sábado, 26 de abril de 2014

GEOPOLÍTICA - Imperialismo e focos de guerra.

Do Portal Vermelho.



Imperialismo e focos de guerra

A usina de tergiversações e mentiras em que se converteram os meios de comunicação monopolizados pelo capital privado e certos setores da academia e da produção cultural inventam curiosos e falsos conceitos para camuflar as estratégias do imperialismo e das classes dominantes reacionárias em todo o mundo.

As publicações estão repletas de conceitos como “poder inteligente”, “poder suave”, “imperialismo benigno”, “multilateralismo assertivo”. Agora, entrou em voga a expressão “golpe suave”, com a qual designam as tentativas de derrocar os presidentes da Síria e Venezuela e o golpe de Estado na Ucrânia. É como se a mudança essencial operada na situação internacional nos tempos atuais fosse a conversão do imperialismo ao pacifismo e de sua tendência intrínseca ao autoritarismo em democracia.

Contudo, uma observação atenta da realidade mostra que esta é marcada por focos de conflitos e guerras, com graves ameaças à paz, à segurança dos povos, à soberania nacional, à democracia e ao direito internacional.

Quando parecia que a situação na Ucrânia tomaria novo rumo depois de um acordo firmado em Genebra entre os Estados Unidos, a Rússia, a Ucrânia e a União Europeia, o presidente norte-americano, Barack Obama, fez inopinadas acusações e ameaças de novas sanções contra a Rússia, sob o pretexto de que esta não está cumprindo os acordos destinados a aliviar a tensão. As advertências de Obama são feitas simultaneamente com a realização, pelo governo ucraniano, de ações militares, com a ajuda da CIA e do Pentágono, contra ativistas favoráveis à união com Moscou. A tensão no Leste da Ucrânia está chegando a um ponto elevado.

Efetivamente, os Estados Unidos e seus aliados estão entrincheirados no propósito de isolar politicamente a Rússia e cercá-la militarmente. Nada que se pareça com a propalada cooperação e suavidade. Pressões, chantagens e ameaças são os métodos e as táticas das potências ocidentais.

Os Estados Unidos já deixaram claro que não levam em conta as movimentações diplomáticas da Rússia. O golpe de Estado que patrocinaram, em conluio com a União Europeia e forças fascistas locais, provocou a legítima reação de populações política e linguisticamente ligadas à Rússia que não aceitam o domínio ocidental sobre uma Ucrânia transformada em território de operações militares da Otan e alvo da espoliação econômica dos monopólios da União Europeia. Confrontados com esta realidade, os imperialistas tentam impedir a tendência ao desmembramento da Ucrânia pela via militar, afrontando a Rússia.

Enquanto o cenário se complica no Leste europeu, em viagem à Ásia Obama lançou desde a capital da Coreia do Sul ameaças contra a República Popular Democrática da Coreia, instando o país a abandonar seus ensaios nucleares e programas relacionados com mísseis balísticos. É sintomático que ao mesmo tempo em que faz essas declarações, o presidente norte-americano visite as tropas estadunidenses acantonadas em território sul-coreano e ratifique as manobras militares conjuntas com a Coreia do Sul, que representam uma provocação militar contra Piongiang.

As tensões aumentam e as ameaças de guerra se intensificam também a partir da decisão do regime sionista israelense de suspender as conversações que vinha mantendo com a Autoridade Nacional Palestina, sob a alegação de que a reconciliação entre o Movimento de Resistência Islâmica Palestina (Hamas) e o Movimento Palestino de Libertação Nacional (Al-Fatah), representaria uma união deste último com o “terrorismo”.

A unidade entre as forças políticas palestinas é um passo importante para o fortalecimento da luta pelo Estado nacional independente. Ao rechaçá-la, Israel demonstra que aposta na estratégia de dividir para reinar. Ao invocar o “terrorismo” como pretexto para interromper o diálogo, os sionistas revelam que só atuam com uma opção – a militar – para prosseguir a política de opressão nacional sobre o povo palestino.

No mundo de hoje, sob hegemonia do imperialismo, nada está a indicar abrandamento de tática nem suavidade de métodos. O belicismo é uma tendência intrínseca ao imperialismo. Somente a luta dos povos poderá conjurar o perigo de guerra e conquistar a paz.

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