O grupo de emissoras que combate o monopólio da Globo na TV paga ganhou mais um aliado. O SBT se juntou a Abril, Band e Record nas discussões que pretendem fazer valer o PL-29, projeto que prega cotas de canais nacionais para o setor.
De acordo com a proposta, cada grupo econômico pode ocupar no máximo 25% da cota. Com isso, haveria 12 canais com conteúdo brasileiro. A medida prejudicaria a Globosat, que só poderia ter três canais ao todo. A Globo luta para que o limite seja de 50%.
Segundo informa o colunista do jornal Folha de S.Paulo, Daniel Castro, a adesão do SBT teve também foco publicitário, presente no PL-29. A emissora quer que o teto para inserção de propaganda nos canais pagos seja de 15% por hora. No entanto, a Globosat busca um acordo em 30%. Nesse caso, porém, sofre oposição até da Globo.
Os embates sobre o futuro da TV paga não são os únicos da emissora da família Marinho. A Globo assumiu, publicamente, a preocupação com a internet e as novas mídias no 5º Fórum Internacional de TV Digital, realizado na sexta-feira, no Rio de Janeiro.
Representada pelo diretor de engenharia, Fernando Bittencourt, a emissora se posicionou em combate à multiprogramação na TV digital e ignorou a queda da audiência na TV aberta, fato já consumado segundo o Ibope. Bittencourt mostrou tensão com o avanço da internet no país, em movimento que ameaça um modelo de negócios já estabelecido há décadas.
"No cenário de mídia, falando do passado, nós éramos felizes e não sabíamos. Isso há dez, 15 anos. A única forma de ver televisão era pelo ar", disse, lembrando o avanço da web, em declaração publicada.
TV digital
O executivo rechaçou também qualquer possibilidade de a emissora aderir à transmissão de vários canais em um mesmo espectro na TV digital. Alegou que a medida não trará mais anunciantes e, por isso, não há motivos para investimentos.
"A TV aberta sobrevive de publicidade — essa não sabe se é analógica ou digital, quem sabe é a gente. Nós não temos dinheiro novo na TV digital. Então, se você assumir a multiprogramação, significa que o dinheiro que a gente tem é o mesmo para produzir mais de um, dois programas", disse Bittencourt.
O representante da Globo até tentou argumentar sobre a queda de audiência na TV aberta frente à internet e DVDs. Viu o lado positivo da coisa. Baseado em dados do mercado norte-americano, disse que, ao mesmo tempo em que a audiência diminui, cresce a participação da TV nos investimentos em mídia.
Também participaram do painel "Grandes Redes no Ambiente Digital" Frederico Nogueira, vice-presidente da Band, José Marcelo do Amaral, diretor de tecnologia da Record e Alexandre Sano, executivo de tecnologia do SBT.
Fonte: Vermelho.
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