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O acaso é um aliado recorrente, ainda que incontrolável, do jornalismo que, volta e meia, nos estabelece importantes pontos de partida. Mas uma certeza guia a trajetória de todo bom repórter: uma boa história puxa outras.
Certeza e acaso se trombaram durante os bastidores de nossa cobertura dos 60 anos do golpe militar e nos puseram diante daquelas situações em que as definições entre público e privado deixam de se limitar em função do interesse coletivo.
A jornalista Ludmila Pizarro recebeu a missão de levantar locais emblemáticos da ditadura que, não preservados, correm o risco de cair no esquecimento, no que depender das ações do poder público para evitar “remoer o passado”. Interessada pelo assunto, um lugar em particular lhe despertava curiosidade: a Fazenda 31 de Março, na Zona Sul da cidade de São Paulo.
Explico: por conta própria, Pizarro havia descoberto, com a ajuda de um amigo que atuou na Comissão Nacional da Verdade, que havia sido esse o lugar para o qual o pai dela, Edwaldo Alves Silva, havia sido levado quando foi raptado por homens nunca identificados, em 1975.
Seu Edwaldo, à época integrante do Partido Comunista Brasileiro e hoje filiado do Partido dos Trabalhadores, sempre atuou com política e chegou a estudar Sociologia na extinta União Soviética. E, apesar dos valores que compartilhava com a família a respeito de justiça social e percepção do papel do Estado, manteve em segredo dos filhos o horror sofrido em um centro clandestino de tortura e nas dependências do DOI-Codi de São Paulo.
Enquanto trabalhava, a jornalista se deparou com documentos do projeto Brasil: nunca mais, que contavam com depoimentos na íntegra de ex-presos do período da ditadura, entre eles, veja bem, o de seu pai, capturado enquanto se dirigia até uma creche, que funciona até hoje na rua Humaitá, no Bixiga, para justamente buscar uma Ludmila de apenas 2 anos.
O relato do que descobriu, das lembranças da infância e de como reagiu ao segredo familiar, Pizarro conta na crônica "Apurando, descobri como meu pai foi raptado ao me buscar em creche e torturado na ditadura", publicada nesta sexta-feira (29), na Pública. O conteúdo faz parte da dezena de reportagens e entrevistas que preparamos para marcar os 60 anos do golpe militar, completados neste domingo (31), que conta com uma página especial sobre o assunto e vale sua leitura.
Coberturas como essa exigem planejamento e pesquisa, e histórias diferenciadas surgem, muito além do acaso, graças à sensibilidade de bons repórteres e ao apoio dos membros do programa de Aliados. Investimentos em boas histórias ajudam a ressignificar o passado e o presente e, como sabemos, uma boa história puxa outras.
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