O governo dos EUA reconheceu pela primeira vez que oficiais americanos e italianos discutiram a realização de pagamentos aos taliban no Afeganistão para não atacarem o destacamento italiano da Nato na região de Sarobi, a leste de Cabul, afirma o The Times de Londres este sábado. Na sexta, o jornal publicara declarações de um comandante taliban que afirmava que "o acordado era que nenhum lado atacasse o outro". O governo italiano continua a negar o suborno.
Segundo o diário britânico The Times, o comandante taliban Mohammed Ishmayel deixou claros os termos: "o acordado era que nenhum lado atacasse o outro", o que sucedeu durante a presença dos efectivos italianos na região de Sarobi, a leste de Cabul.
Mas o comando italiano, ao ser substituído pelos franceses, não os informou do acordo. O resultado foi que os taliban emboscaram uma patrulha francesa em Agosto de 2008, por considerarem que este tinha sido violado. Na ocasião, morreram dez militares franceses.
O The Times citou também um alto quadro do governo de Cabul que revelou que os italianos subornaram as milícias taliban na região de Herat.
Segundo o diário britânico, fontes ocidentais confirmaram que "muitos países da Nato cujos efectivos operam em regiões rurais pagam aos insurrectos para não serem atacados".
Em Itália, membros do governo de Silvio Berlusconi e do anterior de Romano Prodi negaram ter conhecimento da existência de qualquer operação de suborno. O gabinete de Berlusconi divulgou um comunicado garantindo "nunca ter autorizado qualquer tipo de pagamento a elementos da guerrilha taliban".
Hervé Morin, ministro da Defesa francês, disse que a ideia de que um exército podia pagar aos taliban para não ser atacado vira-se contra qualquer doutrina militar, e afirmou não ter motivos para pôr em causa a palavra do governo italiano.
O Canadá também negou ter pago aos taliban em troca de paz, depois de uma fonte do exército afegão ter dito a uma agência de notícias que as tropas canadianas tinham pago aos insurgentes em Kandahar.
Fonte:Esquerda.net
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