sábado, 5 de dezembro de 2009

ECONOMIA - Capitalismo sem risco e sem capital.

Copiado do Blog do Brizola Neto.

Bancos brasileiros gostam de capitalismo sem capital

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Ontem, no encontro que manteve com empresários brasileiros e alemães, na sua visita àquele país, o presidente Lula disse ao presidente da Confederação Nacional da Indústria, Armando Monteiro, dizendo que descobriu, ao chegar ao Governo, que que o Brasil “era um país capitalista sem capital”, referindo-se à falta de crédito na economia. Lula lembrou que, quando chegou ao poder, o volume total de crédito na economia era igual ao que só o Banco do Brasil tem hoje em carteira.

O gráfico ao lado ajuda a compreender o que disse Lula. Todo mundo sabe que o negócio dos bancos, no Brasil, jamais foi emprestar dinheiro para ajudar pessoas ou empresas a produzirem ou consumirem, mas ganhar dinheiro às custas das altas taxas de juros pagas pelo Tesouro Nacional. Aliás, você pode ver aí que, nos primeiros anos do governo Lula, com a continuidade da política de juros altos, a percentagem do crédito sobre o volume total do Produto Interno Bruto pouco variou.

Mas e a “bolha” de crédito, com que costumam avisar - sobretudo os banqueiros - de que há muito dinheiro sendo emprestado e, por isso, é preciso subir - como são “desinteressados”… - os juros.

Conversa fiada. Mesmo o volume recorde previsto para 2010 ainda ficará muito abaixo do nível de países desenvolvidos . Nos Estados Unidos, o volume era de 187% do PIB no ano passado. No Japão, mais de 130%. O mesmo acontece entre os ditos “emergentes”: na China, a percentagem 123% e na Índia, 78%. No crédito imobiliário, que detonou o processo de crise mundial, o cenário é ainda mais gritante: no Brasil, é só 3% do PIB, nos EUA, mais de 50%.

O Brasil precisa ter crédito para crescer. Se os bancos privados não gostam de emprestar, que o Estado o faça. Até porque, mesmo cobrando juros menores, o lucro é enorme, como provam os resultados recentes do Banco do Brasil e da Caixa.

Fonte: Blog " O Tijolaço"

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