quarta-feira, 23 de abril de 2014

ECONOMIA - Um ataque ao crédito dos bancos públicos.



A reportagem com o título “Crítica ao crescimento do crédito acima da economia brasileira” lembra que em 2003, 1º ano de governo Lula,  a relação crédito/PIB era de 23% e hoje é de 60%. E ataca: apesar da desacelaração da economia, o crédito continua crescendo, ao contrário do que acontece em outros países como os citados pela revista, Estados Unidos e Colômbia.
Exame afirma que isso acontece por causa dos créditos dados pelos bancos públicos, que em 2006 tinham 36% do total dos créditos concedidos no país e hoje detêm 54%. A revista destaca que os bancos oficiais respondem por 2/3 do crescimento do crédito no país. Para ela, isso não é saudável, é a inflação pressionando a oferta de crédito. Para sustentar essa sua avaliação, a Exame ouviu economista Marcos Lisboa.


De forma desonesta, revista acena com espantalhos e terrorismo


De forma desonesta, no final da matéria a revista traz de volta o o risco de uma bolha (na economia) e o espantalho da inadimplência mesmo tendo que reconhecer em seu texto que a indimplência está caindo desde 2012. Nem por isso, deixa de fazer terrorismo: afirma que o crédito em excesso é supremo pecado subsidiado.
No fundo, Exame expressa a posição dominante na mídia conservadora e na oposição, que exigem corte de gastos, aumento dos juros e do superávit, redução do crédito e arrocho salarial como saída para a crise. Como veem, para elas, a saída é via redução da participação do trabalho na renda nacional e não com maior produção, crédito mais barato, e mais ampla distribuição de renda, inclusive através de uma reforma tributária social e federativa.
Aqui, não há como não fazer à Exame, à mídia em geral e à oposição a pergunta que não quer:  o que seria do Brasil na crise de 2008 e na década passada sem o aumento dos salários – em especial do salário mínimo, sempre em índices superiores aos da inflação? Como estaria o país sem o aumento da Previdência, dos gastos sociais e do crédito, sem as desonerações de impostos e sem os investimentos do PAC, da Petrobras e do Minha Casa, Minha Vida?
Nem esperemos que a Exame, a mídia e a oposição deem a resposta. Ela já está dada pela Europa, como exemplo do caminho que a revista, a imprensa e a oposição propõe – a Europa dos brutais desemprego, recessão e queda no padrão de vida. Europa como exemplo do que não deve ser seguido.

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