Fundamental, necessária e digna de aplausos a decisão do BNDES de suspender todas as operações com o gigante do setor sucroalcooleiro Cosan, após a companhia ser incluída no cadastro do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), como empresa que mantém trabalhadores em situação de escravidão ou similar.
A suspensão insere-se nos princípios que norteiam o Compromisso Nacional - que cobrei muito aqui no blog - firmado entre usineiros, governo e sindicatos em meados de 2009, para garantir melhoria nas condições de trabalho e salários, principalmente dos que atuam no setor da cana.
No último dia do ano, a Cosan entrou na lista após o resgate de 42 trabalhadores de sua usina Junqueira, em Igarapava (SP). A companhia alega que a responsabilidade pela mão-de-obra era da terceirizada empresa prestadora de serviços à usina, José Luiz Bispo Colheita - ME.
Em junho de 2009, a Cosan obteve junto ao BNDES um crédito de R$ 635,7 milhões para a construção de uma usina de álcool em Jataí (GO). Embora aprovado, o dinheiro não tinha sido repassado e o banco foi exemplar em sua conduta: esse e o de novos contratos só serão liberados quando a companhia sair da lista suja do MTE
Todas as empresas brasileiras precisam abandonar esses processos de terceirização de mão de obra que só servem para violar a leis trabalhista e previdenciária e, mais grave: possibilitam a contratação de trabalho escravo ou em condições degradantes que violam as normas de segurança, alimentação adequada e os direitos trabalhistas e sociais básicos. Medidas com a do BNDES merecem todo nosso apoio. Esse é o Brasil que respeita seu trabalhador.
Fonte: Blog do Zé Dirceu
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