quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

POLÍTICA - O lamaçal dos demos e os sapatos tucanos da Oscar Freire.

Renato Rovái

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(03/12/2009 00:12)

Não pensem que os demos não estão espumando por conta da postura blasé que a tucanada assumiu no escândalo do panetonegate.

Eles guardaram as armas porque não é hora de atirar, mas anotaram as declarações tanto de José Serra quanto de Aécio Neves. Ambos ficaram “estarrecidos” com o que viram.

A boca pequena os demo-líderes têm dito que além de o presidente local do PSDB, Márcio Machado, ser um dos acusados do esquema de arrecadação paralela, o caso Yeda é mais grave do que o de Arruda. A diferença são as imagens e o profissionalismo do cagueta. O de Brasília gravou tudo com detalhes. Os do Rio Grande não foram tão meticulosos.

Os efeitos da crise demo-Arruda não vão ficar restritas ao DF, como um colunista da Folha tentou demonstrar. Ao contrário, já invadiram a sucessão presidencial e demoliram muitas das pontes que resistiam entre tucanos e Demos. Nem mesmo a coligação no plano nacional é mais dada como certa. Os demos acham que os tucanos são traíras e que não estão agindo de forma solidária. Os tucanos consideram que o lamaçal dos demos é demais da conta pra eles sujarem o sapato novinho que acabaram de comprar na Oscar Freire.

Isso não se resolve em seis meses.

A sucessão embaralhou pro lado da oposição. Não será nada surpreendente se os tradicionais aliados dos últimos tempos vierem a rachar solenemente.

No tucanato, Serra amplia a sua defesa da chapa pura. Ele na cabeça, claro.

Aécio faz bico e diz que o negócio é trazer outros partidos para a oposição. E que isso só ele consegue. Ou seja, ambos começaram a dispensar os demos, que disputavam até ontem. Aliás, faziam de tudo para ver quem era mais amiguinho do demo-turma. E agora tapam o nariz pra eles.

Profissionais, os demos sentiram o baque. Uma reação mais dura não é uma decisão fácil, mas não me surpreenderia se, por exemplo, daqui a 15 dias os demos não viessem a lançar uma candidatura como a de César Maia.

Nem que fosse só pra marcar posição e garantir um palanque para não sumir do mapa.

Dado o tamanho do lamaçal e a solidariedade do principal aliado, talvez seja o único caminho digno que reste. Digno, claro, é força de expressão.

Fonte: Blog do Rovái

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