Olá, tudo bem?
O assunto não poderia ser outro e a Pública não poderia deixar de te escrever hoje, sobretudo depois do impacto que tivemos na investigação do caso Marielle Franco. "Quando aconteceu o assassinato, a gente pensou muito em como cobrir. Estava claro que a chave era descobrir quem mandava em Rio das Pedras, quem eram os políticos mais influentes por lá. Pedi ao jornalista Adriano Belisário levantar isso com dados — e chegamos aos Brazão. Foram os dados que nos guiaram. Depois fizemos o resto da reportagem e, com o tempo, ficou comprovado que aqueles dados diziam MUITO".
Este é o relato de Natalia Viana, sobre o bastidor da matéria "Como vota Rio das Pedras". Esta reportagem, publicada em 2019, foi citada duas vezes no relatório da Polícia Federal divulgado ontem, para embasar o pedido de prisão dos irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, e do ex-chefe da Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa. Os três são acusados de planejar o assassinato de Marielle Franco. "As prisões só demonstram que o bom jornalismo investigativo é corroborado pelo desenrolar da história, como dizia [o jornalista americano] T.D. Allman", completa a fundadora da Pública.
Dias antes da publicação da nossa matéria, em fevereiro de 2019, Domingos Brazão havia sido alvo de operação da PF para averiguar tentativas de atrapalhar a elucidação da morte de Marielle e do motorista Anderson Gomes. A apuração e os dados levantados por Belisário mostram ainda como os irmãos Brazão ampliaram sua influência política na área, tornando-se campeões de votos nas eleições de 2010, 2012, 2014 e 2016.
"Neste sentido, observa-se que Família BRAZÃO goza de especial influência na comunidade de Rio das Pedras, um enclave geográfico controlado por organização criminosa do tipo milícia há mais de duas décadas", diz o relatório da PF, seguido do infográfico da Pública com os dados da votação das quatro eleições. |
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