sábado, 9 de janeiro de 2010

POLÍTICA - Luta política às escondidas.

No Brasil é assim, a direita não se assume. Faz luta política... No Brasil é assim, a direita não se assume. Faz luta política às escondidas, agora o pretexto é o Plano Nacional de Direitos Humanos: começou com os militares que protestaram contra o obvio, uma vez que todos os países que sofreram ditaduras militares, começando pela Espanha e terminando pelo Chile, para citar dois exemplos de democracia e de transição tão admirados pela nossa direita tupiniquim, instalaram comissões da verdade e justiça. Esses países apagaram da memória os símbolos da ditadura e levaram aos tribunais os criminosos, os que praticaram atos contra os direitos humanos, imprescritíveis conforme a legislação internacional, como a tortura.

Agora também a pretexto de criticar o PNDH, colocaram a colher no debate a CNBB, a presidente da CNA, Kátia Abreu; o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, as entidades representativas da mídia, ABERT e ANJ. Todos se escondendo detrás do decreto para defender seus interesses e posições ideológicas. A Igreja, o atraso, preconceito puro contra o a descriminalização do aborto e contra a união de pessoas do mesmo sexo, num sinal perigoso e claro de homofobia. No Brasil a Igreja está separada do Estado desde o surgimento da República, o Estado é laico, plural, logo símbolos religiosos em repartições públicas representam violação da Constituição, somente são exibidos pelo caráter religioso e cristão do nosso povo, mas existem outras religiões e a elas deve ser dado o mesmo tratamento.

Já no caso da senadora Kátia Abreu e do ministro da Agricultura, eles ficam contra o obvio. Em todo conflito social precisamos de mediadores e fiscais, que controlem o uso da força policial autorizada pela justiça. Isso já acontece hoje, quando para evitar as cenas de violência e covardia que assistimos em Corumbiara e Eldorado dos Carajás, com dezenas de mortes, de forma vil e abjeta, o Ministério Público e a Ouvidoria do Ministério do Desenvolvimento Agrário acompanharam a reintegração de posse, negociando uma desocupação pacífica, muitas vezes solucionando o conflito definitivamente com acesso à terra como manda a Constituição.

Mas a posição mais grave é como sempre a dos donos da mídia. Querem ficar acima da Lei, não aceitam nenhum tipo de regulação, nenhum controle social ou fiscalização, como ocorre em todos os países democráticas, com leis e agências para fazer esse papel. São contra que se estabeleça um ranking, como a mídia faz sobre tudo, sobre a posição de cada veículo com relação aos direitos humanos; não aceitam que sua linha editorial possa ser classificada, comparada com relação a defesa dos direitos humanos, uma avaliação tão democrática e livre como as que fazem, repito, de tudo e de todos diariamente, já que no Brasil os donos da mídia, em nome da liberdade de imprensa e expressão, pagam jornalistas que pretendem ser a consciência critica da sociedade e dos costumes, da moral, da família, da política, verdadeiros juízes, sem apelação, do governo e dos partidos – o que talvez explique a queda constante da audiência e da venda de jornais e revistas.
Fonte: blog do Zé Dirceu

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