sexta-feira, 2 de maio de 2008

ECONOMIA - PIB da Argentina x PIB do Brasil.

Muito oportuna e interessante está análise do Blog Democracia&Política.


Quanto mais próspera estiver a economia da Argentina, melhor para o Brasil, e vice-versa. Por isso, torna-se importante para os brasileiros acompanharem com um pouco mais de atenção a evolução econômico-financeira do país vizinho.COLOCAÇÃO DA ARGENTINA E DO BRASIL NO RANKING MUNDIAL DO PIBEm 11 de março, este blog postou um artigo sobre o Produto Interno Bruto das principais economias do mundo, sob o título “Brasil cresce no ranking mundial do PIB”.Naquela postagem, mostramos os valores do PIB e a classificação em 2005, segundo o “Almanaque Abril 2008”, com uma atualização para 2006 e 2007. Repito abaixo:1º) EUA – PIB de US$ 12,416 trilhões;2º) Japão – PIB de US$ 4,534 trilhões;3º) Alemanha – PIB de US$ 2,795 trilhões;4º) China – PIB de US$ 2,234 trilhões;5º) Reino Unido – PIB de 2,198 trilhões;6º) França – PIB de US$ 2,196 trilhões;7º) Itália – PIB de US$ 1,762 trilhões;8º) Espanha – PIB de 1,125 trilhões;9º) Canadá – PIB de US$ 1,114 trilhões;10º) Brasil – PIB de 882 bilhões;11º) Índia – PIB de US$ 805 bilhões;12º) Coréia do Sul – PIB de US$ 788 bilhões;13º) México – PIB de 768 bilhões;14º) Rússia – PIB de US$ 764 bilhões;15º) Austrália – PIB de US$ 732 bilhões;16º) Taiwan – PIB de US$ 680 bilhões;17º) Holanda – PIB de 624 bilhões;18º) Bélgica – PIB de US$ 370 bilhões;19º) Suiça – PIB de 367 bilhões;20º) Turquia – PIB de 362 bilhões; 21º) Suécia – PIB de 358 bilhões;22º) Arábia Saudita – PIB de 309 bilhões;23º) Polônia – PIB de US$ 303 bilhões;24º) Áustria – PIB de 303 bilhões;25º) Noruega – PIB de US$ 296 bilhões;26º) Indonésia – PIB de 287 bilhões;27º) Dinamarca – PIB de US$ 258 bilhões;28º) África do Sul – PIB de US$ 239 bilhões;29º) Grécia – PIB de US$ 225 bilhões;30º) Irlanda – PIB de US$ 202 bilhões;31º) Finlândia – PIB de US$ 193 bilhões;32º) Irã – PIB de US$ 190 bilhões;33º) Portugal – PIB de US$ 183 bilhões;34º) Argentina – PIB de 181 bilhões.COLOCAÇÃO DOS 10 MAIORES PIB EM 2006Em 2006, a China ultrapassou a Alemanha e o Brasil, com o PIB de US$ 1,3 trilhão, ultrapassou o Canadá, passando para o 9º lugar. A colocação ficou a seguinte:1º) EUA;2º) Japão;3º) China;4º) Alemanha;5º) Reino Unido;6º) França;7º) Itália;8º) Espanha;9º) Brasil;10º) Canadá.COLOCAÇÃO DOS 10 MAIORES PIB EM 2007Considerando-se o PIB brasileiro de 2007 divulgado em 12/03/2008 pelo IBGE (R$ 2,36 trilhões), e o valor do dólar naquela data (R$ 1,674), o PIB brasileiro em dólar alcançaria US$ 1,41 trilhão em 2007. Na hipótese de não ter ocorrido mudança significativa no PIB espanhol, o Brasil teria assim passado a ocupar a 8ª posição no mundo, atrás da Itália.EVOLUÇÃO DO PIB ARGENTINO E DO PIB BRASILEIRO NOS ÚLTIMOS 25 ANOSFarei uma comparação de valores dos PIB dos dois países desde 1981. É importante ressaltar que estaremos confrontando simplistamente situações desiguais no tempo. Por exemplo, a Argentina viveu de 1991 a 2002 “a mentira” criada por Menem e seu ministro Cavallo, de considerar 1 Peso = 1 Dólar (1991). O Brasil viveu “a mentira” de FHC de considerar 1 Real = 1 Dólar até após a reeleição de FHC (1998). Esses fatos deturparam a conversão do PIB em dólar, aumentando-o muito enquanto durou a paridade. Os valores a seguir expostos foram obtidos de Reynaldo P. Felicíssimo quanto à Argentina, e do Relatório Anual 2006 do Banco Central, no tocante ao Brasil.PIB em US$ bilhõesANO-ARGENTINA- BRASIL1981---130,00------258,551982---58,20 (1)---271,251983---63,60-------189,461985---65,10-------211,091986---72,92-------257,811987---74,49-------282,361988---83,40-------305,711990---76,50-------469,321993---253,00------429,681994---281,90------543,091995---281,06------770,351996---294,68------840,271997---325,00------871,271998---298,10------843,981999---283,20------586,772000---284,96------644,982001---268,60------553,772002---102,04 (2)--504,362003---129,60 (3)--553,602004---153,01------663,782005---181,20 (4)--882,732006---196,60------1067,322007---213,71------1410,00 (5)(1) Guerra das Malvinas: abril/junho 1982;(2) dez 2001: “corralito” – saque máximo de US$ 1 mil po mês; jan 2002: fim do câmbio fixo; moratória da dívida externa de jan/2002 a jan/2003;(3) N. Kirchner decreta moratória de US$ 90,00 bilhões com os bancos particulares;(4) N. Kirchner alcança acordo com os bancos (76% de adesão), fixando a dívida em US$ 35 bilhões;(5) Valorização do real frente ao dólar.A TRAGÉDIA “NEOLIBERAL” DA ARGENTINA E DO BRASILNa tabela acima percebe-se, por volta de 2002, o resultado das políticas “neoliberais” (ou “antinacionais” como também classificavam) implantadas na década de 90 por Menen na Argentina e por FHC/PSDB/PFL no Brasil. Os PIB dos dois países caíram muito por volta do fim daquela nefasta experiência. O Brasil, após aquele governo antinacional, voltou a recuperar-se no governo Lula. A Argentina também. Como a queda da Argentina fora maior, até hoje ela ainda não voltou aos níveis de PIB antes alcançados, mesmo com os fortes crescimentos da economia nos governos Kirchner.Mais especificamente quanto àquele período ruim da Argentina, recordo a seguir um trecho do nosso artigo “O panelaço na Argentina” postado em 27 de março.(...) Havia nos dois países a competição neoliberal Menen x FHC. Menen, por intermédio do seu Ministro das Relações Exteriores (Guido di Tella) não quis ficar atrás das ousadias de FHC no Brasil e também ousou desmesuradamente. Confessou, com grande coragem, que aquele país desejava e estava em “relações carnais” com os EUA, o que levou a inteira nação argentina a posições constrangedoras. O pagamento para aquelas relações não lhe veio a ser compensador. Ela foi deixada em estado lastimável, apesar do humilhante alinhamento incondicional e automático com os EUA e de, exemplarmente, ter obedecido a todos os desejos e às prescrições das agências internacionais de empréstimos, sendo alvo de constantes elogios do G-7, do FMI e do então presidente Clinton. Mesmo com a Argentina ainda sofrendo alguns anos após, o presidente George W. Bush a ironizou dizendo que a cura de suas feridas “é problema dela, que desse modo quis soberanamente, e näo do contribuinte americano”. O único mimo que a Argentina recebeu foi um enfeitado diploma de “aliada dos EUA extra-OTAN” honorária (major non-Nato ally - MNNA), sem qualquer benefício prático significativo. Assim, Menen venceu FHC por pequena diferença, naquela acirrada competição”SITUAÇÃO DA ARGENTINA HOJEPara retratar o atual quadro da economia argentina, selecionei um trecho do artigo de Antônio Delfim Netto publicado ontem (30/04) no jornal Folha de São Paulo.Transcrevo:

“Vamos acordar?”

Uma visita à Argentina, mesmo rápida, é sempre muito agradável. Ela vive um ciclo de crescimento (8,5% em média 2006/07) e se espera qualquer coisa próxima de 7% em 2008, com um robusto crescimento industrial (mais de 9%). Graças aos aumentos dos preços das suas "commodities" de exportação (soja, milho e trigo), esta tem crescido fortemente (17% em 2006/07) o tem permitido um aumento das importações (25%) com significativos saldos comercial e em conta corrente. Há sérias dúvidas (entre os acadêmicos argentinos) sobre a continuidade desse quadro. Se a situação externa se modificar e a taxa de crescimento for reduzida, poderemos assistir a um novo círculo fiscal vicioso, piorando ainda mais a já grave situação inflacionária. Sobre esta há sérios problemas: enquanto o governo a estima em 8%, institutos privados (de alta credibilidade) a estimam em 20%. Isso torna muito difícil saber qual o papel exercido pela taxa cambial e a taxa de juros reais sobre a magnífica taxa de crescimento. O que realmente preocupa é que: 1º) o bom resultado fiscal deriva do crescimento e é apoiado na tributação do setor externo o que pode sofrer um colapso e 2º) as reivindicações salariais andam entre 20% e 30% (depois dos salários terem crescido mais de 20% em 2006/07). O futuro certamente é opaco e tudo pode acontecer.”

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