Escrito pelo leitor Roberto Peixoto, cuja participação com este belo texto neste blog, fazemos questão de agradecer.
BORIS CASOY, VOCÊ É UMA VERGONHA
Na última quinta-feira, 31 de janeiro, Boris Casoy, âncora do Jornal da Band, quando fazia a abertura do citado jornal sem perceber que o áudio estava aberto, fez o seguinte comentário: ""Que merda... dois lixeiros desejando felicidades... do alto de suas vassouras... dois lixeiros... o mais baixo da escala do trabalho..”. Isso após o jornalismo da Band, ter colocado no ar as figuras simples e humildes de dois garis que desejavam a todo o Brasil um Feliz Ano Novo, com saúde, paz, dinheiro e felicidades”. Ao fundo se ouvia risadas, talvez dos seus colegas de jornalismo.
Este é o verdadeiro Boris Casoy, reconhecidamente um jornalista de posições conservadoras, direitista e que agora mostra o que pensa sobre os seres humanos, trabalhadores que não fazem parte daqueles que transitam na sua faixa de renda. Sim, este é o verdadeiro Boris Casoy: preconceituoso, classista, elitista, e com certeza um representante do lado mais obscuro da sociedade brasileira.
A manifestação de carinho da classe trabalhadora para o povo brasileiro expressada através daqueles que limpam o lixo das ruas, foi tratada com cinismo por parte deste pseudo jornalista. Fico imaginando qual seria a reação do Casoy, se os desejos de Feliz Ano Novo fossem proferidos por muitos daqueles que não limpam o lixo das ruas, mas escondem o “lixo da imoralidade político- administrativa”, muitas vezes por baixo dos microfones e das câmeras da parte de um jornalismo que felizmente, no Brasil já começa a ser minoria, mas o Boris é um dos seus representantes.
Ele é uma prova inequívoca dos que se escondem por trás do poder da mídia para dizer o que pensam quando interessa ao sistema e aos seus patrões, consequentemente, calam-se quando o que deveria ser dito interessa à maioria da população. Essa é uma tese já amplamente debatida sociologicamente, que é a de que “a comunicação constrói a realidade e quem tem a comunicação tem o poder”.
Na cabeça de pessoas como o Boris Casoy, a felicidade, a paz.a saúde e um Ano Novo não podem vir dos corações ou do alto dos que usam vassouras como instrumento de trabalho. Um fato curioso foi o pedido de desculpas no Jornal da Band do dia 1 de janeiro. A ofensa durou precisamente 17 segundos, o pálido pedido de desculpas foi de apenas 12 segundos, quando o Casóy, de cara lisa e cabelo engomado, afirmou: “num vazamento de áudio eu disse uma frase infeliz que ofendeu os garis. Por isso eu quero pedir profundas desculpas aos garis e aos telespectadores do Jornal da Band.”
Você, Boris, não ofendeu apenas aos garis. Você não ofendeu aos telespectadores do seu jornal, que segundo o IBOPE, já são tão poucos(sete pontos em média) e vai piorar depois do que você fez. Casoy, você ofendeu a grande maioria da sociedade brasileira que não compactua com atitudes descabidas como a que você tomou quando agrediu covardemente à classe trabalhadora do Brasil ali representada pelos varredores de ruas.
Agora caiu a máscara. Você que era visto como um justiceiro implacável, a palmatória do mundo sempre pronto para bater nos corruptos e safados de toda espécie. Criador de bordões que impressionaram um segmento limitado de telespectadores agora nem isso deverá ter. O Brasil é que vai dizer: Boris Casoy, você é uma vergonha agora passada a limpo.
Roberto Peixoto é professor universitário
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