segunda-feira, 30 de junho de 2008

PETRÓLEO - Maior mentira.

A notícia abaixo publicada pela BBC nos induz a pensar que os iraquianos exercem sua soberania. É a maior mentira, quem manda são os EUA que impuseram aos iraquianos, contratos draconianos para a exploração do petróleo. Saddam Hussein, quando subiu ao poder, nacionalizou a atividade petrolífera iraquiana e expulsou todas as empresas estrangeiras que atuavam no país. Agora, com a invasão e ocupação americana, as empresas expulsas estão de volta.
Carlos Dória.
Setor petroleiro no Iraque
O governo quer elevar a receita do principal produto do país
O governo iraquiano anunciou a abertura do setor petroleiro a investimentos estrangeiros, em um esforço para elevar a receita do país com seu principal produto.

Companhias americanas e européias serão autorizadas a prover serviços e know-how com a finalidade de elevar a produção de petróleo em meio milhão de barris até o final de 2009.

O Iraque também quer ajuda externa para desenvolver campos de petróleo no longo prazo.

A extração de petróleo está no seu ápice desde a invasão americana de 2003, mas disputas políticas evitaram que até agora se chegasse a um acordo em relação a quem cabe fechar acordos petroleiros e como a renda será dividida.

Política

O Iraque tem a terceira maior reserva de petróleo do mundo, estimada em 115 bilhões de barris. Por isso, o desenvolvimento de infra-estrutura para o setor petroleiro é essencial para ajudar a financiar a reconstrução do país a longo prazo.

No entanto, é necessário um investimento significativo para modernizar a estrutura e o Parlamento iraquiano ainda não conseguiu chegar a um consenso legal sobre quem será responsável pelos contratos e como será feita a divisão do lucro entre os diferentes grupos étnicos e regiões do país.

Atualmente a produção de petróleo atinge 2,5 milhões de barris por dia. Com a ajuda de empresas estrangeiras, o governo do Iraque pretende aumentar a produção para 2,9 milhões até o final de 2009.

Nesta segunda-feira, o governo iraquiano anunciou que está em busca de investimento externo para desenvolver seis dos seus principais campos de petróleo – Rumaila, Kirkuk, Zubair, West Qurna, Bai Hassan e Maysan.

As autoridades também disseram que 35 empresas estrangeiras estão no páreo pelos contratos.

As empresas que conquistarem as licenças precisam de um parceiro iraquiano e repassar 25% do valor dos contratos - estimados em US$ 500 milhões - a empresas locais.

Investimento

O processo de abertura da indústria petroleira do Iraque a investimentos estrangeiros ainda está no princípio e a questão dos contratos lucrativos para direitos de exploração, um pouco distante.

No entanto, o anúncio desta segunda-feira é importante porque prepara o caminho para que grandes empresas estrangeiras entrem novamente em um mercado do qual estavam banidas desde que Saddam Hussein nacionalizou a principal empresa de petróleo do país, em 1972.

"O setor petroleiro não pode ser desenvolvido apenas com gente do Iraque", disse à BBC o ex-ministro da Energia, Mohammad Bahr Al-Uloom.

"Mas, ao mesmo tempo, precisamos de um sistema de operações que preserve os interesses do povo iraquiano", afirmou.

Estabilidade

A redução da violência, observada no último ano em grande parte do país, ajudou o setor petroleiro a alcançar um nível maior de estabilidade.

Com o petróleo atingindo preços recordes e com previsão de aumentos ainda maiores, a possibilidade de um aumento na produção iraquiana representaria uma boa notícia em meio às preocupações sobre a capacidade da oferta global em suprir a demanda por petróleo a longo prazo.

No sábado, o Iraque anunciou a criação de uma terceira empresa de petróleo estatal para expandir a produção da região Maysan, no leste do país.

De acordo com o correspondente da BBC em Bagdá Nicholas Witchell, as autoridades esperam que a presença de empresas desse porte possam, além de ajudar a tornar a indústria mais produtiva, incentivar o investimento de outras empresas estrangeiras no Iraque.

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