Datafolha já é outro. As pesquisas vão “afinando”
Como já advertiram alguns comentaristas deste blog, saiu a pesquisa Datafolha. E ela assinala um momento em que as pesquisas de opinião vão ter de começar a ir “arrumando” dos números que divulgam. A Datafolha, por exemplo, reduz a diferença de Serra (37% contra 36% na pesquisa anterior) e Dilma (23%, antes, 17%). A diferença entre ambos cai de 19 para 14 pontos. Ciro segue em terceiro, quase sem variação (13%, antes 14%) e Marina tem 8%, contra 3% na pesquisa anterior. Sem Ciro, Serra vai a 40% (antes, 44%) e Dilma fica em segundo, com 26% (antes, 19%) .
Claro que ninguém diz que o Datafolha, ou qualquer outro instituto apure X e divulgue Y para um candidato. Quando se sabe onde, geográfica e socialmente, uma candidato vai melhor ou pior, basta acertar a amostra, previamente.
A diferença mais significativa da pesquisa Datafolha não é o resultado dos candidatos, embora você tenha visto que a mudança foi expressiva. A maior alteração foi no número de entrevistados. Na pesquisa anterior, em agosto, foram 4.100 pessoas; agora, quase três vezes mais: 11.429 pessoas. Que interessante, não?
Lógico que ninguém diz que Serra vá ter 20% dos votos, só. Claro que não. A direita “puro-sangue” sempre teve mais que isso no Brasil. Ainda mais com um candidato paulista, estado onde parte da elite se sente visivelmente mal de viver no Hemisfério Sul.
O que qualquer pessoa vê é que Serra, há muito tempo, bateu no seu teto. Candidato a presidente em 2002, candidato a prefeito de São Paulo em 2004, candidato a governador de SP, depois de ficar dois anos como candidato a presidente – empurrando o Geraldo para a fria, depois – em 2006 e, desde então, “grande esperança branca” da direita, Serra não tem onde crescer.
Ou melhor, tem. Pode ainda aparecer alguma pesquisa, para colocar medo nos trouxas e, sobretudo, para ver se induz Lula a fazer uma composição conservadora, naquela “linha burra” do marketing de que “se for bonzinho” , terá mais apoio. Se for “bonzinho” faz o jogo de Serra e evitar a polarização de que ele se pela de medo: a do passado com o presente, a de filhote de FHC, da privatização e da “desbrasileirização” do Brasil.
Fonte: Blog Tijolaço, do Brizola Neto.
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