Como uma imprensa irresponsável acabou com uma família
ESCOLA BASE , postado no blog Bodega Cultural.
O que me levou a combater a mídia irresponsável e golpista brasileira foram duas irreparáveis veiculações: a acintosa e irresponsável cobertura da Globo nas eleições de 89, e o caso da Escola Base.
Sobre a Escola Base, há época, eu morava em Goiânia e estava em casa com a família quando vi a matéria pela TV, no Jornal Hoje.
Fiquei tão revoltado que cheguei a atirar o sapato no vídeo, quase quebrando-o, e desejei estar presente no momento para ajudar a linchar aqueles covardes.
Anos depois assisti outra matéria inocentando os acusados, e, desde então, passei a tomar mais cuidado com as notícias veiculadas pela mídia, a fim de evitar incorreções na formação dos meus conceitos.
Agora, após 14 anos do triste episódio, quando os professores e proprietários tiveram sua escola depredada e suas morais destruídas, a justiça cumpre o seu papel condenando a Folha de São Paulo e indenizar a família como noticiado no Vermelho:
"Perua escolar carregava as crianças para a orgia". O Grupo Folha da Manhã - que edita a Folha de S. Paulo - até tentou convencer o Tribunal de Justiça de São Paulo de que se limitou a reproduzir as informações oficiais do caso Escola Base, na matéria que tinha o título acima, publicada no extinto Folha da Tarde, mas não foi o que entendeu a turma julgadora.
A empresa terá que pagar R$ 200 mil de indenização por danos morais para R.F.N., hoje com 18 anos e na época com apenas quatro, filho de um dos casais acusados de abusar sexualmente de crianças numa escola de São Paulo, em 1994, e requerente da ação.
"A conduta do jornal, juntamente com outros órgãos de imprensa, contribuiu para criar uma situação anormal, não experimentada não só para os adultos envolvidos", afirmou em seu voto o desembargador Odemar Azevedo.
A Folha da Tarde se baseou nas informações passadas pelo delegado que conduziu o inquérito policial e de depoimentos de duas mães de alunos. Os desembargadores Odemar Azevedo, Mathias Coltro e Oscarlino Moeller consideraram a manchete sensacionalista e que extrapolou o direito de informar, além de atingir a esfera moral da criança.
A decisão é de segunda instância e cabe recurso. A Folha e o Estadão também foram condenados pelo que publicaram, tendo que pagar R$ 750 mil. A Globo foi condenada a pagar indenização de R$ 1,35 milhão. Já a IstoÉ teve de pagar R$ 360 mil. Para todas as empresas cabe recurso.
Da Redação, com informações do Comunique-se e do Consultor Jurídico.
postado por: Carlinhos Medeiros
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