sábado, 12 de dezembro de 2009

MEIO AMBIENTE - União Européia sem moral para criticar.

Copiado do blog do Brizola Neto.

Olha quem quer dar lições de ecologia…

metzgerNo Estado de S. Paulo de hoje, o principal negociador da União Europeia (UE) para o clima, Artur Runge-Metzger(foto), cobra do Brasil uma posição sobre o uso do petróleo do pré-sal. Apesar de satisfeito pela “mesa não estar mais vazia” de propostas dos países em desenvolvimento, ele diz que ainda há muitas questões em aberto para saber se as metas anunciadas até agora são suficientes ou não. “O Brasil falou em reduzir o desmatamento e colocou números porcentuais, a China disse que vai diminuir a intensidade de carbono e a Índia também. Mas há questões pendentes. No Brasil, o que vocês estão fazendo no setor industrial? Sabemos que muito petróleo foi encontrado em frente à costa brasileira. Ele será usado em grande escala?” Runge-Metzger ressaltou que até hoje “a matriz energética é limpa, majoritariamente de hidrelétricas” e que o País tem a vantagem de usar muito biocombustível. “Mas isso pode mudar radicalmente se essa grande quantidade de petróleo for utilizada.”

A "limpíssima" revolução industrial alemã

A "limpíssima" revolução industrial alemã

Ora, senhor Metzger, o sennhor quer falar em energia limpa? Então vamos falar das minas de carvão do Vale do Ruhr. Certamente o senhor sabe que no seu país, no Vale do Rio Ruhr, imensas jazidas de carvão – muito mais poluente que o petróleo – começaram a ser exploradas há mais de 200 anos e alimentaram a revolução industrial em seu país. E não deve deixar de saber que continuam a ser, inclusive com fortes subsídios governamentais. Ou seja, o seu país paga para que o carvão, mesmo sendo seu custo antieconômico, continue a ser retirado. Por que? Porque gera ainda 34 mil empregos, do mais de meio milhão que essa atividade já gerou.

O carvão retirado hoje - e com subsídios - na Alemanha

O carvão retirado hoje - e com subsídios - na Alemanha

Só em janeiro de 2007 os governos dos estados produtores de carvão em seu país decidiram fechar as minas, assim mesmo só em 2018. Não sabia? Está no site da emissora oficial alemã, a Deutsche Welle.

Então agora o senhor que saber se vamos usar o petróleo do pré-sal? Os senhores passaram décadas, séculos, jogando fuligem ao ponto de tapar a luz do dia e agora querem que a gente deixe assim, “no más”, como dizem no Rio Grande do Sul, a nossa energia- finalmente encontrada - repousando intacta debaixo da terra?

Nós vamos usar o petróleo, sim, Herr Metzer, com muito cuidado e muita proecupação em não poluir. Talvez, até, a menor parte dele, porque uma parte importante será exportada para países como o seu, que consomem ávidamente petróleo.

Mas os países desenvolvidos, se querem que nós invistamos em energia limpa têm de dar a sua parte. De preferência, em dinheiro. O mundo não chegou a esse ponto com a poluição do petróleo do pré-sal, mas, em grande parte, com o carvão do Ruhr. Graças a ele, os alemães – que bom! – têm boas escolas, bom serviços de saúde, têm um alto padrão de vida.

O Brasil está prontíssimo a dar uma cota – uma enorme cota – à inescapável causa de preservação do planeta. E vamos fazer isso. Mas não nos venham dar lições de moral depois de jogar pó e fumaça de carvão por dois séculos na atmosfera e , mesmo hoje, se recusarem a dar sequer o mesmo sacrifício que nos pedem .A meta brasileira de corte de emissões é 30% maior do que a que a União Européia aceita para si mesma.

A posição brasileira de exigir que o mundo desenvolvido, depois de levar a Terra a estasituação extrema, ajude a pagar a conta da imundície que fez do ar deste planeta está corretíssima.

E dispensamos “lições de ecologia” de quem não é capaz de olhar parasí, antes de criticar os outros.

Fonte: Blog Tijolaço.

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