terça-feira, 10 de junho de 2008

ELEIÇÕES AMERICANAS - Economia vira tema de central da campanha.

Bruno Garcez, BBC Brasil em Washignton.

Os rivais democrata e republicano pela Presidência dos Estados Unidos, Barack Obama e John McCain, fizeram da economia o tópico central de seus discursos e das críticas que vêm trocando nos últimos dias.
Obama vem acusando McCain de dar continuidade às políticas econômicas do presidente George W. Bush, e McCain afirma que o democrata se apega a princípios econômicos ultrapassados.
''Independentemente de qual de nós vencer em novembro, haverá mudança em Washington. A questão é que tipo de mudança?'', indagou McCain em um discurso, realizado nesta terça-feira, durante o Encontro Nacional de Pequenos Negócios, realizado em Arlington, Virgínia.
De acordo com McCain, o rival pretende promover ''o maior aumento de impostos desde a Segunda Guerra Mundial'' e atrelar o salário mínimo ao índice de inflação, ''o que é uma maneira garantida de fazer com que todos gastem mais e de promover a redução na criação de novos empregos''.
Ele acrescentou ainda que, sob o projeto de impostos do senador, ''americanos de todos os meios veriam aumentos de impostos; idosos, pais, proprietários de pequenos negócios e qualquer um que tenha pequenos investimentos no mercado''.
Gasolina e alimentos
Obama retrucou as críticas pouco depois, em um evento realizado na cidade de Saint Louis, no Missouri.
Foi a segunda parada de Obama no giro de duas semanas por Estados que tendem a votar em candidatos republicanos ou que estariam oscilando entre os dois partidos, os chamados swing states, que poderão ser determinantes na eleição de novembro.
''Em um momento em que todos os custos estão aumentando, desde os de gasolina até os de alimentos, é preciso aumentar o salário mínimo e atrelá-lo à inflação. Mas, assim como George W. Bush, John McCain acredita que defender famílias em dificuldades é ruim para os negócios.''
O senador democrata vem repetindo ao longo da campanha que o voto em McCain representa um terceiro mandato para o presidente George W. Bush.
Em seu pronunciamento realizado em outro Estado de tradição republicana, a Carolina do Norte, Obama citou o presidente Bush em 15 ocasiões, quando fez críticas a McCain.
Leia também na BBC Brasil: Obama promete mais impostos para firmas de petróleo
Carter
Nesta terça-feira, o senador voltou a usar do mesmo expediente. ''O (...) plano de saúde Bush-McCain não é feito para ajudar os pequenos negócios. Ele é voltado para as pessoas que já são saudáveis e ricas o suficiente para pagar seguro saúde a qualquer preço.''
Recentemente, McCain começou a dar o troco, ao dizer que votar em Obama representa optar por um segundo mandato de Jimmy Carter, o presidente democrata que governou em um período de elevados gastos governamentais e de estagnação econômica, no final dos anos 70.
McCain, um político com mais de 20 anos de experiência no Senado e familiarizado com assuntos de política internacional, vinha tentando centrar a campanha em políticas de segurança nacional, um tema ao qual ele é mais ligado do que a economia.
Mas Obama tem, até o momento, conseguido com sucesso desviar os holofotes para temas ligados à combalida economia americana.

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