiamento e apoio do Instituto Cato, em Washington. O Instituto Cato é um centro de pensamento (think thank) da ultradireita estadunidense vinculada com pessoas próximas a George W. Bush.
Freedom House é uma instituição estadunidense financiada pelo Departamento de Estado e vinculada a CIA, que financia e apoia organizações que promovem a agenda imperial em países estrategicamente importantes para Washington. Na Venezuela, Freedom House esteve trabalhando desde 2005, financiando e ajudando politicamente aos setores da oposição contra o presidente Chávez.
O Instituto George W. Bush é um centro de estudos e ação criado pelo ex-presidente Bush e faz parte do Centro Presidencial George W. Bush.
A guerra contra a Venezuela
Na Venezuela não existe nenhuma limitação nem ameaça contra a liberdade de Internet, nem contra a liberdade de expressão. Há poucos dias, centenas de infocentros foram inaugurados pelo presidente Chávez na Venezuela para garantir o acesso gratuito à Internet para todo o povo venezuelano. Os infocentros são salas de computação com acesso à Internet construídas pelo governo venezuelano em cidades e povoados por todo o país e são manejadas pelas próprias comunidades. Mais de 7 bilhões de venezuelanos utilizam a Internet, segundo cifras de 2009.
Durante os últimos anos, a Agência de Desenvolvimento Internacional dos Estados Unidos (USAID) e a National Endowment for Democracy (NED) vêm financiando e promovendo cursos de formação e capacitação no uso da Internet e das novas tecnologias para construir movimentos políticos da oposição na Venezuela. Mais de 10 milhões de dólares foram investidos através da USAID e da NED para este fim. Também ajudaram com a aquisição de equipamentos tecnológicos para deforma que os movimentos alcançassem seus objetivos. Hoje, mais de 200 mil venezuelanos utilizam o Twitter e Facebook como um mecanismo para atacar ao governo e promover ações de desestabilização além de criar matrizes de opinião falsas sobre a realidade em que vive o país.
Desde 2003, o Pentágono classificou a guerra cibernética como o próximo campo de batalha que Washington deve dominar. O presidente Obama criou um Comando Cibernético no ano passado e nomeou um Chefe de Ciberespaço para coordenar as políticas e as ações dos Estados Unidos através de Internet.
* Advogada venezuelano-estadunidense
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