sábado, 23 de março de 2024

Cem anos da Coluna Prestes

 


Festival abre comemorações pelos 100 anos da Coluna Prestes

Exposição e Roda de Conversa sobre a Coluna Prestes do escritor Renato Bandeira a capacidade de liderança de Prestes

Osvaldo Bertolino, Ana Prestes e Renato Bandeira. Foto: Fernando Udo

O centenário da Coluna Prestes (1924/2024) tem um lugar de destaque no Festival Vermelho, que acontece nesta sexta-feira (22/03) e até sábado (23), em Salvador. No evento, foi montada uma exposição e realizada uma roda de conversa, na manhã desta sexta, sobre a Coluna.

O debate foi coordenado pela neta do ícone do movimento, Luís Carlos Prestes, a socióloga Ana Prestes, que também é secretária nacional de Relações Internacionais do PCdoB. Participaram da atividade o escritor Renato Luiz Bandeira, autor do livro Coluna Prestes na Bahia, e o historiador Osvaldo Bertolino, que também pesquisa o tema.

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Bandeira enalteceu a Coluna Prestes e destacou a relação com a Bahia.  Segundo ele, o estado foi onde o movimento mais esteve, nos três anos que durou: foram três passagens, especialmente pela região da Chapada Diamantina. “Aqui, foram percorridas 750 léguas, o que equivale a 4.300 km. Uma coisa absurda”, disse.

O escritor ainda apresentou dados levantados durante os estudos sobre as mortes ocorridas no estado, em razão do movimento, no período: uma média de 2,47 pessoas eram assassinadas por dia, durante a passagem do movimento na Bahia. que era atribuído injustamente ao grupo liderado por Prestes.  “[Os adversários] faziam atrocidades e colocavam a culpa na Coluna Prestes”, completou.

A capacidade de liderança e de compreensão do Brasil de Luiz Carlos Prestes também foi destacada pelo autor. “Para ter um outro homem como Prestes só daqui a 100 anos”, cravou.

Legado da Coluna

Osvaldo Bertolino defendeu os legados da Coluna, durante a roda de conversa. Para ele, o movimento teve relevante influência sobre os acontecimentos posteriores, até mesmo sobre a reorganização do Partido Comunista, ocorrida em 1962, além de ser o “epicentro dos avanços civilizatórios e sociais que tivemos”.

O Golpe de 2016 no País e tudo o que se seguiu depois, segundo Bertolino, representam uma afronta a toda a herança deixada pela Coluna ao povo brasileiro. “O golpe revoga a Coluna Prestes, ao revogar a legislação trabalhista, os direitos sociais. É a negação do avanço civilizatório”, completou.

Largada

O Festival Vermelho inaugura as celebrações pelo centenário da Coluna Prestes, o que foi celebrado por Ana Prestes. “Poder fazer a abertura da exposição dos 100 anos da Coluna Prestes na Bahia tem um significado muito forte, porque a Coluna passou por aqui três vezes e, de toda a extensão percorrida, grande parte foi aqui no estado. Pra gente é muito emocionante”, disse.

Ana Prestes ainda lembrou da avó, Maria, esposa de Luís Carlos Prestes, que foi fundamental na construção do material da exposição, iniciada há dez anos, nas comemorações dos 90 anos.

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