sexta-feira, 7 de junho de 2013

POLÍTICA - Por que não Lula?


O Pelé do PT segue na reserva

João Gualberto Jr. O Tempo
O chuveiro estragou? A pia entupiu? O carro quebrou? A lâmpada queimou? Chame o “SuperLula”! O “amigo certo nas horas incertas”, como diz o slogan bem-bolado do Corpo de Bombeiros mineiro em citação a Roberto e Erasmo.
Que o ex-presidente apaga incêndios e contém vazamentos, isso todo mundo sabe. Acontece que, até o momento, as intervenções dele limitam-se às situações em que as chamas e os alagamentos ainda não se tornaram públicos, ou seja, quando seu “povo” é garantido fora do perigo. Mas, correndo-se risco mais sério, uma chamada para o 193 em escala nacional, partindo de uma linha do Palácio do Planalto, nunca esteve fora de questão ou fora de área.
Convém passar de uma metaforização barata para outra e cair num campo mais dileto do personagem principal desta coluna. A tese de que o PT tem um “Pelé no banco de reservas” está em vias de ser retomada. Esse discurso surgiu há mais ou menos dois anos e meio, pela boca do ministro da Secretaria Geral da própria Dilma Rousseff, Gilberto Carvalho. Eram os primeiros anos do novo governo, com uma chefe ainda desconhecida pela sociedade e pela imprensa. O ministro, que passou de uma gestão para outra, foi questionado sobre a hipótese de as coisas não andarem bem com Dilma. “Se não der certo, temos um curinga”, admitiu Carvalho em entrevista, repetindo, depois, o caso do Pelé.
HADDAD LEMBROU…
Noutro dia, em plena festa de 1º de Maio, em São Paulo, o prefeito petista Fernando Haddad lembrou que Lula está clinicamente curado do câncer na laringe e, confrontado sobre uma possível tentativa de ele voltar à Presidência, o chefe do Executivo paulistano soltou: “por que não?” Ele se referia a 2018. Entretanto, a respeito de 2014, por que não?
Essa possibilidade, ainda que de forma remota, começa a reabitar as análises de jornalistas especializados e, certamente, as conversas no meio político. Agora, na cabeça dos cabeças petistas, a estrela maior do partido jamais saiu do aquecimento à beira do gramado. A fala do ministro, ainda que um tanto antiga, reforça a impressão.
O Bolsa Família vai acabar? Os 13,8 milhões de grupos beneficiados, pessoas pobres que dependem do recurso todo mês para sobreviver, ficaram contrariados com a boataria? A inflação resiste apesar das tacadas do Banco Central? O PIB não deslancha ainda que a isenção do IPI seja renovada de tempos em tempos? O 193 é o número em caso de alerta.
A pré-candidata ao Planalto pelo PT é Dilma Rousseff. Natural que seja ela, afinal já está no cargo e pode concorrer à reeleição – melhor acreditar que não acontecerá aquilo que ocorreu com o prefeito de Recife, João da Costa, no ano passado. Vamos aguardar, contudo, a tendência que as próximas pesquisas de popularidade da presidente vão apontar.

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