Novas denúncias de Época: os superlobistas trapalhões
Luis Nassif, Blog: Luis Nassif Online
"Não dá para entender o novo modelo de denúncias da revista Época. Fica-se sem saber se a revista está com problema de falta de equipe de reportagem, ou a direção de redação padece da falta de conhecimento de negócios, para filtrar as matérias.
Denúncias envolvendo negócios têm sua complexidade. O repórter precisa saber a diferença entre operações habituais e as extravagantes, entender a lógica financeira para separar onde há suspeitas de negociata, onde há operações normais de mercado. Não basta obter um relatório da Polícia Federal se não houver discernimento para entender o tema e identificar o negócio.
Esta semana a matéria de denúncia da Época fala em “Os lobistas e os negócios da Petrobras na África” (clique aqui).
O tom é de denúncia, o texto tem o estilo roteirizado das denúncias, cada episódio é tratado como se fosse uma denúncia. Quando se completa a leitura, não existe uma só denúncia na história.
Poderia ser matéria de negócios, mas não é, dado o tom de denúncia. Poderia ser matéria de denúncia, mas não é, por ter apenas o tom, sem apresentar uma denúncia.
Faz um check-list de tentativas infundadas de lobby, mostrando um superlobista que não consegue um resultado sequer.
Finalmente, joga no papel um conjunto de informações genéricas de negócios – como, por exemplo, o fato público da associação entre Petrobras e BTG na África. E informa, judiciosamente, que consultou os personagens mencionados mas eles não quiseram se manifestar. Manifestar sobre o quê? "Pactual, o que você tem a dizer sobre sua associação com a Petrobras na África?".
"Petrobras, o que você tem a dizer sobre sua associação com o Pactual na África?"
Provavelmente o RP de ambas as empresas sugeriu ao repórter consultar os comunicados ao mercado. E com isso não deu as declarações em aspas que poderiam ser utilizadas no texto.
A matéria toda tem 12.723 caracteres
"Não dá para entender o novo modelo de denúncias da revista Época. Fica-se sem saber se a revista está com problema de falta de equipe de reportagem, ou a direção de redação padece da falta de conhecimento de negócios, para filtrar as matérias.
Denúncias envolvendo negócios têm sua complexidade. O repórter precisa saber a diferença entre operações habituais e as extravagantes, entender a lógica financeira para separar onde há suspeitas de negociata, onde há operações normais de mercado. Não basta obter um relatório da Polícia Federal se não houver discernimento para entender o tema e identificar o negócio.
Esta semana a matéria de denúncia da Época fala em “Os lobistas e os negócios da Petrobras na África” (clique aqui).
O tom é de denúncia, o texto tem o estilo roteirizado das denúncias, cada episódio é tratado como se fosse uma denúncia. Quando se completa a leitura, não existe uma só denúncia na história.
Poderia ser matéria de negócios, mas não é, dado o tom de denúncia. Poderia ser matéria de denúncia, mas não é, por ter apenas o tom, sem apresentar uma denúncia.
Faz um check-list de tentativas infundadas de lobby, mostrando um superlobista que não consegue um resultado sequer.
Finalmente, joga no papel um conjunto de informações genéricas de negócios – como, por exemplo, o fato público da associação entre Petrobras e BTG na África. E informa, judiciosamente, que consultou os personagens mencionados mas eles não quiseram se manifestar. Manifestar sobre o quê? "Pactual, o que você tem a dizer sobre sua associação com a Petrobras na África?".
"Petrobras, o que você tem a dizer sobre sua associação com o Pactual na África?"
Provavelmente o RP de ambas as empresas sugeriu ao repórter consultar os comunicados ao mercado. E com isso não deu as declarações em aspas que poderiam ser utilizadas no texto.
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