sábado, 14 de junho de 2008

HISTÓRIA - CHE em 1959.

A partir de 1959, o Guerrilheiro tornou-se um dos principais protagonistas do processo revolucionário, por sua provada decisão, versatilidade e capacidade, e pela dinâmica dos grandes acontecimentos precipitados pelas agressões contra Cuba • Héctor Rodríguez Llompart lembrou a estratégia do comandante-em-chefe Fidel Castro para combater o bloqueio, que já data de mais de 45 anos, e o papel desempenhado pelo Che, que, neste 14 de junho, se comemora seu 80º aniversário-natalício.

POR GABRIEL MOLINA.

• A Revolução Cubana sempre foi obrigada a defender-se da hostilidade do governo dos EUA, inclusive na Serra Maestra.
Em março de 1959, apenas três meses depois da vitória da luta armada, o vice-presidente nessa época, Richard Nixon, saiu de uma entrevista com Fidel Castro em Washington, e convenceu o presidente Eisenhower de que devia iniciar as ações para derrubá-lo.
Nesse mesmo ano, os Estados Unidos persuadiram o governo britânico a cancelar a venda de aviões de combate Hunter a Cuba. Esses aparelhos podiam ter dificultado, segundo os EUA, a invasão que já se organizava e que finalmente se efetuou, em abril de 1961, pela Baía dos Porcos. Com esse objetivo, fizeram explodir, em fevereiro de 1960, o navio francês La Coubre, quase a descarregar fuzis no porto da Baía de Havana. Várias dezenas de cubanos e franceses morreram nessa ação terrorista, atribuída em Cuba à CIA.
Simultaneamente, o governo de Washington impediu que um consórcio de bancos da Europa ocidental aprovasse um empréstimo de US$100 milhões à ilha caribenha.
Nalgumas ocasiões, o governo cubano aplicou a tática de revidar aos golpes econômicos. Quando, em 6 de junho de 1960, as companhias petroleiras Standar Oil, Texaco e Royal Dutch Shell se recusaram, sob as ordens do governo dos EUA, a refinar petróleo comprado por Cuba à União Soviética, as autoridades da Ilha não hesitaram em tomar o controle das refinarias, um mês depois. A contenda continuou com o boicote promovido pela administração Eisenhower aos exportadores de petróleo e às empresas de navegação.
Em 6 de agosto, Cuba respondeu com a nacionalização das refinarias cubanas.
Ernesto Che Guevara participou de todos esses acontecimentos e das respectivas decisões, não só como combatente ou político, mas também como economista, ou melhor, como estrategista da economia, ao lado de Fidel, em cuja função era menos conhecido.
Desde sua primeira responsabilidade civil oficial, a de diretor de Indústrias do Instituto da Reforma Agrária, e também a de presidente do Banco Nacional a partir de novembro de 1960 e a de ministro de Indústrias desde 1962, coube-lhe atuar principalmente na economia para implementar a linha de trabalho traçada pela Revolução, tanto na produção quanto no comércio internacional. Testemunha excepcional desse aspecto da trajetória do comandante Guevara foi Héctor Rodríguez Llompart, que contou que o conheceu em La Cabaña — onde o Che era chefe militar — nos primeiros meses de 1959. Llompart era membro da Comissão do município de Regla, em Havana, e visitou o guerrilheiro com o capitão Miguel Ángel Duque de Estrada, que dirigia os Tribunais Revolucionários nessa época. Eis aqui suas valiosas lembranças e opiniões.
Como lembra aqueles primeiros dias de agressões?
As agressões do governo dos EUA contra Cuba começaram logo.
A Revolução revidou às agressões armadas contra centros produtivos da Ilha, aos atentados terroristas e às ameaças armadas, com maior organização de seus aparelhos militares e de segurança, com a compra de armamentos, com a criação das Milícias Nacionais Revolucionárias e dos Comitês da Defesa da Revolução, etc.
O apoio e a decisão de nosso povo de lutar até vencer, sob a palavra de ordem: Pátria ou Morte! tornavam inexpugnáveis as trincheiras políticas.
Os planos de agressão econômica eram cada vez mais encobertos e perigosos.
De que maneira participou o Che da luta contra esses planos?
A dependência quase absoluta do mercado dos EUA e os vínculos de nossa economia com a metrópole por mais de 50 anos complicavam ainda mais a situação de uma economia aberta como a nossa.
Era imprescindível encontrar outros mercados para a venda de nossos produtos, bem como para os produtos importados.
Nos fins de 1959, fez-se no México uma exposição soviética e a delegação desse país foi presidida pelo vice-primeiro-ministro, Anastas Mikoian.
Nesse momento, eu era funcionário do Ministério das Relações Exteriores e precisamente foi o comandante Guevara que me informou que devia partir para o México a fim de convidar oficialmente Mikoian a trazer a exposição a Cuba e que ele presidisse, pessoalmente, se possível, a delegação soviética.
Como anedota pessoal, lembro que os jornais anunciaram com esse propósito a visita do Che, e no dia em que cheguei ao México havia muitos jornalistas e fotógrafos no aeroporto.
O jornal Universal publicou nesse dia uma notícia intitulada "Esperavam um barbudo e chegou um desbarbado".
Depois de alguns contratempos ocasionados pela realização naqueles dias de um Congresso Eclesiástico em Cuba, a visita foi adiada e finalmente foi feita em fevereiro de 1960.
A delegação cubana, presidida pelo comandante Guevara, dialogou com os soviéticos sobre a necessidade de colocar nossa venda de açúcar na URSS, diante da iminente suspensão da compra dos EUA.
Finalmente, em 13 de fevereiro de 1960, o presidente Fidel Castro e Anastas Mikoian assinaram um convênio comercial e outro de crédito.
Nesse momento, a URSS comprometeu-se a comprar 5 milhões de toneladas de açúcar cubano em cinco anos e nos deu um crédito avaliado em US$100 milhões, a pagar em 12 anos, com 2,5% de juros.
Na Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, em 25 de março de 1964, falando em nome do nosso governo, o comandante Guevara resumiu aquela primeira etapa da maneira seguinte: "Posteriormente, estas agressões caracterizaram-se por medidas dirigidas a paralisar a economia cubana. Tentaram privar Cuba, em meados de 1960, do combustível necessário para o funcionamento das indústrias, das usinas elétricas e do transporte. Pressionadas pelo Departamento de Estado, as companhias petroleiras norte-americanas independentes recusaram-se a vender petróleo a Cuba ou a facilitar-lhe navios-tanques para seu transporte. Logo depois, tentaram privá-la das divisas necessárias para o comércio exterior. Em 6 de julho de 1960, o presidente Eisenhower reduziu 700 mil toneladas da cota açucareira de Cuba nos Estados Unidos, suspendendo completamente essa cota em 31 de março de 1961, poucos dias depois da anunciada Aliança para o Progresso e dias antes da invasão à Baía dos Porcos. Tentaram paralisar a indústria de Cuba, privando-a das matérias-primas e peças de reposição necessárias para suas maquinarias. Por isso, o Departamento do Comércio dos EUA emitiu, em 19 de outubro de 1960, uma resolução que proibiu o embarque de numerosos produtos a nossa Ilha. Esta proibição de comeciar com Cuba foi-se intensificando até que, em 3 de fevereiro de 1962, o ex-presidente Kennedy decretou um embargo total ao comércio dos Estados Unidos com Cuba.
Após fracassarem todas as agressões, os Estados Unidos começaram a aplicar o bloqueio econômico contra Cuba, com o objetivo de impedir o intercâmbio comercial de outros países com a Ilha. Em primeiro lugar, em 24 de janeiro de 1962, o Departamento do Tesouro norte-americano anunciou que era proibida a entrada nos EUA de qualquer produto elaborado, tudo ou uma parte, com peças de origem cubana, embora fosse fabricado em qualquer outro país. Dando um novo passo, que significava o estabelecimento de um bloqueio econômico virtual, em 6 de fevereiro de 1963, a Casa Branca emitiu um comunicado anunciando que as mercadorias compradas com dinheiro do governo norte-americano não seriam embarcadas em navios com bandeiras estrangeiras que tivessem comercializado com Cuba depois de 1º de janeiro desse ano. Iniciaram assim a lista negra, que inclui mais de 150 navios de países que não se aderiram ao ilegal bloqueio norte-americano. E outro passo para dificultar o intercâmbio comercial com Cuba foi dado em 8 de julho de 1963, quando o Departamento do Tesouro dos EUA resolveu congelar todos os bens cubanos em território norte-americano e proibir a transferência de dólares para ou de Cuba, bem como qualquer outro tipo de transação em dólares efetuado através de terceiros países.
Quais os objetivos dessa viagem?
A decisão de nos privarem do combustível, de suspenderem a compra de açúcar cubano e outras agressões econômicas já se concretizavam quando, em outubro de 1960, sendo subsecretário do Ministério das Relações Exteriores, Jaime Barrios (1), que trabalhava com o Che, me ligou e me informou que nos próximos dias devia integrar a delegação presidida pelo Che que visitaria todos os países socialistas. Nessa época, o Che falava-nos muito da necessidade de estabelecer relações com esses países.
Depois soube mais detalhes da nossa missão. O primeiro objetivo era diversificar nosso comércio tentando colocar a maior parte da produção açucareira naqueles mercados e substituir a maioria das nossas importações por artigos daquelas procedências.
Quando chegamos à URSS, convocaram uma reunião urgente em Moscou, com a presença de todos os ministros do Comércio Exterior dos países socialistas. Naquela reunião, o comandante Guevara explicou a grave situação que a Revolução Cubana enfrentava diante da agressão imperialista e como tema principal a necessidade de colocar naqueles mercados 4 milhões de toneladas de açúcar ao preço de 8 centavos o quilograma. Este era um preço superior à cotação do açúcar nesse momento na bolsa de Nova Iorque.Também salientou a necessidade de adquirir nestes países os produtos de importação mais necessários para o país.
Naquele momento em Cuba não existia o Ministério do Comércio Exterior e tínhamos muito pouca informação e experiência nesse tema. Só tínhamos sólidos argumentos políticos e uma carta assinada por nosso ex-primeiro-ministro, Fidel Castro, que continha o pedido acima referido, seu portador: o comandante Guevara.
Que acordos foram tomados?
Diante daquela negociação, a URSS comprometeu-se a adquirir 2,7 milhões de toneladas de açúcar, a China, um milhão de toneladas e os demais países socialistas, 300 mil toneladas.
De maneira adicional, Coréia, Vietnã e Mongólia compraram quantidades simbólicas como demonstração de apoio e solidariedade dos países socialistas.
Em Moscou, também foi assinado um convênio multilateral de pagamentos.
Com o objetivo de assinar convênios comerciais que incluíam listas de produtos a intercambiar, convênios de pagamentos e convênios de crédito, a delegação presidida pelo Che também visitou a Checoslováquia, China, Coréia e República Democrática Alemã.
Durante a estada na China e por razões de tempo, o Che resolveu visitar a República Democrática da Coréia e mandou-me como chefe de um pequeno grupo ao Vietnã e à Mongólia, países com os quais naquela oportunidade também assinamos o estabelecimento de relações diplomáticas.
Quando concluímos a estada em Berlim, o Che teve que retornar a Cuba e nos informou que visitaria Budapeste e que a delegação que eu presidia a partir daquele momento devia ir à Polônia, Hungria, Romênia, Bulgária e Albânia.
Nesse momento já se falava da necessidade de mudar a estrutura do comércio cubano?
Quando retornou a Cuba, numa conferência televisionada em 6 de janeiro de 1961, para informar sobre a assinatura dos acordos com os países socialistas, o comandante Guevara disse: "Era uma tarefa muito difícil; uma tarefa difícil, porque tivemos que mudar a estrutura do nosso comércio em poucos meses. De um país com uma estrutura totalmente colonial, há exatamente um ano, com um sistema de comércio interior e exterior dominado completamente pelas grandes importadoras dependentes dos capitais monopolistas, passamos a ser, no decurso de dez meses, até outubro, um país onde o Estado exerce o poder absoluto do comércio exterior, e, além disso, de uma boa parte do comércio interior".
Também se referiu a outras dificuldades que enfrentamos, pois aqueles países se regiam pelo sistema métrico decimal, enquanto nós aplicávamos sistemas coloniais.
Os equipamentos elétricos em Cuba eram de 60 ciclos, enquanto a eletricidade nos países socialistas era de 50 ciclos por segundo.
Enfrentamos dificuldades de todo tipo, mas com a decisão de vencer, diante da situação que encarava nosso povo por causa da agressão imperialista.
Dessas primeiras experiências há anedotas interessantes.
Na China, quando avaliávamos a relação das mercadorias para o comércio, Cuba tinha uma perda de três milhões de dólares.
Antes da assinatura do protocolo final, o primeiro-ministro chinês, nessa época, Chou En-lai disse ao Che que a China não devia aparecer recebendo um valor superior em mercadorias do que exportava a Cuba.
Por conseguinte, foi decidido que aparecessem exportações de artesanato, avaliadas em 3 milhões, pois nesse momento não encontramos outros produtos para satisfazer nossos pedidos.
Deste contingente protocolar de artesanato chinês surgiram anedotas em Havana sobre a quantidade de bengalas e guarda-chuvas que eram vendidas em nossas lojas.
Realmente, os chineses nos enviaram importantes produtos de artesanato que, com certeza, superavam o valor acima indicado.
Sempre pensei que nem eles nem nós sabíamos avaliar aquelas maravilhas.
Contudo, alguns estrangeiros que viviam em Cuba na época aproveitaram a situação e se enriqueceram com o comércio ilegal daqueles produtos de artesanato.
Também as snow plough foram motivo de anedotas e piadas. Penso que estes tiveram uma base real em equipamentos iguais ou similares, comprados para experimentar em nossa mineração.
Jamais esquecerei o rosto espantado do tradutor soviético que, após ler a lista de nossas necessidades, não sabia o que dizer, pois houve erros de datilografia, e puseram milhares de "bembas de mono" (beiços de macaco) em lugar de "bombas de mão".
Motivo de comentários engraçados entre nós, dos quais também era partícipe, foram as decisões do comandante Guevara de adquirir toda a carne em conserva que pudéssemos, assim como as máquinas ferramentas.
Poucos meses depois, tomaria conhecimento da justeza daquelas decisões quando, mobilizado numa trincheira ou como voluntário cortador de cana-de-açúcar, fiquei agradecendo a carne russa que tanto nojo me provocou quando a degustei pela primeira vez.
A mesma satisfação senti ao saber que se podia resolver o problema das peças de reposição naquelas maquinarias ferramentas que adquirimos e que um companheiro da delegação chegou a dizer que para o próximo dia de Reis teríamos que fazer propaganda com os pais para que presenteassem a cada menino cubano uma dessas máquinas.
Eu pessoalmente guardo lembranças inesquecíveis daqueles dias junto a um homem inigualável como o Che.
Tive a oportunidade de conhecer figuras relevantes como Mao Tsé-tung e Chou-En-lai, Nikita Kruchov, Walter Ulbricht, Phan Van Dong e outros destacados dirigentes dos países socialistas.
No entanto, lembro-me, com especial carinho e admiração, de uma jovem agradável e serviçal que nos ajudava como tradutora de alemão na República Democrática Alemã, Tâmara Bunke Bider, que anos depois foi conhecida como Tânia a Guerrilheira.
Em 23 de fevereiro de 1961, foi constituído o Ministério do Comércio Exterior, sendo designado ministro desta pasta Alberto Mora.
Quais os principais problemas que enfrentavam com essas mudanças no comércio exterior e qual o papel do comandante Guevara nele?
Depois de retornar da viagem aos países socialistas, fui nomeado vice-ministro do Comércio Exterior.
Naqueles primeiros anos de organização e reestruturação do comércio exterior e, apesar de suas inúmeras tarefas, o comandante Guevara desempenhou um papel excepcional no trabalho e desenvolvimento dele.
Nesses anos, o Che se referiu publicamente à atividade do comércio exterior, às vezes, para revidar aos que criticavam de maneira mal-intencionada, como o Diário de la Marina, os primeiros acordos com a União Soviética, e fê-lo assim durante uma palestra que ministrara na Universidade de Havana em 2 de março de 1960, e dias depois, em 20 de março de 1960 na Conferência Inaugural do programa de televisão Universidad Popular.
Também se referiu às principais dificuldades ao assumir estas tarefas, assim como o discurso que proferiu no Seminário sobre planejamento na Argélia, em 13 de julho de 1963, onde explicou:
"Nosso comércio exterior mudou completamente. De 75% com os EUA, passou a 75 ou 85% com os países socialistas. Mudança benéfica para nós de todos os pontos de vista, político e social, mas do econômico, precisava de uma grande organização".
"Centenas de importadores especializados faziam pedidos via telefônica aos Estados Unidos para satisfazerem suas necessidades, e no dia seguinte, chegavam num ferry, Miami-Havana diretamente. Não havia armazéns nem previsão nenhuma".
"Tudo isso, sem esses técnicos, inimigos do governo, foi fundado no que foi o primeiro Banco para o Comércio Exterior de Cuba e depois o Ministério do Comércio Exterior, e ali centralizou, com pessoal inexperiente, todas as compras para fazê-las já, não num dia pelo telefone, mas sim em dois meses de viagem, em longas conversações. E ao mesmo tempo, matéria-prima que tinha diferente denominação."
"E ainda mais: se vocês visitarem hoje algumas das fábricas deste país e quiserem saber que tipo de aço se emprega numa peça de reposição qualquer, vocês se depararão com um número num catálogo, o SKF-27, por exemplo. O SKF-27 no catálogo dessa empresa comercial significa um determinado elemento. Como pedir isso aos países socialistas? Era necessário fazer uma analise do aço, às vezes, fazer especialmente uma peça ou duas, algo quase impossível. Era preciso importar as máquinas aqui em Cuba, com falta de técnicos de alta qualificação."
"Esses eram os problemas diários de Cuba — e ainda o são."
Estava ele satisfeito com o rumo dessas relações comerciais?
O Che prognosticou e alertou sobre as dificuldades e obstáculos que por experiência própria nas nossas relações comerciais com alguns países socialistas levariam a que estes aplicassem modelos capitalistas em suas relações com os países subdesenvolvidos.
Na Argélia, em 24 de fevereiro de 1965, no discurso que proferiu no segundo Seminário Econômico de Solidariedade Afro-Asiática disse:
"Não pode existir socialismo, se não houver uma mudança de consciência que provoque uma nova atitude fraternal face à humanidade, tanto do ponto de vista individual, na sociedade em que se constrói ou foi construído o socialismo, quanto em nível mundial em relação a todos os povos que sofrem a opressão imperialista."
(1) Jaime Barrios, de nacionalidade chilena, foi assassinado em 11 de setembro, no Palácio de La Moneda.
Fonte: Granma Internacional.

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