segunda-feira, 28 de abril de 2014

POLÍTICA - O cara preve a ruína do "Mais Médicos"

Doutor que prevê “ruína” do Mais Médicos precisa ler Privataria Tucana e se informar sobre o trensalão



De pai para filho: Miguel Srougi, o “desistente” César Câmara e Thomaz Srougi
por Conceição Lemes
A cobertura da Folha de S. Paulo sobre o Mais Médicos é distorcida desde o início do programa. Um exemplo de mau Jornalismo.
Lembram-se de quando a Folha descobriu o caso dos médicos “desistentes”?
E de que um dos “descobertos” fazia parte do corpo clínico do setor de Urologia do Hospital Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, cujo professor titular é o dr. Miguel Srougi?
E de que o “desistente” trabalhava também numa clínica particular do dr. Thomaz Srougi, filho do dr. Miguel, na entrada da favela do Heliópolis?
Como tem leitores novos chegando, vale a pena relembrar a história.
Em julho de 2013, a Folha deu na  capa do caderno Cotidiano: Médicos alegam falta de direitos e desistem de programa de Dilma. Subtítulo: Profissionais recuam de inscrição ao saber que não há décimo-terceiro e FGTS (grifo nosso).

Um dos “desistentes” encontrados pela Folha foi o dr. Cesar Camara:
“Não há direito algum. Fica complicado aceitar um trabalho nessas condições”, diz o urologista Cesar Camara, 38, de São Paulo, que fez a inscrição e desistiu de efetivá-la.
Camara era assistente do dr. Miguel Srougi na Urologia do Hospital das Clínicas de São Paulo e no Hospital Sírio-Libanês.
Também trabalhava na clínica privada do dr. Thomaz Srougi, filho do dr. Miguel, que fica na entrada da favela de Heliópolis e só realiza consultas particulares, que custavam de R$ 40 (clínica-geral) a R$ 60 (especialidades). Não aceitava convênio, tampouco cartão do SUS.
Na época, uma leitora indignada nos procurou para protestar contra a cobertura distorcida que, segundo ela, era dada pela Folha ao setor saúde do governo Dilma , especialmente ao programa Mais Médicos. Ela apontou a seguinte sequência de eventos:
O dr. Miguel Srougi escreveu um artigo de opinião no jornal detonando as ações do governo Dilma no setor de saúde:
Senhora presidente, mais um clamor, respeitoso. Assuma a determinação política de priorizar recursos para as áreas sociais. Atue na saúde com competência e sensatez, não com respostas transloucadas aos gritos indignados da nação. Para que os brasileiros possam vislumbrar o alvorecer com esperança. E combata com arrojo o grupo de ímprobos e incompetentes instalados no teu entorno. Sem esquecer o arcebispo Desmond Tutu: “Se ficarmos neutros numa situação de injustiça, teremos escolhido o lado do opressor”.
O dr. Miguel Srougi é o mesmo que, em 2010, havia rasgado elogios ao então candidato ao Planalto José Serra, do PSDB, adversário de Dilma:
Difícil conseguir isso? Não, se reconhecermos entre nossos dirigentes aqueles dotados de sabedoria e integridade, capazes de transformar a sociedade, tornando-a mais justa para seus filhos. Com esses sentimentos, coloco-me ao lado de José Serra.Pode-se concordar ou não com sua forma de se relacionar, muitas vezes difícil, mas não há como ignorar algumas marcas incomparáveis da sua atuação política. Nos cargos públicos que ocupou, suas ações beneficiaram não apenas os mais desprotegidos, mas todos os estratos da nação. Na saúde, Serra opôs resistência quase solitária aos interesses indevidos que, com uma frequência além do razoável, rondam o setor.
Neste domingo 27, Srougi voltou a atacar.O seu alvo: o Mais Médicos. Raivoso, agressivo, ele “recebeu” Mãe Dináh e prevê a “ruína” do programa. O título e um trecho do seu artigo dão uma amostra do tom.


Rui Daherno Jornal GGN,  espantou-se com o tom do texto de Miguel Srougi (na íntegra, abaixo).
Para quem o conhece, nenhuma novidade.
As críticas e acusações do médico que faz o exame de próstata de boa parte do PIB brasileiro não são porque ele se preocupa com a população pobre e os usuários do SUS. Ao contrário. O motivo é ideológico. Ódio direitista de quem teme que Dilma se reeleja e leve junto alguns candidatos a governador. Estaria então tresloucado (palavra que gosta de usar para desqualificar ações do governo da presidenta) com essa possibilidade?
Em tempo.  Srougi associa o governo da presidenta à corrupção.
Sugiro-lhe que aproveite o  feriado de  1º de Maio para colocar em dia as leituras sobre José Serra, a quem ele considera como dotado de “integridade”.
Pode começar lendo as matérias sobre o propinoduto tucano.  Em Leia também, damos algumas sugestões.
Agora, uma leitura indispensável é o livro A Privataria Tucana, do jornalista Amaury Ribeiro Jr, que denuncia irregularidades na privatização das teles e um suposto esquema de evasão de divisas para paraísos fiscais durante o governo Fernando Henrique Cardoso.
O livro traz uma revelação que parece ter sido esquecida pelos tucanos defensores da CPI da Petrobras: o doleiro Alberto Youssef já teria operado para Ricardo Sérgio de Oliveira, o ex-diretor internacional do Banco do Brasil e ex-caixa de campanha do ex-ministro José Serra, duas vezes candidato derrotado à Presidência.
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Na Folha, fala em “ruína” do Programa Mais Médicos
seg, 28/04/2014 – 11:01 - Atualizado em 28/04/2014 – 11:09
por Rui Daher, no Jornal GGN, sugestão de Júlio Cesar Amorim Macedo
Vindo de um dos médicos mais importantes do Brasil, respeitado no exterior, e que sempre publicou textos equilibrados e de fundamento humanista nas folhas e telas cotidianas nacionais, é surpreendente o artigo de Miguel Srougi, publicado ontem, 27/04, na Folha de São Paulo.
Título e lide resumem o espírito que nutre o autor:
“Mais Médicos: Fragmentos sobre a loucura”.
Lamento ver a ruína do Mais Médicos. Os nossos governantes esforçam-se para esconder os frangalhos da ação tresloucada.
E para onde navega o pensamento crítico de Srougi? Para o Caribe. Para Cuba. Para a ditadura dos Castros. Pegou-lhe no fígado, de que não trata, pois é urologista.
Trazer os médicos cubanos, para ele, foi “iniciativa ilegítima, injusta, inconsistente e empulhadora”.
Daí em diante, repete chavões políticos, repisados pela Associação Médica Brasileira, que mais tratam do regime cubano do que das deficiências de saúde na Federação de Corporações, aliás, onde a dos médicos é das mais fortes.
Talvez, viessem os estrangeiros da Austrália ou da Colômbia, seriam mais bem aceitos.
O artigo fala dos apenas 10% da remuneração que vão para os médicos cubanos, e que vivem em cativeiros onde não podem expressar seus sentimentos.
Que fosse. Não estariam tais “escravos” vindo ao Brasil para melhorarem suas vidas? Como haitianos têm feito. Ou, por acaso, há certo receio de que se comprove a eficácia da medicina da ilha?
Segue: “em três anos serão transferidos R$ 5 bilhões para Cuba”. Não pode? Entramos na do embargo dos EUA? Elefantes brancos esportivos são mais necessários?
Bem, tem de tudo no artigo, tudo o que vocês têm lido por aí, de forma ainda mais estapafúrdia, pois com raiva certeira e explícita a Alexandre Padilha.
Incensa-se a excelência e boa-vontade dos profissionais médicos brasileiros, treinados por professores catedráticos sempre presentes.

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