A declaração do secretário-geral da Opep, Abdullah Al-Badri tem suas razões de ser. Aliás, ocupando o cargo que ocupa, deve muito bem saber o que está falando. Ele toca num ponto muito importante, inexplicávelmente omitido pela imprensa, que é a intensa especulação que vem sendo observada no mercado de "commodities", incluindo aí, as "commodities" agrícolas. Tal especulação vem sendo observada nos meses recentes, principalmente após a crise do "subprime", no mercado imobiliário americano. Tal crise motivou os fundos financeiros e de "hedge" a procurarem alternativas para suas aplicações, daí a escolha das bolsas que negociam contratos no mercado futuro. Na verdade, os investidores movimentam um dinheiro virtual, já que o equivalente em petróleo dos contratos negociados, superam muitas vezes o volume que seria entregue aos especuladores, caso realmente quisessem receber o produto físico. É voz corrente no mercado, que a forte especulação em curso, seria responsável por mais de 40% da explosão dos preços do petróleo. Em função disso, o governo americano estaria propenso a colocar um freio nesse movimento especulativo, propondo uma ação conjunta de dois órgãos reguladores: a Commodity Futures Trading Commission (CFTC) e a Security Exchange Commission, esta última responsável pela regulamentação dos ativos financeiros.
A seguir, a notícia que saiu na BBC Brasil.
Chefe da Opep diz que cartel não pode frear petróleo.
O preço do barril atingiu US$ 135 nesta quinta-feira nos EUA
O secretário-geral da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), Abdullah Al-Badri, disse nesta quinta-feira que o cartel não pode fazer nada para diminuir a cotação do barril de petróleo no mercado mundial.
O barril do tipo leve foi negociado nesta quinta-feira em Nova York a mais de US$ 135, atingindo um novo recorde.
“Hoje, estamos certos de que esse preço não tem nada a ver com demanda”, disse Badri, salientando que os membros da Opep estão insatisfeitos com a alta do produto.
Há muito petróleo no mercado, não há nenhuma escassez e os estoques estão cheios, estão num nível confortável. O problema são os especuladores.
Abdullah Al-Badri
“Há muito petróleo no mercado, não há nenhuma escassez e os estoques estão cheios, estão num nível confortável. O problema são os especuladores.”
Se referindo ao mercado de petróleo internacional como "louco", Badri também disse que acha que a desvalorização do dólar e a menor produção em países que não são membros da Opep também têm relação com a alta do preço do petróleo.
O preço do produto já dobrou em relação ao registrado no ano passado e está em um patamar 13 vezes maior do que o registrado há cerca de uma década, quando a cotação passou por um período de baixas.
Também nesta quinta-feira, o secretário de Energia dos Estados Unidos, Denis Bodman, disse que não atenderá pedidos de políticos americanos para que o país libere petróleo de suas reservas estratégicas para forçar uma redução do preço.
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