Quando Daniel era ainda um menininho, a professora do jardim de infância pediu aos alunos que fizessem um desenho de alguma coisa que eles amassem.
Daniel desenhou a sua família
Depois, traçou um grande círculo com lápis vermelho ao redor das figuras.
Desejando escrever uma palavra acima do círculo, ele saiu de sua mesinha e foi até à mesa da professora e disse:
Professora, como se escr...?
Ela não deixou que ele concluísse a pergunta.
Mandou que voltasse para o seu lugar e não se atrevesse mais a interromper a aula.
Daniel dobrou o papel e o guardou no bolso. Quando retornou para sua casa, naquele dia, ele se lembrou do desenho e o tirou do bolso.
Alisou-o bem sobre a mesa da cozinha, foi até sua mochila, pegou um lápis e olhou para o grande círculo vermelho.
Sua mãe estava preparando o jantar, indo e vindo do fogão para a pia, da pia para a mesa...
Ele queria terminar o desenho antes de mostrá-lo para ela e disse:
Mamãe, como se escreve...?
Menino, não dá para ver que estou ocupada agora?
Vá brincar lá fora.
E não bata a porta, foi a resposta dela.
Ele dobrou o desenho e o guardou no bolso.
Naquela noite, ele tirou outra vez o desenho do bolso.
Olhou para o grande círculo vermelho, foi até à cozinha e pegou o lápis. Ele queria terminar o desenho antes de mostrá-lo para seu pai.
Alisou bem as dobras e colocou o desenho no chão da sala, perto da poltrona reclinável do seu pai e disse:
Papai, como se escreve...?
Daniel, estou lendo o jornal e não quero ser interrompido. Vá brincar lá fora.
O garoto dobrou o desenho e o guardou no bolso.
No dia seguinte, quando sua mãe separava a roupa para lavar, encontrou no bolso da calça do filho enrolados num papel, uma pedrinha, um pedaço de barbante e duas bolinhas de gude.
Todos os tesouros que ele catara enquanto brincava fora de casa.
Ela nem abriu o papel.
Atirou tudo no lixo.
Os anos passaram...
Quando Daniel tinha 28 anos, sua filha Giovanna fez um desenho. Era o desenho de sua família.
O pai riu quando ela apontou uma figura alta, de forma indefinida e ela disse:
Este aqui é você, papai!
A garotinha também riu.
O pai olhou para o grande círculo vermelho feito por sua filha, ao redor das figuras e lentamente começou a passar o dedo sobre o círculo...
Giovanna desceu rapidamente do colo do pai e avisou:
Eu volto logo! E voltou. Com um lápis na mão.
Acomodou-se outra vez nos joelhos do pai, posicionou a ponta do lápis perto do topo do grande círculo vermelho e perguntou:
Papai, como se escreve amor?
Ele abraçou a filha, tomou a sua mãozinha e a foi conduzindo, devagar, ajudando a formar as letras, enquanto dizia:
Amor, querida,
amor se escreve com as letras
T... E... M... P ...O
Conjugue o verbo amar todo o tempo.
Use o seu tempo para amar!
Crie um tempo extra para amar, não esquecendo que para os filhos, em especial, o que importa é ter quem ouça e opine, quem participe e vibre, quem conheça e incentive.
Não espere seu filho ter que descobrir sozinho como se soletra
amor,
família,
afeição.
Por fim, lembre:
se você não tiver tempo para amar, crie.
Afinal, o ser humano é um poço de criatividade e o tempo...
...bom,
o tempo é uma questão de escolha.
Fonte:Site Doutrina Espírita
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