sábado, 8 de novembro de 2008

CUBA - Obama se equivocará se persistir com o bloqueio.

É hora de encerrar o embargo comercial imposto pelos Estados Unidos a Cuba desde 1962. O líder cubano Fidel Castro afirmou nesta sexta-feira (7) que, se o presidente americano recém-eleito, Barack Obama, não suspender o bloqueio, os Estados Unidos seguirão com uma "política inútil" por mais meio século.

"Ainda há quem sonhe em pôr Cuba de joelhos, mantendo o criminoso bloqueio como instrumento de política externa dos Estados Unidos contra a nossa pátria", disse o ex-presidente, de 82 anos, em um novo artigo.

"Se esse país (EUA) voltar a cair em tal erro, poderá permanecer por mais meio século aplicando essa política inútil com relação a Cuba, caso o império consiga durar tanto tempo", assegurou Fidel, sem mencionar o nome do novo governante americano.

"O que nosso povo exige é o fim do bloqueio contra Cuba, e agora mais que nunca, quando a exigência é unânime em toda a comunidade internacional, em meio à crise financeira que castiga todos os países do planeta, desenvolvidos ou em desenvolvimento", acrescentou Fidel.

Obama disse que deve conceder aos cubano-americanos direitos ilimitados de visitar Cuba e enviar dinheiro para as famílias que estão na ilha. O democrata declarou que está aberto ao diálogo com presidente Raúl Castro.

Por outro lado, Obama afirmou que poderia manter o embargo como forma de pressionar Cuba a abandonar o socialismo — algo que nenhum dos últimos sete presidentes americanos conseguiu

Na nota difundida pela imprensa oficial, o ex-presidente cubano comentou ainda o furacão ‘Paloma’, que se aproxima da ilha. Fidel garantiu que o governo cubano rejeitará novamente a ajuda oferecida pelo presidente em fim de mandato dos Estados Unidos, George W. Bush.

"Novamente teremos uma conduta digna se o chefe do império — que foi o principal impulsor do bloqueio genocida contra nossa pátria — oferecer outra vez piedosa ajuda. Com segurança ela será rejeitada", afirmou.

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, já defendeu que, com Obama, os Estados Unidos “procedam a uma viragem humanista no respeito para com o mundo”. Chávez — que entrou em rota de colisão com a administração Bush — considerou que, se os Estados Unidos adotarem uma conduta “de respeito da soberania do restante do mundo, continuarão a ser um grande país e uma potência que trabalha para o bem”.

Anistia contra o embargo

Irene Khan, secretária-geral da Anistia Internacional, também defendeu, na sexta-feira, que Obama retire o embargo de 46 anos contra Cuba. Na opinião de Irene, a mudança na política de Washington com Cuba pode ajudar Obama a restaurar a autoridade dos Estados Unidos, a qual, segundo ela, foi prejudicada pela administração Bush.

"Gostaríamos que o presidente eleito Obama retirasse o embargo contra Cuba, porque acreditamos que este embargo não está contribuindo com os direitos humanos", disse ela à Reuters, durante visita ao Chile.

Irene repetiu ainda o pedido a Obama para fechar o centro de detenção na Baía de Guantânamo, em Cuba, onde, nos últimos sete anos, centenas de supostos membros da Al Qaeda, do Taliban e de outros grupos radicais islâmicos são torturados e mantidos sem julgamento. "Obama deve fechar Guantânamo. Obama deveria proibir publicamente a tortura."
Fonte: Site O Vermelho.

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