Ana Teresa Diego, um grão de poeira nas estrelas
No dia 5 de dezembro de 2011 a União Astronômica Internacional, organização responsável por dar nomes às estrelas do universo, batizou um asteroide com o nome de “Ana Teresa Diego”. A escolha atendeu a um pedido feito por professores da Universidade Nacional de La Plata para homenagear uma ex-estudante de Astronomia da instituição, sequestrada e morta aos 22 anos pelo esquema repressivo da ditadura argentina. Alguns meses depois, em 2012, foram identificados finalmente os restos de Ana Teresa Diego.
A jovem estudante de Astronomia foi sequestrada no dia 30 de setembro de 1976, na cidade de La Plata. Há relatos de testemunhas dando conta que ela foi vista em dois centros clandestinos de detenção da Província de Buenos Aires, Pozo de Arana e Brigada de Quilmes. Seus restos mortais foram exumados de uma fossa comum do Cemitério Municipal de Avellaneda.
Além de Ana, outras três pessoas desaparecidas durante a ditadura foram identificadas este ano na Argentina: Carlos López (28 anos, delegado sindical e trabalhador de um curtume), Josefina Elvira Thompson (31 anos) e Marta Edith Veiga (23 anos, estudante de Arquitetura).
O documentário acima, intitulado “Poeira nas estrelas” conta um pouco da vida de Ana, trazendo o testemunho de colegas, do passado e do presente, e de sua mãe. É mais um facho de luz lançado contra o esquecimento, matéria-prima da qual se nutrem ainda hoje os protagonistas, cúmplices e saudosos deste período sombrio da história da Argentina e de toda a América Latina. Feito sem grandes recursos técnicos, mas com muito compromisso com a verdade e a memória, o filme se dedica simplesmente a contar um pouco da vida dessa jovem estudante de Astronomia, sequestrada, torturada e assassinada por facínoras covardes.
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