sábado, 24 de maio de 2008

REFLEXÕES DO FIDEL - Resposta hemisférica ianque: A quarta frota de intervenção.

É sempre interessante ler as Reflexões do Fidel, pois através delas, ficamos sabendo um pouco mais da história do intervencionismo americano.

Surgiu em 1943 para lutar contra os submarinos nazistas e proteger a navegação durante a Segunda Guerra Mundial. Foi desativada em 1950 por ser desnecessária. O Comando Sul supria as necessidades hegemônicas dos Estados Unidos em nossa área. Contudo, acaba de renascer há uns dias, depois de 48 anos, e seus fins intervencionistas não é preciso demonstrá-los. Os próprios chefes em suas declarações o divulgam de maneira natural, espontânea e, inclusive, discreta. Agoniados com os problemas do preço dos alimentos, da energia, do intercâmbio desigual, da recessão econômica no mercado mais importante para seus produtos, da inflação, das mudanças climáticas e dos investimentos necessários para os sonhos consumistas, comprometem o tempo e as energias de dirigentes e dirigidos.
A verdade é que a decisão de restabelecer a 4ª Frota foi anunciada na primeira semana de abril, quase um mês depois de o território do Equador ser atacado com bombas e tecnologia dos Estados Unidos e por pressão deles, matando e ferindo cidadãos de diversos países, o qual causou profunda rejeição entre os líderes latino-americanos na reunião do Grupo do Rio que teve lugar na capital da República Dominicana.
Pior ainda: o fato acontece quando é quase unânime o repúdio à desintegração da Bolívia, promovida pelos Estados Unidos. Os próprios chefes militares explicam que terão sob sua responsabilidade mais de 30 países cobrindo 15,6 milhões de milhas quadradas nas águas próximas de América Central e do Sul, o mar do Caribe e suas 12 ilhas, o México e os territórios europeus neste lado do Atlântico.
Os Estados Unidos possuem dez porta-aviões do tipo Nimitz, cujos parâmetros, mais ou menos similares, são: deslocamento de 101 mil a 104 mil toneladas de carga máxima; comprimento de coberta 333 metros; largura da mesma, 76,8 metros; dois reatores nucleares; velocidade que pode atingir 56 km/h; 90 aviões de guerra. O último deles tem o nome de George H.W. Bush, pai do atual presidente; já foi batizado com champanha por seu progenitor e deve estar pronto para se unir aos demais navios nos próximos meses.
Nem um só país no mundo possui um navio similar a estes, equipados com sofisticadas armas nucleares, que podem aproximar-se a poucas milhas de quaisquer de nossos países. O próximo porta-aviões, o USS Gerald Ford, será de novo tipo: tecnologia Stealth invisível para os radares e armas eletromagnéticas. A principal empresa construtora de um tipo ou do outro é a Northrop Grumman, cujo atual presidente também faz parte da direção da empresa petroleira dos Estados Unidos Chevron-Texaco. O custo do último Nimitz foi de US$6 bilhões, sem incluir aviões, projéteis e gastos de operação, que podem ultrapassar também bilhões de dólares. Parece uma história de ficção científica. Com esse dinheiro se pôde ter salvado a vida de milhões de crianças.
Qual o objetivo declarado da 4ª Frota? "Combater o terrorismo e as atividades ilícitas, como o narcotráfico", assim como enviar uma mensagem para a Venezuela e o resto da região. Anuncia-se que começará a operar em 1º de julho próximo.
O chefe do Comando Sul dos Estados Unidos, almirante James Stavrides, declarou que esse país precisa trabalhar mais forte "no mercado das idéias, para ganhar os corações e as mentes" da população da região.
Os Estados Unidos já têm as 2ª , 3ª , 5ª , 6ª e 7ª frotas espalhadas pelo Atlântico Ocidental, Pacífico Oriental, Oriente Médio, Mediterrâneo, Atlântico Oriental e Pacífico Ocidental. Faltava apenas a 4ª Frota para custodiar todos os mares do planeta. No total: nove porta-aviões Nimitz na ativa ou quase a estarem em plena disposição combativa, como o George H. W. Bush. Dispõe de uma reserva suficiente para triplicar e até quadruplicar o poder de quaisquer de suas frotas num certo teatro de operações.
Os porta-aviões e as bombas nucleares com que ameaçam nossos países servem para semear o terror e a morte, mas não para combater o terrorismo e as atividades ilícitas.
Deveriam servir também para envengonhar os cúmplices do império e multiplicar a solidariedade entre os povos.Fidel Castro Ruz

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