Paulo Vannuchi fala da importância do financiamento público
Enviado por luisnassif Por Marco Antonio L.Da Rede Brasil Atual
'Reforma sem alteração de financiamento privado é mero cinismo', diz Vannuchi
Ex-ministro de Direitos Humanos diz que financiamento público de campanha é a peça mais importante para enfrentar a corrupção
Para Vannuchi, proposta de referendo é "erro grave", pois não consulta o povo antes da aprovação das leis
São Paulo – O ex-ministro da Secretaria de Direitos
Humanos da Presidência da República Paulo Vannuchi comentou hoje (3) em
sua coluna na Rádio Brasil Atual que o financiamento
de campanha eleitoral é um dos principais pontos da reforma política.
"Financiamento público de campanha é a peça-chave para enfrentar o
problema da corrupção no Brasil."
O cientista político também comentou outros pontos
que podem ser discutidos pelo plebiscito, proposta feita pela
presidenta Dilma Rousseff em discussão no Congresso Nacional e no
Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Vannuchi disse que a implementação
de voto distrital permitiria aos eleitores de um bairro votarem nos
candidatos de seus respectivos distritos.
A realização de
votos em listas de partidos, como é feito em "democracias mais
avançadas", e não mais em nomes de candidatos, como ocorre no Brasil
hoje, é outro ponto a ser discutido. Outro tema seria o fim das
coligações para deputados e senadores. Na opinião de Vannuchi, é
preciso cuidado para que o plebiscito não venha com "vinte ou trinta
perguntas", pois o Brasil "não está acostumado" com essa forma de
representatividade.
Para
o ex-ministro, a proposta de referendo defendida pela oposição (PSDB,
DEM e PPS) é um "erro grave", pois, diferentemente do plebiscito, não
consulta o povo antes da aprovação das leis. "Em um momento como este,
em que o povo quer mais participação, as chances do plebiscito são
muito maiores. É como se ele dissesse: 'Quero ser ouvido primeiro, não
quero apenas referendar aquilo que essa classe política contra a qual
estou protestando tenta enfiar goela abaixo'".
Vannuchi
disse que as manifestações têm feito "muito bem ao Brasil", embora
acredite ser preciso "estancar tentações ditatoriais" e ataques a
partidos políticos, como ocorreu em um dos atos na Avenida Paulista.
"Se isso for estancado, as manifestações estão dando um sacode para que
os interesses da população sejam levados em conta. É mais uma prova de
que democracia precisa de partido, governantes e eleição direta, mas
precisa também de povo na rua, que cobra, exige e denuncia."
O
poder convocatório do plebiscito é do Congresso Nacional e, para haver
efeitos nas eleições do ano que vem, a reforma política precisa ser
concluída até o dia 5 de outubro. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
informou ontem que precisa de 80 dias para organizar a consulta, mas
depende da definição das regras pelo Legislativo.
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