quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

MÍDIA - Manipulação da mídia golpista.

Grandes veículos manipularam informações sobre a Confecom, diz presidente da FENAJ

23/12/2009 |
Redação
FENAJ - Federação Nacional dos Jornalistas

Tanto os veículos que não participaram da 1ª Conferência Nacional de Comunicação quanto alguns dos que participaram se exacerbaram na deturpação e manipulação do conteúdo dos debates e propostas, desinformando a sociedade. Tal avaliação é do presidente da FENAJ, Sérgio Murillo de Andrade. Para ele, o centro das preocupações da grande imprensa foi combater as propostas dos jornalistas para a democratização da comunicação no Brasil. Em encontro com jornalistas nesta segunda-feira (21/12), o presidente Lula fez uma avaliação positiva da 1ª Confecom.

Realizada de 14 a 17 de dezembro, em Brasília, a 1ª Confecom reuniu mais de duas mil pessoas entre delegados, observadores e convidados. Propostas que os jornalistas brasileiros defendem há décadas, como a exigência do diploma para o exercício da profissão e uma nova Lei de Imprensa, e outras mais recentes, como as de criação do Conselho Federal dos Jornalistas e de um código de ética para o Jornalismo no país, foram aprovadas com amplo apoio na conferência.

O balanço da conferência vem ganhando destaque nos últimos dias. Para o vice-presidente da FENAJ, presidente da Federação de Jornalistas da América Latina e do Caribe (Fepalc), coordenador do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação e membro da comissão organizadora da 1ª Confecom, Celso Schröder, a realização da conferência colocou o tema na agenda política do país. A definição de políticas públicas para a comunicação brasileira não pode se dar apenas a partir dos interesses dos donos da mídia, disse. Para Schröder, a 1ª Confecom deixou claro que a propriedade cruzada e o monopólio dos meios de comunicação impedem a pluralidade de visões sobre os fatos, a diversificação e a ampliação da produção cultural no país.

O consultor Jurídico do Ministério das Comunicações e presidente da comissão organizadora da I Conferência Nacional de Comunicação, Marcelo Bechara, também fez, em declarações a diversos veículos, uma avaliação positiva da conferência e de suas resoluções. E destacou que a luta pela manutenção da obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão de jornalista foi uma das principais bandeiras apresentadas pela sociedade civil, em várias etapas estaduais da Confecom. Durante as etapas preparatórias ele não se manifestou sobre a questão para não influenciar os participantes. Mas no dia 17 de dezembro votou favoravelmente à proposta de resolução sobre a questão na plenária final.

Liberdade de imprensa

Em encontro com profissionais que fazem a cobertura jornalística do Palácio do Planalto, nesta segunda-feira (21), o presidente Lula avaliou que o país está vivendo intensamente a liberdade de imprensa. Lula elogiou o envolvimento de diversos setores na construção da Conferência e também a considerou positiva. O que a gente percebeu é que a gente destravou uma coisa que estava tensionada, e as pessoas puderam descobrir que essa convivência democrática na diversidade é o melhor jeito de a gente construir um novo marco regulatório para as telecomunicações no Brasil, afirmou.

Discurso desafinado

A maioria dos grandes veículos de comunicação no país, no entanto, buscou desqualificar a 1ª Confecom antes, durante e depois de sua realização. Descontente com tal cobertura, o presidente da FENAJ, Sérgio Murillo de Andrade, observou que as críticas dos veículos se concentraram no combate às propostas dos jornalistas. Neste discurso desafinado com a realidade, os veículos que não participaram da Conferência e alguns dos que participaram se exacerbaram na deturpação e manipulação do conteúdo dos debates e propostas, desinformando a sociedade, disparou. Segundo ele, os proprietários dos veículos querem que a comunicação no Brasil funcione como terra sem lei.

Como exemplo ele cita a cobertura em relação à proposta de criação de um conselho federal dos jornalistas. A proposta da FENAJ é constituir uma OAB dos jornalistas, com funções de fiscalizar o registro dos profissionais, defender uma formação de qualidade e zelar pela aplicação do código de ética. Não tem nada a ver com censura é grosseira a distorção, reclama o presidente da Federação. Segundo ele, a maioria dos países democráticos do mundo tem conselhos de imprensa que atuam na fiscalização das ações do Estado e na defesa da liberdade de imprensa. O conteúdo da proposta da FENAJ para o debate com a sociedade está em http://www.fenaj.org.br/cfj/projeto_cfj.htm

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