quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

CHILE - Memória e trabalho agitam eleição chilena.


Dois importantes fatos marcaram o Chile nesta semana: a inauguração do Museu da Memória e o debate dos presidenciáveis Eduardo Frei (Concertacion) e Sebastián Piñera (da direita), o último, antes do 2º turno da eleição no próximo domingo (17.01). Frei, presidente do Chile entre 1994 a 2001, está 14 pontos atrás de Piñera, empresário e principal acionista da companhia aérea LAN - Linhas Aéreas Nacionais do Chile. Tudo indica, porém, que pode virar o jogo.

Além de candidato da presidenta Michelle Bachelet - que conta com aprovação de 80% do povo chileno - Frei tem também o apoio das organizações sociais, sindicatos e entidades dos direitos humanos. Um dos episódios que o favorecem é a declaração de Piñera de que, embora não pretenda chamar nenhum ministro de governo militar, não considera a colaboração com a ditadura de Pinochet (1973-1990) "um delito, nem um pecado".

Uma posição que caminha na contramão dos avanços no Chile, que nesta semana inaugurou o Museu da Memória - chamado pelo povo de Museu da Ditadura - considerado pela Comissão Interamericana de Diretos Humanos (CIDH) como um símbolo da luta contra a impunidade. É sempre bom lembrar que no Chile foram assassinadas 3.195 pessoas, muitos continuam desaparecidas e o número de torturados, segundo a Comissão Nacional sobre Prisão Política e Tortura, chega a 30 mil.

Outra questão espinhosa para o candidato da direita é em relação à flexibilização do trabalho. Durante o debate, além de ressaltar as conquistas da Concertacion durante o governo Bachelet, Frei foi categórico ao afirmar ser impossível a criação de um milhão de novos postos de trabalho sem a presença do Estado, como afirma Piñera.

Fonte: Blog do Zé Dirceu

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