sábado, 9 de janeiro de 2010

SAÚDE - Cadê a gripe A?

Rui Martins

CADÊ A GRIPE A?



Berna (Suiça) - A ministra francesa da Saúde tomou coragem e anunciou na televisão ter anulado a compra de 50 milhões de vacinas contra a gripe A, enquanto o apresentador da televisão suíça abria o telejornal com a pergunta - « Mas onde está a gripe A? »

Nada de se estranhar que, alguns dias depois, a diretora da Organização Mundial da Saúde, Margareth Chan, chinesa com curso de medicina no Canadá, se negasse a uma entrevista coletiva com a associação dos correspondentes da ONU em Genebra, preferindo selecionar apenas oito entre 150, provocando reações logo controladas.

Pudera, ela mesma, campeã da campanha de mobilização mundial contra a gripe A, só se vacinou no dia 30 de dezembro, faz portanto sete dias, o que já é quase por si só um escândalo.

Essa talvez a primeira notícia mais importante aqui na Europa, neste ano 2010, que se inicia com uma inesperada baixa de temperatura, talvez numa tentativa da natureza de complicar o trabalho dos ecologistas, empenhados atualmente na pregação do próximo fim do mundo pelo aquecimento da temperatura.

E todos os nossos esforços para não poluir ainda mais a atmosfera com os gazes de nossos carros acabaram sendo vãos, pois um vulcão no Congo está vomitando lavas e uma espessa fumaça, equivalente à poluição de muitas cidades, cobre o céu de toda região, mostrando que a Natureza também não colabora, parecendo parceira dos responsáveis pelo fracasso da conferência sobre o clima de Copenhague.

A gripe foi um bug, para não dizer blefe ? A OMS sabendo ou sem saber fez a alegria dos laboratórios farmacêuticos produtores do Tamiflu e da vacina, porém essa foi a primeira boa notícia do ano.

Não precisamos mais ter pesadelos com a gripe suína, cuja periculosidade fica longe daquela gripe normal de todos os anos. Depois daquela mentira do presidente Bush de que o Iraque tinha armas de extermínio coletivo, o troféu Pinóquio vai para dona Margaret Chan, diretora da OMS, cujo blefe levou milhares de pessoas a comprarem máscaras de proteção e a fazerem filas para a vacina, sem se falar nos milhões gastos pelos países para comprar remédios e vacinas.

Em todo caso, nossa alegria pela morte anunciada do virus da gripe A, frustando seus marqueteiros em todo mundo, não muda muita coisa, só nos dá alguns anos de sursis.

A civilização dos Maias, que segundo nos contam teria se autodestruído, nos garante, numa profecia já transformada em filme, para dentro de dois anos um cataclisma, capaz de levar ao fim a vida humana no planeta.

Mas o episódio do nigeriano, cujo presente de Natal aos infiéis seria o de explodir o avião no qual viajavam para Detroit, nos deixa diante de outro suspense – se os talibãs conseguirem controlar o Paquistão ninguém nos livrará do sacrifício pela bomba atômica.

Os ateus comunistas soviéticos tinham a bomba, mas nunca iriam sacrificar sua população numa guerra atômica, porém os fundamentalistas salafistas, certos de uma sobrevivência e mesmo de uma recompensa após a devastação, não pensarão duas vezes se puderem ser kamikases nucleares.

Parece que as religiões sentem-se atraídas pelo apocalipse, pois os inofensivos testemunhas de jeová não se cansam de me colocar na caixa do correio suas revistinhas prevendo um próximo e devastador fim do mundo.

Nenhum comentário: