quinta-feira, 26 de junho de 2008

ARTIGO - Beber se ensina em casa.

Interessante leitura para quem tem filho adolescente. Estou impressionado como esta juventude está bebendo e cada vez mais cêdo.
Carlos Dória


Artigo Antônio Tozzi.

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Miami (EUA) - No Brasil, na Argentina e na maioria dos países da Europa, a idade para consumir bebida alcoólica é 18 anos. Nos Estados Unidos, porém, a lei é mais severa: o consumo de álcool é permitido apenas a partir dos 21 anos de idade.

O que aparentemente pode ser uma precaução para evitar problemas de dependência alcoólica entre adolescentes acaba se transformando numa medida que provoca efeito contrário.

Por causa dessa proibição, muitos jovens perdem o controle quando estão longe da vigilância dos pais e cometem excessos, ou seja, enchem a cara e ficam bêbados até cair. É o chamado binge, até certo ponto comum nas universidades americanas, que desafia (e às vezes obriga) novos estudantes a beber uma quantidade excessiva de bebida alcólica que, em alguns casos, leva até mesmo à morte.

Como se vê, a cultura do país é contraditória. Ao mesmo tempo que prega a abstinência até os 21 anos de idade, aceita os jovens nas universidades – que implica geralmente a saída de casa de garotos e garotas de 18 anos para viverem por conta própria – que se vêem, de repente, num mundo novo, sem a supervisão dos pais.

Essa liberdade ilusória pode levar os mais afoitos a beber desenfreadamente e a perder a noção do que fizeram durante o período em que se embriagaram. A maioria, aliás, costuma se arrepender por ter feito coisas que eles não fariam, se sóbrios estivessem.

Isso, porém, é conseqüência de uma lei anacrônica que não serve ao seu principal propósito, reduzir o número de alcóolatras no país, que atualmente é de 7,8% da população. Talvez o mais sensato fosse adotar a postura dos europeus e latinos, cujos pais ensinam os filhos a beber moderadamente sob a supervisão deles. O vinho é consumido normalmente durante as refeições e os adolescentes se habituam a beber como parte do ritual gastronômico. O mesmo estudo que registrou o percentual de dependência e abuso do álcool entre os americanos confirmou que o índice de alcóolatras na Itália é de 1% e na Espanha é de 2,8%. A França, no entanto, destoa ao apresentar um percentual de 8,7% de dependentes de álcool.

Nos Estados Unidos, alguns pais vêm permitindo que os filhos adolescentes bebam um pouco de álcool durante as refeições juntamente com eles, sobretudo vinho e cerveja, bebidas mais leves. Aprender em casa a beber com moderação pode ajudar o jovem a adquirir um autocontrole natural, quando ele tiver de tomar sua própria decisão. Já os que foram proibidos severamente tendem a considerar a bebida como o fruto proibido ao qual finalmente tiveram acesso e, por isso, querem usufruir como se não houvesse amanhã, provocando conseqüências desastrosas.

Obviamente, a decisão sobre como ensinar os filhos a se comportar diante do álcool é pessoal e não há uma fórmula pronta. Também há casos de jovens que começaram a beber desde cedo, em casa, e se tornaram bêbados reincidentes. Mas tudo indica que ensinar os filhos a beber de maneira adequada e saber apreciar o sabor da bebida alcóolica parece a decisão mais acertada. Porque ensina desde cedo como eles devem se comportar diante das tentações externas às quais estão sempre sendo desafiados.

Fonte: Blog Direto da Redação.

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