terça-feira, 12 de janeiro de 2010

ANOS DE CHUMBO - O medo do julgamento da história.

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Salvador Allende e Hortensia Bussi
Em Honduras, no Chile, no Brasil... Lá como aqui os golpistas têm medo do julgamento da história e do direito internacional, das cortes criminais como a de Haia. No Brasil, uma grande polêmica e resistência ao Plano Nacional de Direitos Humanos e à criação de uma Comissão da Verdade e Justiça. No Chile, a inauguração do Museu da Memória, como o chamou a presidenta Michelle Bachelet, ou Museu da Ditadura, como o chamam os chilenos sobre as lembranças dos sangrentos anos do general Augusto Pinochet gera um fato político.
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Salvador Allende e Hortensia Bussi


Em Honduras, no Chile, no Brasil... Lá como aqui os golpistas têm medo do julgamento da história e do direito internacional, das cortes criminais como a de Haia, reconhecida pelo nosso país, mas que os Estados Unidos, por exemplo, não reconhecem, ao contrário de toda a comunidade mundial.

No Brasil, uma grande polêmica e resistência ao Plano Nacional de Direitos Humanos e à criação de uma Comissão da Verdade e Justiça. No Chile, a inauguração do Museu da Memória - como o chamou a presidenta Michelle Bachelet, ou Museu da Ditadura, como o chamam os chilenos sobre as lembranças dos sangrentos anos do general Augusto Pinochet - gera um fato político.

A uma semana do 2º turno da eleição presidencial chilena, o candidato da direita, Sebastián Piñera se queixa que nessa reta final a lembrança na campanha dos crimes da ditadura o prejudica. Ele cai nas pesquisas e o candidato da situação (Concertacion), Eduardo Frei Filho, reduz a diferença nas pesquisas e pode ganhar domingo.

No continente latinoamericano, o de sempre

Em Honduras, os militares e civis, a elite conservadora que domina e controla a vida econômica e política do país, ligada aos republicanos americanos, faz de tudo para legalizar o golpe. Querem convencer o presidente que depuseram, Manuel Zelaya, a aceitar um acordo que o anistia, mas estende o mesmo benefício aos golpistas. Zelaya se mantém firme na recusa.

A última tentativa é a denúncia do Ministério Público (MP) de lá contra os golpistas pela expulsão de Zelaya do país. A Constituição hondurenha proíbe a expatriação, aceita pela Suprema Corte, que alinha entre seus argumentos a aceitação do golpe como legal.

Para tanto, recorre à famosa tese do contragolpe tão ao gosto de nossa direita nos anos 50 e 60, até que conseguiu dar aqui o de 64, exatamente acusando o presidente João Goulart - Jango - de estar preparando um golpe sindicalista-comunista. Naquele ano aqui; no Chile em 1973, com a deposição e morte do presidente Salvador Allende; em Honduras agora, o de sempre: tudo para justificar e legitimar o crime de violar pelas armas a Constituição e a democracia.
Fonte:Blog do Zé

Foto: Acervo Fundação Salvador Allende

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