Os americanos mentiram na guerra do Iraque como também o fizeram na guerra da Coréia e do Vietnam. Isto não está neste artigo, porém é do conhecimento geral.
LIVRO BOMBA AGITA OS EUA.
Eliakim Araujo no site Direto da Redação.
Se funcionar a lógica, a vitória do candidato democrata, seja Obama ou Hillary, deverá se concretizar na eleição de novembro nos Estados Unidos. O descrédito do presidente Bush se acentua a cada dia e coloca em risco a candidatura republicana de John McCain, já que este ultimo aceitou uma mãozinha do camarada presidente em sua campanha. Pesquisa divulgada nesta quarta-feira indica que oito em cada dez americanos acham que o país está caminhando na direção errada. Quando um navio ou uma aeronave está indo na direção errada a culpa é do comandante. A mesma coisa vale para um país. O republicano George W Bush é o responsável pela situação a chegou a outrora maior potência do mundo. Em política tem aquela história de "transferência". Será que a rejeição a Bush se transfere para o candidato McCain? Ou eleitor saberá separar a figura do presidente rejeitado do candidato do mesmo partido? Aparentemente mais liberal em algumas questões, McCain se mostra tão beligerante quando Bush. Há pouco tempo disse que "se for preciso, as tropas americanas permanecerão no Iraque por cem anos". E esta semana, falando no Colorado, McCain foi interrompido por um manifestante que gritava palavras de ordem contra a guerra. O candidato respondeu: "eu nunca me renderei ao Iraque", arrancando aplausos de seus correligionários. Mas a grande bomba desta quarta-feira foi a divulgação de trechos do livro O que aconteceu. Por dentro da Casa Branca de Bush e da cultura de decepção de Washington, escrito por ninguém menos que seu ex-assessor de imprensa e porta-voz, Scott McClellan, que trabalhou com Bush desde os tempos em que ele era governador do Texas. McClellan pertenceu ao fechado círculo do presidente e ocupou as funções de porta-voz entre julho de 2003 e abril de 2006. Na função de porta-voz, McClellan viveu alguns dos momentos mais polêmicos (e desastrados) da administração Bush, como a invasão do Iraque, o escândalo do atendimento às vítimas do furacão Katrina e a revelação da identidade da espiã Valerie Plame. As acusações de McClellan são sérias. Em certo trecho, ele assinala que “o presidente e seus conselheiros priorizaram a propaganda, e mentiram para conseguir o apoio popular à Guerra no Iraque”. No caso do Katrina, ele escreve: “uma das maiores catástrofes da nossa nação, tornou-se a maior catástrofe da presidência de Bush”. E mais adiante: “o presidente acredita naquilo que for mais conveniente naquele momento, se deixa enganar desde que isso sirva para justificar seus fins políticos". O livro denuncia os três principais assessores de Bush, aos quais acusa de mentirem o tempo todo e muitas vezes esconderem a verdade do presidente: Karl Rove, Lewis Libby Jr e o vice-presidente Dick Chenney. Ninguém sabe o tamanho do estrago que as denúncias de McClellan podem causar à candidatura republicana. Contra o ex-Assessor de Imprensa pesa o fato dele ter trabalhado tanto tempo para o presidente e só agora vir a público contar os podres dos bastidores do governo Bush, embora ele não se isente de culpa por ter mentido também no exercício de sua função. Ele alega que pediu demissão do cargo por se sentir pressionado e ter que esconder a verdade da imprensa. Como eu disse no início, se funcionar a lógica, o Partido Democrata tem tudo para ocupar a Casa Branca nos próximos quatro anos. Mas, como se dizia nos meus tempos de faculdade de direito, de bunda de nenen, urna eleitoral e cabeça de juiz espere sempre uma surpresa. ATUALIZAÇÃO: O IMPÉRIO CONTRA-ATACA - Antigos colegas de McClellan estão chocados com a ferocidade dos ataques do ex-Assessor de Imprensa da Casa Branca. E perguntam: o que aconteceu com ele (exatamente o título do livro)? A atual Assessora de Imprensa, Dana Perino, disse que Bush não reconhece este como sendo o Scott McClellan que ele contratou e que trabalhou para ele durante tantos anos. O presidente desabafou: "se ele tinha esses pensamentos e essas preocupações, ele deveria ter procurado a mim ou qualquer outra pessoa da equipe presidencial". Karl Rove, antigo assessor político de Bush, chamado de mentiroso no livro, diz que McClellan não passa de um "blogueiro esquerdista". Dan Bartlett, ex-conselheiro da Casa Branca, disse a CNN que o ex-assessor era "a pessoa menos indicada para tirar tais conclusões sobre o presidente". MCCLELLAN NÃO FOI O PRIMEIRO - Vários ex-funcionários têm criticado a administração Bush, mas nenhum tão próximo como o ex-assessor McClellan. Em um livro publicado este mês, o general reformado Ricardo Sanchez acusa Bush e seus conselheiros de "bruta incompetência e degradação do dever" no gerenciamento da guerra do Iraque.
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