Denilson, recordista no Mundial de Clubes: "Estou realizado"
| Reuters  Colega dá literalidade à metáfora: o goleador Denilson carregou o Pohang nas costas, neste Mundial |
Eliano Jorge
As atenções do 6º Mundial de Clubes, da Federação Internacional de Futebol (Fifa), nos Emirados Árabes, sempre estiveram voltadas para a constelação do Barcelona, da Espanha. No Estudiantes, da Argentina, a referência de âmbito global é o volante Juan Sebastián Verón. Mas um desconhecido baiano acaba de levar o troféu de artilheiro, neste sábado, 19, à frente de astros como o sueco Zlatan Ibrahimovic, o argentino Lionel Messi e o francês Thierry Henry, todos do timaço da Catalunha, que se sagrou campeão.
Denilson Martins Nascimento, de 33 anos, e só agora devidamente apresentado ao público brasileiro, ainda estabeleceu o recorde de gols numa edição de Mundial Interclubes. Atuando pelo modesto Pohang Steelers, da Coreia do Sul, não passou em branco nenhuma vez. Anotou quatro gols em três jogos. De quebra, ainda marcou outro numa disputa de pênaltis, que não vale para a estatística.
Responsável por todos os gols do seu time na competição, o atacante conduziu o Pohang ao terceiro lugar do torneio, o maior feito de um clube sul-coreano.
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Diante de desempenho tão surpreendente numa vitrine privilegiada, Denilson agora tenta aproveitar um antes improvável salto na carreira, já veterano. "Eu não fico na Coreia, tenho outros clubes em vista", admitiu, de Abu Dhabi, para Terra Magazine, por e-mail.
No Brasil, comenta-se que ele formará o ataque do Bunyodkor, do Uzbequistão, com Rivaldo, sob o comando de Luiz Felipe Scolari.
- Essa competição é muito importate para qualquer jogador. Acho que estou realizado na minha carreira profissional por ter tido o prazer de jogar um Mundial de Clubes - avaliou.
O leitor de Terra Magazine conheceu a popularidade das comemorações de Denilson em terras coreanas, quando ele conquistou o título asiático.
Pró-gol e antigol
Além de goleador do Mundial, Denilson ainda escapou ileso quando atuou como goleiro nos últimos 15 minutos da semifinal, contra o Estudiantes, depois da expulsão do arqueiro titular e da impossibilidade de novas substituições.
Porém, a novidade coube somente aos espectadores. Havia precedente. "Fui goleiro quando era adolescente. Quando joguei em Dubai, no Al-Shabab, aconteceu a mesma coisa, fui para o gol e fui muito bem, graças a Deus", revelou.
Antes da decisão do terceiro lugar, liderando a corrida dos homens-gol, o atacante soteropolitano já anunciava: "Estou em vantagem e preciso fazer mais um gol para garantir a artilharia". E fez. O empate de 1 a 1 do Pohang com o mexicano Atlante terminou com triunfo asiático por 4 a 3 nos pênaltis.
Enfrentando o Estudiantes, que acabou vice-campeão, o rubro-negro sul-coreano acreditou na vitória até o fim, mesmo com três jogadores a menos, após cartões vermelhos. O placar não passou de um apertado 2 a 1.
- Nossa equipe é muito forte, e eu achava que dava para vencer a partida porque eles (os argentinos) caíram um pouco no primeiro tempo e nós estávamos inteiros. Mas, com a perda de jogadores por cartão, aí fica muito difícil. Mas foi bom e valeu como experiência - analisou Denilson, o terceiro brasileiro a tornar-se goleador do Mundial de Clubes da Fifa.
Metade dos Mundiais de Clubes da Fifa teve um brasileiro na artilharia:
2009
Denilson, do Pohang Steelers (Coreia do Sul), 4 gols em 3 jogos
2008
Wayne Rooney (Inglaterra), do Manchester United (Inglaterra), 3 gols em 2 jogos
2007
Washington, do Urawa Red Diamonds (Japão), 3 gols em 3 jogos
2006
Mohamed Aboutrika (Egito), do Al-Ahly (Egito), 3 gols em 3 jogos
2005
Amoroso, do São Paulo, 2 gols em 2 jogos
Peter Crouch (Inglaterra), do Liverpool (Inglaterra), 2 gols em 2 jogos
2000
Nicolas Anelka (França), do Real Madrid (Espanha), 3 gols em 3 jogos
Terra Magazine
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