quarta-feira, 18 de junho de 2008

PETRÓLEO - Lobista ressuscitado.

Os representantes das multinacionais já estão se movimentando, fazendo "lobby"para que a entrega das reservas agora descobertas pela Petrobrás se torne um fato. É o caso do Sr. Márcio Fortes, que ressuscitou para defender o indefensável.
Durante o período em que Fernando Henrique mexeu na Constituição, para quebrar o Monopólio Estatal do Petróleo, um discurso repetido e renitente deu os argumentos aos parlamentares que, preocupados com a repercussão da quebra do maior movimento da história do Brasil, temiam votar essa mudança anti-nacional. Márcio Fortes dizia: "Quero aqui desta tribuna saudar uma empresa mais competente e capacitada deste país: a Petrobrás, empresa cuja eficiência, competência traz orgulho a todos nós brasileiros. Esta empresa é reconhecida internacionalmente por sua tecnologia de águas profundas e pela competitividade baseada na competência e capacitação dos seus técnicos. Por todas essas qualidades, essa empresa não precisa do monopólio”. Assim, Márcio Fortes dava aos parlamentares o “gancho” para votar com tranqüilidade um mal tão grande ao seu país. Agora, ele volta com os mesmos argumentos falaciosos dos lobistas pelos leilões como o diretor da ANP, Haroldo Lima, o presidente do IBP, João Carlos de Luca, e da Repsol, empresa do Banco Santander, que é braço do National Bank of Scotland. Fortes afirma que a Lei 9478/97 propiciou descobertas que a Petrobrás buscava há 30 anos, que o setor petróleo cresceu de 3 para 10% do PIB, sem mencionar que o preço se elevou de US$ 10 por barril para US$ 140 por barril, entre outras falácias. Mas o certo é que os lobistas estão todos aí: Miriam Leitão (Roberto Campos de saia), Adriano Pires (ex-membro do Instituto Liberal, criado pela Shell para quebrar o Monopólio), editoriais dos jornais, entre eles, “O Globo” e “Estadão”, bem como de jornalistas menos cotados. Todos eles querem evitar o óbvio: não dá para o Brasil entregar uma reserva, já descoberta, de 90 bilhões de barris no pré-sal, isenta de riscos e que pertence ao povo brasileiro. Ao preço atual, 60% disto podem ir para o exterior sem que o povo brasileiro, real dono dessa riqueza, ganhe nada com tal transferência. No mundo, os países produtores e exportadores ficam com 84%, em média. É, pois, indefensável a manutenção do marco atual. Mas os lobistas não desistem. (Fernando Siqueira, diretor de Comunicações da AEPET)

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