Tudo é válido para desestabilizar o regime cubano, segundo o governo americano.
Propaganda dos EUA para cubanos entra em debateem 27/5/2008.
Duas décadas após a criação do Office of Cuba Broadcasting pelo Congresso americano, o órgão que administra a TV e rádio Martí ainda não atingiu um consenso entre políticos e especialistas. Discute-se, até hoje, a missão do programa de financiamento de transmissões de TV e rádio no exterior. Neste caso em especial, os veículos de comunicação têm a programação voltada à população cubana que reside na Flórida. A grande questão é: deveriam ser transmitidas notícias imparciais sobre Cuba e o mundo ou as matérias deveriam apenas apoiar a política do governo americano em relação à Cuba, como é feito hoje? A dúvida faz parte de um debate sobre as transmissões financiadas pelo governo americano no exterior. O caso do Office of Cuba Broadcasting ganhou destaque porque, curiosamente, a programação não chega a Cuba. A organização recebe cerca de US$ 34 milhões ao ano e pertence a uma rede de propaganda dos EUA que inclui os serviços Voz da América, Radio Free Europe/Radio Liberty e al-Hurra. A permissão do Congresso para o financiamento da TV e rádio Martí estabelece que as transmissões devem ser operadas "de maneira consistente com a política exterior dos EUA". Jeff Trimble, diretor-executivo do Broadcasting Board of Governors, conselho que supervisiona as transmissões da propaganda americana no exterior, afirma que o documento pede a promoção da democracia, "através da missão jornalística". No entanto, a deputada republicana Ileana Ros-Lehtinen, que apóia a Martí e é de origem cubana, diz que não há diversidade de pensamento no serviço. "Se fôssemos ter alguma mudança na política de Cuba, isto refletiria nas transmissões. A missão [da propaganda] é clara: ir adiante com a política americana em relação a Cuba".ConflitoJá Nicholas Cull, autor de um livro sobre transmissões financiadas pelo governo no exterior, acredita que este tipo de serviço fornece informações que as emissoras comerciais ignoram por medo ou por ofender anunciantes. "Faz parte da natureza do governo esperar que, se ele está pagando a uma emissora de rádio, ela vai refletir suas políticas", afirma. "E faz parte da natureza de um jornalista querer independência editorial". O sítio da TV Martí contém diversas matérias dedicadas a pronunciamentos americanos sobre Cuba, um link para o sítio da Casa Branca e uma seção sobre a guerra contra o terror. O chefe de redação, Alberto Mascaro, alega que Cuba é um dos países mais difíceis de reunir notícias locais por conta da rígida censura. Além disso, o acesso à internet é restrito na ilha. "Não se pode falar sobre os EUA e sobre nossa política para o resto do mundo sem falar sobre a guerra ao terror, pelo menos na administração atual", opina. Informações de Laura Wides-Munoz [Associated Press, 20/5/08].
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