A pobreza de uma entrevista de FHC à revista Exame
Nunca um presidente, ou ex-presidente, teve tanto espaço na mídia como o tucano Fernando Henrique Cardoso. Não que ele não mereça. Longe de nós, aqui da equipe do blog do ex-ministro José Dirceu, não reconhecermos seus méritos. Apenas constatamos que o esforço da direita e da oposição para resgatar sua imagem e a de seus dois governos é uma prova de como se exerce no Brasil o monopólio da informação.
Na revista Exame, edição com data de capa do dia 16 deste mês, em mais uma entrevista, FHC responde tudo com segurança, denotando, porém, uma absoluta certeza de que não será questionado em suas posições. Ele começa dizendo que o Brasil precisa abrir mais a sociedade e menos o Estado. E isso partindo de um sociólogo! Aí, na sequência, se opõe a “gastos inúteis” e “subsídios” e estímulos ao consumo.
Para ele tudo o que seu sucessor, o ex-presidente Lula, fez, foi com “habilidade, surfar na bonança internacional” e estimular o consumo. Em um determinado momento da entrevista FHC reconhece a “boa resposta (do governo Lula) à crise de 2008″. O que é contraditório, já que a resposta do governo do Brasil à crise econômica global foi exatamente com o aumento do crédito, das desonerações e o estímulo ao consumo.
FHC reconhece: Lula deu “boa resposta” à crise de 2008
Nem tinha como ser diferente, já que a ampliação do crédito, das desonerações e o incentivo ao consumo só foram ampliados, uma vez que a base da política de crescimento da gestão Lula foi a inclusão social, a distribuição de renda e o combate à pobreza. FHC volta ao tema da confiança que, segundo ele, precisa ser reconquistada e fala da necessidade de abrir o jogo com o mercado.
Mas não fala nem lhe é perguntado como e por que terminou seu governo com o Brasil quebrado, sem crédito, sem confiança, apesar de a serviço dos mercados. O ex-presidente tucano diz que o Brasil precisa de reformas – política, tributária e previdenciária -, esquecendo ele e o entrevistador que Lula fez uma reforma na Previdência e no Judiciário e enviou ao Congresso Nacional propostas de reforma tributária e política, pela quais o PT luta até hoje e que nunca foram prioridade para o PSDB, partido de FHC. Pelo contrário.
O ex-chefe de dois governos tucanos retoma os temas da saúde, educação e segurança, e fala das manifestações de junho de 2013 como se os governos do PSDB e o seu próprio não tivessem responsabilidade também pelo que ocorreu. Além disso, omite todos os avanços dos últimos 12 anos nas áreas citadas.
Uma piada, mas ele não fala da compra de votos para a reeleição
Mas o pior ficou para o final. FHC criticou o presidencialismo de “cooptação” de Lula e do PT e elogia seu presidencialismo de coalizão, de programa. Uma piada, se recordarmos da compra de votos na emenda de reeleição que permitiu e deu a FHC, em pleno mandado de presidente, o direito a concorrer e a se reeleger. Nada democrático.
Concluindo a entrevista, FHC nos brinda com um lugar comum: que é necessária a alternância de poder. Esquecendo, placidamente, os 20 anos de PSDB em São Paulo e os 12 em Minas Gerais. Desastrosos em ambos. Mas essa proposta sem sentido, de alternância no governo federal sem tocar nos casos em que eles estão no poder há décadas, só revela a pobreza da entrevista.
Nunca um presidente, ou ex-presidente, teve tanto espaço na mídia como o tucano Fernando Henrique Cardoso. Não que ele não mereça. Longe de nós, aqui da equipe do blog do ex-ministro José Dirceu, não reconhecermos seus méritos. Apenas constatamos que o esforço da direita e da oposição para resgatar sua imagem e a de seus dois governos é uma prova de como se exerce no Brasil o monopólio da informação.
Na revista Exame, edição com data de capa do dia 16 deste mês, em mais uma entrevista, FHC responde tudo com segurança, denotando, porém, uma absoluta certeza de que não será questionado em suas posições. Ele começa dizendo que o Brasil precisa abrir mais a sociedade e menos o Estado. E isso partindo de um sociólogo! Aí, na sequência, se opõe a “gastos inúteis” e “subsídios” e estímulos ao consumo.
Para ele tudo o que seu sucessor, o ex-presidente Lula, fez, foi com “habilidade, surfar na bonança internacional” e estimular o consumo. Em um determinado momento da entrevista FHC reconhece a “boa resposta (do governo Lula) à crise de 2008″. O que é contraditório, já que a resposta do governo do Brasil à crise econômica global foi exatamente com o aumento do crédito, das desonerações e o estímulo ao consumo.
FHC reconhece: Lula deu “boa resposta” à crise de 2008
Nem tinha como ser diferente, já que a ampliação do crédito, das desonerações e o incentivo ao consumo só foram ampliados, uma vez que a base da política de crescimento da gestão Lula foi a inclusão social, a distribuição de renda e o combate à pobreza. FHC volta ao tema da confiança que, segundo ele, precisa ser reconquistada e fala da necessidade de abrir o jogo com o mercado.
Mas não fala nem lhe é perguntado como e por que terminou seu governo com o Brasil quebrado, sem crédito, sem confiança, apesar de a serviço dos mercados. O ex-presidente tucano diz que o Brasil precisa de reformas – política, tributária e previdenciária -, esquecendo ele e o entrevistador que Lula fez uma reforma na Previdência e no Judiciário e enviou ao Congresso Nacional propostas de reforma tributária e política, pela quais o PT luta até hoje e que nunca foram prioridade para o PSDB, partido de FHC. Pelo contrário.
O ex-chefe de dois governos tucanos retoma os temas da saúde, educação e segurança, e fala das manifestações de junho de 2013 como se os governos do PSDB e o seu próprio não tivessem responsabilidade também pelo que ocorreu. Além disso, omite todos os avanços dos últimos 12 anos nas áreas citadas.
Uma piada, mas ele não fala da compra de votos para a reeleição
Mas o pior ficou para o final. FHC criticou o presidencialismo de “cooptação” de Lula e do PT e elogia seu presidencialismo de coalizão, de programa. Uma piada, se recordarmos da compra de votos na emenda de reeleição que permitiu e deu a FHC, em pleno mandado de presidente, o direito a concorrer e a se reeleger. Nada democrático.
Concluindo a entrevista, FHC nos brinda com um lugar comum: que é necessária a alternância de poder. Esquecendo, placidamente, os 20 anos de PSDB em São Paulo e os 12 em Minas Gerais. Desastrosos em ambos. Mas essa proposta sem sentido, de alternância no governo federal sem tocar nos casos em que eles estão no poder há décadas, só revela a pobreza da entrevista.
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