Quando a esquerda se iguala à direita, perde.
A nossa imprensa glorifica a presidente do Chile, Michele Bachelet. O motivo? Sendo do Partido Socialista, fez um governo liberal, sem confrontos, aceitando a lógica do sistema. O contrário dos “demônios” Chávez, Evo Morales, Rafael Correa e, nos últimos tempos, Lula.
Semana que vem haverá eleições no Chile. E o favorito é um empresário de direita, apoiado pelos “pinochetistas”, Sebastián Piñera. Ele é um bilionário (segundo a Forbes, sua fortuna ultrapassa 1,3 bilhão de dólares), dono da Chilevision e de 23% da LAN Chile. Em 1989, chefiou a campanha de Hernán Büchi, um ex-ministro das Finanças do governo de Pinochet.
O Partido Socialista Chileno, seguindo a fórmula de “composição” com a Democracia-Cristã, lançou a candidatura do ex-presidente Eduardo Frei, da DC. Empacou.
Tanto empacou que o dissidente Marco Enríquez-Ominami chegou a 20% das intenções de voto, pouco abaixo dele. Marco é filho do fundador do MIR, Movimiento de Izquierda Revolucionario, que combateu a ditadura de Pinochet.
Mas a direita tem 36% . E ganha, nas simulações de 2° turno, com um pouco mais de folga se quem passar ao 2° turno for Frei e não Ominiami. A última pesquisa dá 23% a Frei, caindo, e 20% a Marco, subindo.
O candidato do Partido Comunista, Jorge Arrate, que alcançou inesperados 5% nas pesquisas, lançou ontem um apelo para um pacto de unidade contra Piñera. Arrate foi considerado o vencedor do debate entre os candidatos, o que impulsionou sua candidatura.
A estrutura do PS do Chile está rachada. A população está confusa.
Quando a esquerda governa e age como a direita, como esperar que seja diferente?
Que diferença da Bolívia!
Fonte: Blog "Tijolaço", do Brizola Neto.
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