Artigo muito esclarecedor do Roldão Simas Filho.
Quando se fala em defesa da Amazônia a tônica em geral é a natureza, ou seja a vida selvagem. Não se mencionam os seus abundantes recursos minerais. É verdade que a Cia. Vale do Rio Doce explora o minério de ferro de Carajás (PA) e a Petrobrás as jazidas de gás natural (e petróleo) em Juruá e Urucu (AM), com métodos e equipamentos modernos para tal, deixando cicatrizes mínimas na mata.
Mas nunca há destaque ao ouro, cuja produção total (estimada) superava em 1990 a cifra de 1,5 bilhão de dólares. Não há menção ao estanho extraído das minas pelo grupo Paranapanema e pelo garimpo. Nem ao manganês no Amapá explorado pela ICOMI — que transferiu a Serra do Navio para o território dos EUA — e pela Vale do Rio Doce, em Carajás. Nem à exploração da bauxita (alumínio) pela Mineração Rio do Norte, em Oriximiná, no Pará. Nem para o caulim no Amapá, pela CADAM/CAEMI.
Caberia ainda mencionar a exploração de diamantes em Roraima, do calcário, para produção de cimento, no Pará e no Amazonas, pelo grupo João Santos, e da ametista.
Há as jazidas conhecidas mas ainda não exploradas desses e de outros minerais, como o precioso e estratégico nióbio, cujas reservas brasileiras equivalem a 95% do total mundial conhecido; o potássio em Nova Olinda (AM); o cobre, o ouro, a prata e o urânio nas áreas de Salobo e Pojuca, em Carajás; o cromo no Amapá (ICOMI); o titânio em Almerim (PA); além de jazidas de níquel.
A Amazônia não é apenas um mundo de natureza selvagem, é muito mais do que isso. Nós, brasileiros, precisamos considerá-la com mais profundidade, além da imagem turístico-ecológica de 'floresta pulmão do mundo' que nos querem vender.
Roldão Simas Filho
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