“O conformismo com o arrocho monetário é inadmissível”
Blog do Zé“O conformismo com o arrocho monetário é inadmissível. Por definição, altas taxas de juros solapam a produção, desestimulam investimentos e impedem o crescimento econômico e a criação de empregos. Ninguém vai me convencer do contrário, nem que fique sozinho nessa batalha.” Esse é um trecho do artigo que o empresário Benjamin Steinbruch publica hoje na Folha de S.Paulo. Um texto que todos deveriam ler.
Ele começa dizendo que procurou na imprensa qualquer manifestação de descontentamento com o mais recente aumento da Selic, que foi para 11%: “Não encontrei quase nada”. Ele fez o mesmo exercício que esta equipe do blog faz constantemente – e teve o mesmo resultado.
“Pode ser que a imprensa não tenha procurado os descontentes, mas também pode ser que eles já estejam conformados com a situação ou receosos de assumir posições contrárias à onda dominante que considera natural a tendência de aperto monetário neste momento”, afirma Steinbruch.
O empresário afirma não haver motivo para essa elevação dos juros. “A inflação teve um aumento no primeiro trimestre, ninguém pode negar, mas em consequência da alta dos alimentos por razões puramente climáticas: a falta de chuvas, em níveis históricos, que também ameaça o abastecimento de água em São Paulo e cria grandes problemas para a geração de energia elétrica na região Sudeste”, afirma, com toda a razão.
Ele ainda lembra que o impacto da alta dos juros na inflação vai ser próximo de zero, justamente pelo caráter sazonal da alta de preços. “Tão logo o clima melhore, os preços se acomodarão, qualquer que seja a Selic.”
Mas, se não terá impacto na inflação, o mesmo não se pode dizer sobre as contas públicas: “Significará gastos adicionais bilionários com juros da dívida pública atrelada à Selic, um ônus fiscal bastante pesado e em geral ignorado”.
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