Petrobras e a batalha eleitoral
Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio
do Kotscho:
A campanha presidencial começou para valer nesta segunda-feira com o lançamento da chapa Eduardo-Marina, que procura se mostrar a mais oposicionista ao PT para tomar o lugar de Aécio Neves, tendo na retaguarda um forte apoio da mídia. Os barões da imprensa ainda não decidiram claramente qual dos dois candidatos vão apoiar, mas nos últimos dias tenho notado uma certa tendência pró-Eduardo, que agora deve aumentar com a ajuda de Marina, bem relacionada com alguns grupos econômicos, principalmente de São Paulo, desde a última eleição.
Como se tivessem combinado, Eduardo e Aécio fizeram discursos bastante parecidos ontem à tarde para atacar o governo Dilma, tendo como alvo central a Petrobras. No Rio, durante mais um encontro com empresários, Aécio mostrou que ainda não desistiu de uma CPI exclusiva da Petrobras: "Quem está sujando a imagem da Petrobras é o aparelhamento que o PT estabeleceu há vários anos". Em Brasília, palco do "casamento" civil entre o presidenciável Eduardo e sua vice Marina, o ex-governador de Pernambuco foi na mesma linha: "Não vamos permitir que a Petrobras se transforme num caso de polícia. Aos erros, a lei".
Pela manhã, antecipando-se aos esperados dos adversários, durante a cerimonia de inauguração de dois navios petroleiros no Recife, a presidente Dilma saiu em defesa da empresa e do seu governo, assegurando que não assistirá calada à campanha dos adversários para "destruir" a Petrobras. "Estamos aqui nos comprometendo a cada dia que passa que o que tiver de ser apurado vai ser apurado com o máximo de rigor, o que tiver que ser punido vai ser também punido com o máximo de rigor".
Dilma lembrou que a Petrobras valia US$ 15,5 bilhões quando Lula assumiu em 2003 e hoje seu valor de mercado é de US$ 98 bilhões. De sua parte, Aécio e Eduardo batem na tecla de que durante os três anos de governo Dilma a empresa perdeu metade do seu valor.
Este é só o início de uma guerra que vai durar até as eleições de 5 de outubro, mas já dá uma ideia do que virá pela frente. De concreto, até agora, temos apenas que os dois principais candidatos de oposição prometem diminuir o numero de ministérios e ampliar o Bolsa Família, enquanto Dilma ainda não sinalizou o que pretende fazer para melhorar o desempenho da economia e a vida dos brasileiros nos próximos quatro anos, caso seja reeleita. Por enquanto, Dilma está mais preocupada com os desdobramentos do tsunami de denúncias contra a administração da Petrobras e em manter unida a base aliada, o que não será nada fácil, a depender das próximas pesquisas.
Ao selar a aliança do PSDB com o DEM, na disputa estadual na Bahia, Aécio comemorou a entrada do PMDB na chapa deixando claro que vai batalhar para atrair mais setores do principal partido aliado do governo. "É até agora a mais bem sucedida construção política feita para estas eleições."
Preocupado em não perder espaço para Eduardo, especialmente na mídia que costuma apoiar os tucanos nas eleições, o senador mineiro foi homenageado com um jantar por dissidentes do PMDB carioca, que não querem apoiar a reeleição de Dilma, e já falam abertamente numa campanha do "Aezão", juntando Aécio com o candidato do partido, o governador em exercício Pezão.
O tamanho da dissidência peemedebista, é claro, vai depender das próximas pesquisas. É nelas que Dilma, Aécio e Eduardo jogam seus trunfos para conquistar ou manter apoios políticos e recursos financeiros de empresas privadas. Por falar nisso, só para lembrar, o ministro Gilmar Mendes, do STF, que pediu vistas e suspendeu o julgamento da proposta sobre a proibição de financiamento privado de campanhas, quando o placar estava 6 a 1, ainda não devolveu o processo e, como não há prazo, talvez nem o faça antes das eleições.
A campanha presidencial começou para valer nesta segunda-feira com o lançamento da chapa Eduardo-Marina, que procura se mostrar a mais oposicionista ao PT para tomar o lugar de Aécio Neves, tendo na retaguarda um forte apoio da mídia. Os barões da imprensa ainda não decidiram claramente qual dos dois candidatos vão apoiar, mas nos últimos dias tenho notado uma certa tendência pró-Eduardo, que agora deve aumentar com a ajuda de Marina, bem relacionada com alguns grupos econômicos, principalmente de São Paulo, desde a última eleição.
Como se tivessem combinado, Eduardo e Aécio fizeram discursos bastante parecidos ontem à tarde para atacar o governo Dilma, tendo como alvo central a Petrobras. No Rio, durante mais um encontro com empresários, Aécio mostrou que ainda não desistiu de uma CPI exclusiva da Petrobras: "Quem está sujando a imagem da Petrobras é o aparelhamento que o PT estabeleceu há vários anos". Em Brasília, palco do "casamento" civil entre o presidenciável Eduardo e sua vice Marina, o ex-governador de Pernambuco foi na mesma linha: "Não vamos permitir que a Petrobras se transforme num caso de polícia. Aos erros, a lei".
Pela manhã, antecipando-se aos esperados dos adversários, durante a cerimonia de inauguração de dois navios petroleiros no Recife, a presidente Dilma saiu em defesa da empresa e do seu governo, assegurando que não assistirá calada à campanha dos adversários para "destruir" a Petrobras. "Estamos aqui nos comprometendo a cada dia que passa que o que tiver de ser apurado vai ser apurado com o máximo de rigor, o que tiver que ser punido vai ser também punido com o máximo de rigor".
Dilma lembrou que a Petrobras valia US$ 15,5 bilhões quando Lula assumiu em 2003 e hoje seu valor de mercado é de US$ 98 bilhões. De sua parte, Aécio e Eduardo batem na tecla de que durante os três anos de governo Dilma a empresa perdeu metade do seu valor.
Este é só o início de uma guerra que vai durar até as eleições de 5 de outubro, mas já dá uma ideia do que virá pela frente. De concreto, até agora, temos apenas que os dois principais candidatos de oposição prometem diminuir o numero de ministérios e ampliar o Bolsa Família, enquanto Dilma ainda não sinalizou o que pretende fazer para melhorar o desempenho da economia e a vida dos brasileiros nos próximos quatro anos, caso seja reeleita. Por enquanto, Dilma está mais preocupada com os desdobramentos do tsunami de denúncias contra a administração da Petrobras e em manter unida a base aliada, o que não será nada fácil, a depender das próximas pesquisas.
Ao selar a aliança do PSDB com o DEM, na disputa estadual na Bahia, Aécio comemorou a entrada do PMDB na chapa deixando claro que vai batalhar para atrair mais setores do principal partido aliado do governo. "É até agora a mais bem sucedida construção política feita para estas eleições."
Preocupado em não perder espaço para Eduardo, especialmente na mídia que costuma apoiar os tucanos nas eleições, o senador mineiro foi homenageado com um jantar por dissidentes do PMDB carioca, que não querem apoiar a reeleição de Dilma, e já falam abertamente numa campanha do "Aezão", juntando Aécio com o candidato do partido, o governador em exercício Pezão.
O tamanho da dissidência peemedebista, é claro, vai depender das próximas pesquisas. É nelas que Dilma, Aécio e Eduardo jogam seus trunfos para conquistar ou manter apoios políticos e recursos financeiros de empresas privadas. Por falar nisso, só para lembrar, o ministro Gilmar Mendes, do STF, que pediu vistas e suspendeu o julgamento da proposta sobre a proibição de financiamento privado de campanhas, quando o placar estava 6 a 1, ainda não devolveu o processo e, como não há prazo, talvez nem o faça antes das eleições.
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