sábado, 8 de novembro de 2008

OPERAÇÂO SATIAGRAFA - Dantas se infiltrou no Estado.

Marcela Rocha/Terra Magazine

O delegado Protógenes Queiroz, em seu "quartel general" de onde comandou a operação Satiagraha; ele defende "prisão perpétua" para o banqueiro Daniel Dantas


Na Associação de Professores da PUC-São Paulo, uma sala apinhada de estudantes de Jornalismo e Direito. Para ouvir o delegado Protógenes Queiroz, o coordenador da Operação Satiagraha, que em julho prendeu o dono do grupo Opportunity, Daniel Dantas, & Cia - o megaespeculador Naji Nahas e o ex-prefeito Celso Pitta, entre os presos. Nesta quinta-feira, 6, por sinal, o Supremo Tribunal Federal julga o mérito do habeas corpus concedido pelo ministro Gilmar Mendes e decide, mais uma vez, se Dantas fica solto ou volta para a cadeia; quanto ao resultado deste julgamento, Terra Magazine adiantará algo ainda hoje, antes mesmo que a sessão termine.

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Na Apropuc, na noite da terça-feira, o delegado Protógenes não economizou palavras. Tendo a seu lado o professor José Arbex Jr. e a estudante Marcela Rocha, autora da entrevista que se lê bem mais abaixo, o delegado disse com todas as letras o que se segue e que pode ser visto e ouvido também no vídeo:

- Ele (Dantas) conseguiu se infiltrar no aparato estatal de uma forma tão forte, tão pesada... ele compromete altas esferas políticas do País, instituições públicas, privadas, enfim... eu costumo dizer que ele é o PC que deu certo.

- Tem que investigar e tem que prender mesmo, deixá-lo segregado mesmo da sociedade. Se nós tivéssemos uma maturidade democrática e institucional forte no Brasil como existe em outros países, esse senhor estaria preso e com os bens confiscados. E prisão perpétua; ele não sairia da cadeia nunca mais pelo que ele já prejudicou o país e a sociedade brasileira.

- Hoje, para vocês terem uma idéia, ele está em todos os segmentos de riquezas do país. E é um facilitador de desvio dessas riquezas. É um facilitador.

- Eu tive muito critério, muita determinação de abrir um capítulo sobre a mídia, porque eu acho importante aquilo com o que eu me deparei dentro do caso Daniel Dantas. Eu me deparo com um financiamento de jornalistas da grande mídia, um financiamento pesado, e eu tinha dois caminhos. Se eu não abrisse um capítulo sobre o papel da mídia na investigação ou o comprometimento da mídia com o Daniel Dantas e a corrupção no País, eu sofreria muito mais do que eu sofri no início. Então eu tinha que mostrar para a sociedade esse papel promíscuo da mídia.

- O que eu vi na mídia do Daniel Dantas é que jornalistas plantavam notícias, para criar intrigas ou prejudicar pessoas. E ganharam por isso.

- É engraçado que (a conseqüência do caso Dantas) atingiu a mídia, atingiu polícia e a própria justiça também. A quem criou ou que esteja criando obstáculo contra o poder corrupto no Brasil eles querem fazer leis para restringir.

- A verdade é que eu não pedi pra sair. Eu fui afastado literalmente. Aquela gravação que eles apresentam já é o produto final, já é o finalzinho da reunião. Eu entendo que essa gravação da reunião deveria vir a público, tem que vir a público, pra sociedade conhecer como é que se trata a coisa pública. Como é que foi tratada uma operação tão importante na história do Brasil, e ela foi tratada dentro de um órgão público chamado Polícia Federal. Tem que vir a público. A sociedade tem que conhecer, tem que questionar e tem que exigir, tem que cobrar dessas pessoas. Cobrar até mesmo de mim se porventura eu me excedi em alguma situação.

- ...Mas pelo que eu vi, a minha situação é a Justiça quem está dizendo. Eu consegui duas prisões contra o Daniel Dantas. E fui eu que pedi. A Polícia pediu, não foi o Ministério Público nem a Justiça.

- E vai vir ainda, para ratificar todo esse trabalho que nós realizamos aí ao longo de 4 anos, a condenação do Daniel Dantas pesada. Pode escrever aí: vai vir uma condenação pesada contra o Daniel Dantas. Aí me falam, me cobram: "Será que ele vai ficar preso, Protógenes?" Depende de nós. Aí já não depende do doutor Fausto, nem do Protógenes. Depende de a sociedade exigir, exercer o seu direito constitucional de fazer valer as leis deste País. A lei aqui é para todos. A lei não foi feita para a minoria, não. Não tem segurança para a minoria. Segurança jurídica tem que ser pra todos.

Disse ainda o delegado, e isso você não verá na parte editada do vídeo:

- Ele é um criminoso, é um psicopata que passa 24 horas por dia só pensando nisso, ele tem grande poder de infiltrar-se por todo o aparelho estatal. Eu disse a ele: Você é um psicopata e sua vida é uma bagunça. Você não sabe quantas empresas você tem e nem mesmo quanto dinheiro você tem. Aproveite a prisão e reflita sobre tudo isso.

Histórico

Diante dos estudantes Protógenes Queiroz historiou as operações que já comandou, além da Satiagraha, e recordou a fieira de presos que ele e equipe fizeram: o ex-deputado e esquartejador Hildebrando Pascoal e bando, o contrabandista chinês Law Kin Chong, o ex-governador de São Paulo Paulo Maluf, entre muitos outros menos votados. Protógenes investigou ainda o bilionário russo Boris Berezovski e desmantelou a organização que ligava a MSI ao Corinthians.

Poucas horas depois da palestra de Protógenes, e exatamente um dia antes do julgamento do habeas corpus, a Polícia Federal montou uma batida policial contra o delegado.

Com mandado de apreensão e busca autorizado pelo juiz Ali Mazloum, da 7ª Vara Federal - e contra a opinião do Ministério Público de São Paulo -, policiais federais entraram na casa de Protógenes em Brasília e foram ao quarto do hotel em que estava em São Paulo. Apreenderam o computador, telefones e rádio do delegado.

Do ponto de vista do que pode ser dito em público, o que a PF busca é provas de que o delegado vazou informações da Satiagraha. No mundo real, o que se assiste é mais um capítulo da batalha interna das forças policiais e de inteligência do governo federal.

Em resumo. A operação, de 4 anos, para investigar e prender Daniel Dantas foi autorizada, no mínimo, pelo então chefe da Polícia Federal, Paulo Lacerda. Quando Lacerda deixou a PF e foi para a Abin, o novo diretor da PF, Luiz Fernando Correa, e seu Chefe de Inteligência, Daniel Lorenz, pretenderam ter o controle absoluto e cotidiano da operação.

Protógenes se recusou a tanto. Temia a entrega de absolutamente todas as informações, e não apenas do que é normal numa operação desse porte. Temia o vazamento. Por meios ortodoxos e também heterodoxos, vazamentos já haviam ocorrido ao longo dos 4 anos de operação. Protógenes tinha razão. No dia 26 de abril, fruto de um vazamento interno - cujos detalhes Terra Magazine esmiuçará ainda hoje - o jornal Folha de S.Paulo publicou os contornos da operação que só se daria quase dois meses depois. Dantas, ali, entrou com um pedido de habeas corpus.

A pedido de Protógenes Queiroz, o Ministério Público Federal de São Paulo investiga os vazamentos na cúpula da Polícia Federal. É neste contexto, também, que deve ser percebida a ação da PF contra seu delegado.

Na noite da terça-feira, o delegado Protógenes tinha a seu lado na mesa o jornalista e professor José Arbex Jr. e a estudante de jornalismo, 2° ano, Marcela Rocha. Ela é autora da entrevista com o delegado que se lê abaixo e também de um perfil a ser publicado no jornal dos estudantes de jornalismo da PUC, Contraponto. Também dela são as fotos que aqui se vê.

O vídeo postado por Terra Magazine foi editado pelo estudante do 4° ano, Rafael Thomé, no laboratório de vídeo da PUC, que funcionou até a madrugada de hoje por especial deferência dos responsáveis; Lucas Caugelli, Cristiano Terra e Lucia Yamanaka.

A ENTREVISTA


Comprovante do curso de aperfeiçoamento feito pelo
delegado Protógenes Queiroz na Academia Nacional de Polícia

Como se dá a relação da Polícia Federal com a Abin? Quem pode realmente fazer grampos?
A relação da Abin com a Polícia Federal é uma relação constitucional, disposta na lei. No nosso dia-a-dia os membros das diretorias se comunicam, é uma parceria no âmbito legal e institucional. A Abin não tem atribuição para interceptar, ela apenas pode coletar dados de fontes abertas, mas se serve dos dados coletados pela PF, a qual tem poder para produzir conhecimento através de interceptações telefônicas. No caso da operação Satiagraha foram cumpridos todos os requisitos processuais previstos pela lei a respeito das interceptações e da própria investigação. Fomos suspeitos de fazer grampos ilegais porque criaram escândalos atrás de escândalos para desviar as atenções do alvo principal, o senhor Daniel Dantas e sua organização, encobrindo uma conduta criminosa. Uma das especialidades do Dantas é fabricar escândalos como uma forma de pressão para conseguir o que quer. Por mais de uma vez, fez isso nos EUA, no Brasil e na Itália. Para isto, conta com a ajuda de alguns jornalistas; eu fiz referência a eles na investigação. Dantas se mantém pagando a grande mídia para manipular o consciente coletivo contra os investigadores. Por isso que hoje se fala tanto da conduta dos funcionários da PF e seus métodos. Quando a justiça decreta prisão, ela já valida inclusive os métodos de investigação, então não cabe este tipo de especulação. Se houve interceptação clandestina, provem!

Como o senhor avalia a mudança da lei de interceptação telefônica?
Criar mecanismos de controle mais rígidos vão servir para criminalizar a atividade policial. Mas não estou vendo ninguém falar em criar mecanismos de controle mais rigorosos ao crime de corrupção. Afirmaram que houve grampo clandestino para a interceptação de uma conversa entre o presidente do Supremo e um senador da República. Até hoje não mostraram o áudio deste grampo, só a conversa transcrita. A interceptação sob o ponto de vista técnico é a captação sonora do diálogo de duas pessoas. No caso não houve isto, logo não há o que se falar em interceptação sem áudio. Em vez de criarem dispositivos que agravem a pena para os crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, sonegação fiscal, formação de quadrilha, criam dispositivos que, cada vez mais, inviabilizam o trabalho de combate a estes crimes. As propostas debatidas no âmbito legislativo me parecem atender a uma classe privilegiada. Segurança jurídica no Brasil, só para as necessidades da minoria.

O uso das algemas foi abusivo?
Uma decisão do STF cumpre-se e não se discute. Mas o que tenho que observar é que quando o STF edita uma súmula desta natureza, na minha avaliação, foi de uma forma casuística e oportunista. Por que agora, só com o Daniel Dantas e o grupo Opportunity? Tantos casos com pessoas pobres tiveram situações semelhantes e nunca foram levados ao Supremo. Modificar uma lei para proteger um bandido é um ato insano e desrespeitoso.

Qual a porcentagem da elite política brasileira que está envolvida com esta organização criminosa?
Colocando a elite de uma maneira geral, arriscaria dizer que é perto de 100%. O fato de Dantas só ter ficado 48 horas preso e as medidas que foram e estão sendo tomadas para o proteger, nos permite quantificar o comprometimento da elite brasileira. Satiagraha significa resistência pacífica e silenciosa. Temos que resistir para que essa elite se exponha ao longo do processo e para que possamos (sociedade civil) cobrar dela depois por estes atos insanos contra a sociedade e contra o país.

Como foram as investigações da Satiagraha?
Os que me antecederam nas investigações encontraram dificuldades de investigar o Dantas por ele ser uma pessoa com capilaridade e poder muito grandes. Tem envolvimento com várias pessoas de níveis altíssimos dentro do governo e de partidos políticos.

Quais foram as dificuldades enfrentadas na investigação? O afastamento do Dr. Paulo Lacerda e o convite para ser diretor-geral da Abin, também afastado, foi uma decisão arbitrária para minar as investigações?
Durante a gestão do Dr. Paulo Lacerda ele fornecia todo o aparato necessário para a investigação. É fato que numa operação destas é muito delicado o afastamento do diretor, portanto, no próprio planejamento contávamos com a presença dele do começo ao fim dos trabalhos. Sabíamos que se ele não permanecesse haveria dificuldades. Uma troca, ainda que planejada, sempre traz prejuízos. Vide o que nos aconteceu, tivemos dificuldades que atribuo a essa troca repentina em que o novo Diretor Geral não teve oportunidade para conhecer o funcionamento da PF, atrapalhando o andamento das operações. Tentamos superar na medida do possível para que a operação fosse o sucesso que foi. Na minha avaliação a sociedade ganhou muito por conta do debate que existiu em torno do caso. Se colocarmos proporcionalmente quanto ganha um policial federal para o quanto ele combate de corrupção é necessário que ele tenha uma formação de caráter muito sólida para não se corromper. Por isso que, ao longo destes quase dez anos de PF, a equipe de profissionais que está comigo não se deixa corromper, temos uma formação ética e moral semelhante. Discordo profundamente do chavão que diz: "todo mundo tem o seu preço." Não tem dinheiro que pague ver um corrupto algemado e sendo levado para cadeia. O salário de um Policial Federal não é ruim, e o reconhecimento da sociedade é gratificante. Não preciso sair de casa com vergonha ou medo da reação das pessoas, mas os bilionários que investiguei, te dou certeza que alguns deles nem dormem. Quando leio os jornais, vejo muita coisa construída em função dos interesses destas pessoas. Por isso, olho para os jornais com descrença.

O senhor foi ameaçado ou sofreu retaliações durante a operação Satiagraha?
Por conta de ameaças em operações anteriores, meu filho quase não nasce. Fui muito atacado durante e depois da operação. Todas as dificuldades que me impuseram apresentei ao Ministério Público para que fosse apurado. Houve falta de gente, de equipamentos, "perdi" informações importantes e mudei de ambiente de trabalho mais de uma vez; isto atrasou a investigação. Houve interesse em atrasar, é claro, tanto que durante a operação os bandidos sabiam de todos os meus passos - desde o avião que eu pegava, o horário do vôo até a cidade em que eu estava. Por conta disto passei a me deslocar de ônibus. Tinha equipes de investigação contra mim, identifiquei os carros e as pessoas, tinha inclusive gente da Polícia Federal. Tentaram me incriminar de todas as formas.

E os jornalistas supostamente envolvidos no caso, como o senhor avalia a cobertura da mídia?
Tenho uma profunda admiração por jornalistas investigativos, mas acho necessário pesar em que medida o "furo" não vai inviabilizar as investigações da Polícia Federal. A tiragem total dos jornais diários é mais ou menos 2 milhões, portanto é preciso ponderar se haverá malefícios às investigações e, por conseqüência, ao país. Um jornal diário, por exemplo, tem uma tiragem de 400 mil exemplares aproximadamente, tem sim que levar em conta não só o próprio jornal e suas vendas, mas também em que medida soltar aquela notícia favoreceria os investigados ou não. Uma notícia pode colocar em risco tanto a operação quanto as vidas dos policiais envolvidos. No caso Satiagraha houve um vazamento de informação que foi notícia na Folha de S.Paulo no dia 26 de abril, um sábado. Por conta disto é que o Dantas pediu habeas corpus preventivo. Qual a relevância desta notícia, naquele dia para a maior parte da população? Nenhuma, naquele momento. O "furo" poderia ter esperado. Este episódio dificultou a operação, o que me faz crer que foi uma coisa dirigida para prejudicar o trabalho do Estado e facilitar a vida dos investigados. A partir daí tive que fazer uma reengenharia de todo o trabalho para ele não se perder. Se eu não tivesse aberto, no inquérito, um capítulo sobre mídia, quem acreditaria em mim? A revista Veja, a IstoÉ ou Época? Com certeza nenhuma delas e nem a sociedade.

Quem é Gilmar Mendes?
Só o conheço como Presidente do Supremo Tribunal Federal e tenho o maior respeito. Mas o tempo é o senhor da razão.

Pode falar um pouco da relação entre o Naji Nahas e o ex-prefeito Celso Pitta? O Mangabeira Unger também está envolvido?
O Naji Nahas vive de informações privilegiadas, assim desvia dinheiro e dá prejuízo nas bolsas de valores e nos mercados de capitais. Ele surge na investigação de uma forma derivada. O alvo não era ele, mas aparece envolvido em negócios com o Daniel Dantas, bem como o Celso Pitta que surge se beneficiando das operações montadas pelo Nahas. O ministro Mangabeira foi advogado do Daniel Dantas e participou de algumas estratégias e acordos praticados pelo empresário. Mas, por ser ministro, ele tem foro privilegiado e não pode ser investigado.

O senhor fez mesmo o curso que seria a causa do seu afastamento do caso? Ele inviabilizava a sua participação nas investigações?
Sim, fiz o curso. Ele exigiria de mim um período de 30 dias para aulas presenciais. Mas não inviabilizava a minha participação nas investigações. Tivemos uma reunião de quase quatro horas para debater diversos assuntos, inclusive o meu afastamento. Eu poderia continuar nas investigações para fazer o trabalho de inteligência e analisar o material apreendido, trabalharia aos finais de semana e prosseguiria no comando sem nenhum problema, até porque um período de 30 dias não comprometeria as investigações. Mas não me foi permitido, foi uma decisão superior, mesmo sabendo que dava para conciliar sem prejuízos tanto para o curso quanto para a operação.

Ao término do curso, em novembro, o senhor volta para as investigações?
Não vou voltar para as investigações.

Como o senhor acha que vai acabar a operação Satiagraha?
Espero que acabe com uma boa reforma política nesse país. O sintoma já esta aparecendo nessas eleições municipais. Se hoje o Daniel Dantas fica 48 horas na prisão, amanhã ele pode receber uma condenação em sede de primeira instância. E vai receber. Tenho plena certeza disto porque autoria e materialidade, de corrupção e gestão fraudulenta, já foram constatadas. Com absoluta certeza ele vai ser condenado porque a Suprema Corte não é formada só pelo seu presidente; lá cada um teve a sua formação de caráter e acredito nos membros da Suprema Corte do Brasil. Depois de todo esse debate público que se formou em torno do caso tenho as minhas dúvidas de que Dantas continue a tratar o nosso Supremo como antes. Valeu a pena passar 15 dias à base de bolacha e café aqui na nossa base operacional, que era neste hotel onde me hospedo hoje. Após a operação fiquei gago e com perda temporária de memória. Mesmo assim recebi determinações superiores do Diretor Geral de que eu deveria ir a público. Num primeiro momento me recusei por que nunca tinha dado uma entrevista antes e estava bastante debilitado para isto. Fui praticamente obrigado e tive que acatar. A leitura que faço disto é que a decisão da administração da PF tinha o objetivo de me expor: "Jornais, conheçam esta fera e a destruam". Tanto que, logo depois das entrevistas, houve a abertura de inquérito contra mim e toda equipe. (cantarola) "Joga pedra na Geni. Ela é feita pra apanhar. Ela é boa de cuspir... Maldita Geni..."
Fonte: Site Terra Magazine.

Um comentário:

Anônimo disse...

Temos o hábito de nos conformar com certas coisas por "acharmos" que não temos poder para destruí-las.Se pararmos pra pensar, lembraremos de uma série de eventos, ao longo da existência da humanidade, que ocorreram a partir de grupos oprimidos por outros que se achavam os "donos do pedaço", para recuperação de direitos honestos. E se lembrarmos também que com frequência vimos sair do meio da elite, pessoas, também com influência, que se juntaram as causas dos oprimidos, vamos perceber que não estamos sozinhos.
Metade da história contida em Paris, se trata de liberdade e igualdade (prisão que foi  destruida por oprimidos, monumento onde decapitaram nobres opressores, exaltação a mulher que virou santa e que ficou conhecida por lutar pela sua terra, mais monumentos festejando as diversas vezes em que saíram vitoriosos na defesa da liberdade e de suas terras, e por ai vai).
Aqui no Brasil, não foi uma princesa que "ajudou" na liberdade dos negros sequestrados em suas terras para trabalharem de graça?
E o extermínio da família real russa e a tomada à força, do poder pelo "povo", também não são exemplos?
O que vem acontecendo neste início de século, é a volta disso, de forma mais civilizada.
A humanidade afinal aprende com o tempo...
É verdade que depois nos acomodamos, mas de tempos em tempos precisamos pegar de volta o que nos tomam.
O que vimos no Brasil com a colocação do Lula no poder, o que vimos nas eleições citadas na matéria, que "limparam" as assembléias e prefeituras, o Obama eleito Presidente dos EEUU, tudo isso é resultado de opressão.
Passamos séculos ouvindo mentiras e sendo roubados por um tipo de gente que não consegue mais se sustentar nessas mentiras.
No mundo inteiro as máscaras estão caindo.
Afinal é a maioria que realmente determina o rumo das coisas, e não podemos nos esquecer disso.
Para combinar com os novos tempos, agora precisamos separar o joio do trigo para respirarmos um pouco.
Trabalho feroz vai precisar ser feito em um pedaço da nossa sociedade que está quase que totalmente podre. E a parte que está sã não consegue sobrepujar, por que também está oprimida.
Este pedaço é a Justiça Brasileira.
Está de dar náuseas.
O que vemos a todo instante é proteção judicial a empresários corruptores e desonestos que só pensam em ganhar dinheiro fácil.
Não se pode falar que não trabalham, por que ralam muito para formarem seus lobs, mas não é esse tipo de trabalho que desejamos ver nos empresários brasileiros.
E definitivamente, a maioria prefere o País desenvolvido e civilizado.
Uma das formas de fazermos isso, sem ter que decapitar em praça pública os malfeitores, é prestar atenção nas eleições...
Neste instante, um ótimo exemplo são os EEUU.
Presidente e Congresso sob os mesmos ideais, que desta vez são "nobres".
Ao Nobre Grupo que luta contra o desmando, a sofisma, o mal caratismo, enfim, crimes na própria acepção da palavra, os meus votos de MUITO SUCESSO.
Penso que a maioria do povo brasileiro conta com vocês.
E não esqueçam de pedir ajuda se precisarem...